sábado, 4 de dezembro de 2010

O direito de ter direitos,ou como exercer a cidadania

Muito se fala em "cidadania", "cidadão participativo, comprometido com o coletivo"... e por aí vai. Resolvi nesta postagem desviar o foco para "o direito de ter direitos" e como exercer a cidadania. Durante a leitura desse e-mail, enviado a uma empresa, vão entender o porquê. Como seu conteúdo e o papel das lideranças é o que devem ser enfatizados, optei por omitir nomes de empresa, das pessoas que o receberam, do remetente. Foco: o ser humano ainda tem alternativas para se posicionar como cidadão, mesmo ante um sistema desumanizado encoberto por robotizações abstratas como estamos vivendo.


Diretoria Geral
........... Brasil
a/c .....................................


Depois de várias tentativas inúteis, relatando ocorridos e mostrando evidências na expectativa de providências, bem como da consideração através de retornos, por escrito, das medidas tomadas, chego a essa Diretoria.

Proprietária da residência sita à rua ........ nº....., portanto vizinha direta da A. , estou na mesma desde 1975, quando ainda tinha como vizinha a P., logo comprada pela A. Nessa época, o cartão de visitas da A. era a excelência da qualidade de seus serviços e, em particular, de seu atendimento ao público e ao social. A receptividade de sua recepção chamava a atenção: pronta a atender quaisquer transtornos sociais, inclusive com seu livro preto aberto a reclamações e sugestões, e seu empenho em adotar uma transparência ética no retorno, por escrito, das soluções adotadas. Hoje, fico surpresa ao ver a recepção A. estar encoberta por vidros espelhados escondendo a pessoa que nos atende, que se permite até a omissão de seu nome, ao lhe ser perguntado. Robotização empresarial que obriga a que nos relacionemos com uma voz microfonizada: gutural, fria e desumana; e que, para sermos atendidos pessoalmente, tenhamos que pressionar insistentemente o botão vermelho de uma campainha. Em vão se procura uma caixa de sugestões ou endereço de ouvidorias oficiais, ligadas a uma administração geral, e não a chefias de setores específicos. E ficamos nos perguntado qual será atualmente a visão, valores e missão dessa empresa A. ... não a política aparente, colocada a céu aberto, mas a aplicada e vivenciada na prática cotidiana.

Apelo também ao Sr. J. que se una à diplomacia e honestidade ética do Sr. W. que, por diversas vezes, tem tentado nos auxiliar. Atualmente, embora sua enorme boa vontade e prontidão, o vemos impotente ante atuações antiéticas e desinformações, que encobrem o que verdadeiramente ocorre, e agregamos a isso a falta de fiscalização e responsabilização dos funcionários envolvidos. Até a qualidade de serviços terceirizados depende da firmeza e seriedade ética das chefias dos setores em que prestam serviços; sendo assim é difícil aceitar a justificativa de esquecimentos como, por exemplo, de acender luzes nas dependências nos finais de semana, ou ante telefonemas, no meio da noite, sobre barulho, receber como resposta que o mesmo não ocorre nas dependências A. , sem ao menos ir verificar. E ocorriam mesmo, pois existem equipes selecionadas para esses trabalhos "contínuos" e "extras ", que perduram a noite, finais de semana e feriados.

Aproveitamos para agradecer a disponibilidade e prontidão do Sr. W. para receber mensagens em seu celular, ou telefonemas nos mais diversos horários, até de madrugada, em feriados e finais de semana ( tudo então registrado) e que, de longe, com sua boa vontade em busca de interações harmônicas, tenta tomar providências à distância - ressaltamos tal fato - pela falta de comando do responsável em serviço na A. no momento.

Mesmo tendo sido por nós encaminhado Boletim de Ocorrência de Roubo sofrido por familiar, assediado por um motoqueiro em frente de nosso portão, nenhum resguardo foi observado, quanto a vigilância das calçadas, nos horários em que vários motoqueiros se aglomeram na frente da entrada da garagem dessa empresa, muitos até deitando na calçada. Pela intercorrência registrada é fácil comprovar no dia a dia: o horário, a entrada pela contramão na rua ... e o embicar na entrada A. Desse ponto veio, pela calçada, o motoqueiro que assaltou nosso familiar, trazendo grande prejuízo material.

Seus funcionários continuam parando em frente à nossa garagem, o que seria dificultado se houvesse essa vigilância. Não se observa mais nenhum funcionário no setor externo. Locais foram reservados com cones, ampliando a abertura do espaço para parada de motoqueiros. Ousamos propor uma sugestão: que seja demarcado espaço, por tempo limitado, na frente da A. para atender a funcionários "especiais", e mesmo aos que venham em busca de papeletas ou ordens de serviço, justificativas dos que param na frente de nossa residência. Talvez até pudesse haver vaga para deficientes em suas dependências.

Novamente galhos de nosso lado, sobre nosso muro, foram arrancados - enfatizo do nosso lado - como na 6ª e 4ª feiras passadas. Alegação que há tempos nos é dada: praga de planta. Refutamos! Como encontrar praga tão potente que em prazo de pouco mais de 12 horas consiga sumir com galhos cheios de folhas verdes, muitos brotos nascendo, com até 1,5 cm de diâmetro e por volta de 1.5 m de comprimento? Não conseguimos mais entrelaçar essa primavera nas três fileiras de arame que colocamos, e que nos serviriam de segurança, pois ela contém espinhos em seus galhos. Houve época em que essa trepadeira atingia a parede, perto da janela de nosso quarto, chegando até o teto.

Sobre os transtornos, continuamos nos perguntando:
- De quem parte a orientação para seu material de manutenção ser "jogado" embaixo da janela de nosso quarto? Desagradáveis sons de madeiras e metais sendo ouvidos, inclusive em horário noturno, como no caso de ontem após 22 horas, quando enviamos mensagem ao Sr. W.
- Por que a necessidade de utilizar nossa parede, trincada - e já mostrada há tempos a seus responsáveis, sem providências efetivas tomadas - em vários locais, pelas perfurações nela efetuadas? Até que ponto as trincas diagonais acima dos caixilhos de portas e janelas, bem como a dificuldade atual no encaixe das mesmas nos trilhos de alumínio, não se devem a ampliação de andares em suas constantes construções internas verticais?
- Por que esse pequeno espaço a descoberto, comparado ao terreno tão grande de suas dependências, precisa ser ocupado por vários materiais jogados, como calhas com sua canaleta voltada para cima? Por que não limpar o telhado da casa das máquinas com suas canaletas de escoamento constantemente bloqueadas por folhas caídas de árvore de seu próprio terreno? Tantas campanhas de advertência e esses locais podem se constituir em focos de dengue, pelo não escoamento adequado de águas da chuva. Por que mesmo com nossos avisos anteriores nada foi feito até a presente data?
- Por que suas máquinas são ligadas de madrugada, ininterruptamente, como no caso dos motores da bomba de água? A construção de uma caixa de água subterrânea de 75 mil litros de água passou a nos obrigar a conviver com o transtorno noturno de trepidação semelhante ao barulho do motor de uma máquina de lavar roupa ligada; e nosso organismo reage com as devidas alterações metabólicas ante o chacoalhar constante de água. Não pudemos excluir a hipótese dessa caixa estar ligada diretamente ao veio de água do córrego existente embaixo das residências construídas no local, pois através dela encontraríamos explicação para diversas alterações estruturais observadas na nossa residência - e já mostradas a responsáveis de altas escalas em sua empresa. Sem retorno!
- Por que suas máquinas, próximas à janela de nosso quarto, são ligadas, em altas voltagens, por volta de 4:00h, alarmes disparados por volta de 6:00h e só desligados às 6:45h como nessa segunda-feira? Que funcionário seria responsável por esse setor? Qualquer um tem acesso a essas ligações elétricas?
- Por que utilizar essas dependências tão perto de nossa residência para seus serviços de serralheria e pintura, sendo que é do conhecimento de suas chefia que em nossa residência transitam de idosos a recém-nascidos?

Não estamos conseguindo que o bom senso e o respeito à condição humana no reconhecimento de necessidades, voltadas à qualidade de vida ao redor, predominem na política da A. no que nos diz respeito. Agora nos sentimos mais enganados, pois no início de suas reformas foi-nos dado prazos para términos dos incômodos, e até garantido a mudança do local das máquinas. Falsa informações para ganhar tempo para a concretização das mesmas?

Acabamos ficando na mão de múltiplas "autoridades anônimas", com as medidas irracionais que podem implicar tal posição. Sem ninguém corporificado para assumir um comando, o descaso e falta de comprometimento, bem com a impunidade, se alastram. E o que nos parece pior, não estamos tendo registro de onde tem chegado nossas reclamações, pois medidas que bons funcionários, como Sr.W. tentam implementar, não são mantidas, caindo suas vozes no vazio da desconsideração de escalas inferiores e desinteresse de escalas superiores.

Tudo isso só nos deixa a alternativa de nos unir à reportagens midiáticas, buscando alianças com Prefeitura, Sabesp, Cetesb... e órgãos afins, que possam nos auxiliar a sanar os problemas e, de igual importância, que nos acompanhem na eficiência, eficácia e efetividade das soluções então encontradas.

Embora sem a mesma esperança inicial, ainda conservamos a expectativa de que essa Diretoria Geral, tomando ciência de tais fatos, possa nos auxiliar a sanar os transtornos; e nos encaminhar, por escrito, as providências tomadas, para que possamos também verificá-las na prática. Torcemos para que uma voz de comando, firme e incisiva, possa ser ouvida entre seus colaboradores internos, principalmente chefias mediatas e imediatas. O respeito a um líder vem da coragem em adotar e se bancar numa postura transparente e justa, que envolve o se nomear e assumir responsabilidades no comando de equipes de controle e fiscalização das medidas, para que não caiam no esquecimento ante o anonimato e abstração de comando empresarial.

L.T.

Data do envio do e-mail? Dia 02/12/2010 às 11:31h .
Até a presente data , dia 04/12/2010, não foi acusado nem o recebimento do mesmo, fácil de comprovar, pois foi enviado a/c de mais de uma pessoa em setores diferentes.

Vamos considerar pouco tempo para resposta?
Já pensaram se muitos assim exercessem sua cidadania e cobrassem seus direitos ante a desumanização, burocratização, anonimato e robotização empresarial?
Aurora Gite