sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Um reencontro com Ouspensky e Gurdjieff

Lendo o título vai saber que me dirijo a você. A não ser que não se lembre mais das reuniões de muitos anos atrás, onde discutiamos em grupo as idéias deles, buscando vivenciá-las.

Você não vai acreditar onde tudo tem me encaminhado!
Para encurtar passei por várias "Escolas" com suas divergentes bases teóricas e linhas de atuação conflitantes, chegando à Psicologia Transpessoal, e ao vasto campo de saber que me proporcionou, como "Psicologia dos Estados Alterados de Consciência", ligados a dimensões energéticas, não patológicas.

Minha busca tinha dois objetivos:

O primeiro consistia no encontro da unidade em meio a tanta diversidade teórica (já que o objeto de estudo era o homem, sua alma, seu funcionamento psíquico, seu mundo intra e inter-relacional).

O segundo se prendia aquele afã de elevar a Psicologia à categoria e amplitude, que lhe cabe (etimologicamente significa o "Estudo da Psique"), retirando-a do lugar reducionista de terapias e aplicação de testes.

E quer saber onde ventos solares e pássaros quânticos me encaminharam?
Esses termos não são meus.
Gostei muito de seu emprego por um físico, que me encaminhou um comentário.
Continuo a usá-los, na espera de que os requisite para seu uso pessoal.


Vou dar as pistas de meu caminhar, citando três livros, seus autores e suas temáticas:

O primeiro é "O Espectro da Consciência", de Ken Wilber, onde compara a consciência ao espectro eletromagnético e por aí vai.

O segundo é "A Janela Visionária: um guia para a iluminação por um físico quântico", de Amit Goswami, onde defende um novo paradigma "introduzindo na ciência a idéia de consciência como o fundamento de todo o ser" e a base metafísica de um novo modelo integrativo entre ciência e espiritualidade, duas faces da mesma moeda.

E veja aonde me levaram!

O terceiro, que "retirei do baú" essa semana ( guardado há trinta anos, não é?) :" Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido (em busca do milagroso)" de P.D.Ouspensky, que em suas buscas de sentido para a vida, narra suas vivências com Gurdjieff, com seus ensinamentos sobre o "Quarto Caminho", seu foco na consciência (energia e estados vibratórios), e na "alquimia ou química que leva em conta não só propriedades físicas e químicas, mas também as propriedades psíquicas e cósmicas".

E eis o círculo se fechando em torno da espiral ascendente da parte superior de minha ampulheta ( vide postagem : Você quer receber um presente meu?).

Seus comentários não chegaram mesmo. Se puder reenviá-los gostaria muito de lê-los.

Recordando velhos tempos, abraços
Aurora Gite

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A importância de uma estrofe

" Ver o mundo num grão de areia,
E o céu numa flor silvestre,
Prender o infinito na palma da mão,
E a eternidade numa hora."
( Blake )

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Consciência, criatividade, salto quântico?

Novos rumos, ventos solares e pássaros quânticos...e minha mente borbulhando de idéias, esperando "trocas"!

E lá vou eu, outra vez, me debruçar na "janela visionária" de meu castelo profissional, observar a natureza, os novos paradigmas envolvendo o ser humano, e contar com a aproximação de um físico quântico, na iluminação desse novo alvorecer. tal a proporção das novas descobertas. Dessa vez, me faço acompanhar por Amit Goswami e seu livro "A Janela Visionária" (Cultrix 2006).

Não posso negar o misto de tesão e ansiedade na retomada desse trilhar. Alguns pacientes surgem em minha memória e minha "consciência", lhes dá a condição de presença viva em meu aqui e agora.

Recordo nosso caminhar juntos. Ao me permitirem a entrada em sua mente, buscando a compreensão do funcionamento de seu mundo psíquico e da dinâmica mobilizadora de suas ações, eles também foram incorporados em meu mundo interno e me facultaram muitas auto-descobertas. E assim se ultrapassa a ponte do mundo físico (material) ao psíquico (energético), num constante ir e vir.

Quantas vivências compartilhadas... transferências e contratransferências... energias se misturando e se separando ante insights que ocorriam... quantas mudanças contínuas e descontínuas.

Para quem não sabe, transferência se refere aqui aos sentimentos que o paciente inconscientemente vincula (transfere) ao terapeuta, mas que, na verdade, se originam de relacionamentos anteriores. Contratransferência é o reverso, ou seja, sentimentos irracionais que o terapeuta tem em relação ao paciente. Esses fenômenos inconscientes também fazem parte de nosso dia-a-dia e são muito comuns na vida de relação, ocasionando grandes distorções na realidade dos envolvidos.

Mas lá estava eu surfando, no encontro terapêutico, entre as ondas de possibilidades e probabilidades, contando com minha intuição e criatividade, para ajudar cada paciente em seu encontro com sua consciência auto-referente.

E lá estava eu buscando, através de uma observação consciente e atenção flutuante, provocar o colapso da onda de possibilidades passadas e futuras, trazendo o paciente para seu aqui e agora, integrando-o ao seu propósito criativo de vida, criatividade que lhe é imanente.

E lá estava eu questionando, tanto o efeito temporário de mudanças contínuas ( de causas e efeitos em espaço e tempo definidos), quanto as interpretações que vinculavam os pacientes à cabeça (ao pensar) de seu terapeuta. Não desconsidero a importância do espaço terapêutico e da qualidade do vínculo estabelecido, mas eu almejava a integração da pluralidade de teorias, para que o homem em si emegisse em sua unidade, e fosse compreendido sob vários pontos de vista.

Lembram do papel atribuído ao observador consciente pela física quântica, que ocasiona o afunilamento do espectro das possibilidades, para sua convergência num ato ou objeto único?
Segundo Goswami, toda escolha a partir das possibilidades, vem da intervenção de nossa "consciência" . Sendo assim, ela é que cria a realidade. E eis minha intuição gritando: "É por aí, vai atrás desse conhecimento!"

E lá estava eu enfatizando a vida relacional como experiência emocional corretiva, buscando saber mais sobre a dinâmica energética da rede inter-relacional.

Faço minhas algumas das indagações de Goswami:
Que força imaterial poderia interagir com a matéria?
Como obter essa interação imaterial?
Empatia e aversão...atração e rejeição...campos de energia e de força? Integração do indivíduo com o cosmo?

Tudo me encaminhava para uma leitura energética dentro de uma visão holística ( integrada) de mundo. O ser humano é bem mais que um sintoma. Seu sintoma é um ato criativo para indicar alguma disfunção. E essa, na maioria das vezes traduz seu sofrimento existencial.

Com avidez fui em busca dos conhecimentos da física quântica. Queria mais que o contato entre intelectos. Já reconhecia que a consciência tem um papel decisivo na configuração da realidade. Mas queria a experiência, queria através de uma vivência pessoal comprovar.

E lá estava eu não atrás do silêncio, mas do diálogo. Não buscava monólogos e atitudes separatistas. Meu coração me integrava na relação (eu-outro se transformando em "uno"). Não me bastava minha capacidade racional ou facilidade no cruzamento de dados. E o diálogo interno no contato com o paciente se aquietou, e se estendeu para a vida pessoal de relação.

A palavra "diálogo" deriva de "dia" ( palavra grega que significa "por meio de") e de "logos" que significa palavra) e vai além da comunicação por meio de palavras, envolve uma troca de sentido entre os que se comunicam, outra dimensão do psíquico humano.

E é aqui que tudo se complica. Querem ver?
Eis um fato que poderia ocorrer no cotidiano de qualquer um.

Lá estava eu numa sala de espera, quando uma mulher se aproximou e começou a se queixar da relação com o marido, onde não havia diálogo, embora muita tentativa da parte dela para que ele ocorresse. E ela continuou, ao me perceber como ouvinte atenta: " Imagine que hoje pela manhã, ele pediu a minha opinião sobre se devia ir ou não no casamento de um parente. Logo retruquei, que agora é que ele queria saber o que eu achava? Por que não me consultou quando o parente ligou há dois dias? E ficou em silêncio, veja só! Nem continuou a conversa. Ele não sustenta um diálogo."

Que diálogo? Existiu uma comunicação, um fluxo de sentido entre eles?
Em que clima transcorreu o contato? Existiu um campo energético entre eles que propiciasse um vínculo aconchegante a uma cumplicidade na comunicação?

Ele chega e se aproxima, de peito aberto a coloca na relação. Ela "pisa na bola, dentro de seu egocentrismo", o exclue da relação. E ainda reclama da atitude defensiva dele e de seu afastamento.

Haja "Física Quântica" para iluminar nossa rede de convivências, ou como muitos a consideram, de conveniências!
Aurora Gite

Lembram de Drumond " Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra". Pois é ao reler esse texto me veio: "E lá vou eu, buscando, surfando, questionando, enfatizando... e no buscar, surfar, questionar, enfatizar ... lá estava eu (Consciência)".

Em tempo:
As constatações de Jill Bolte Taylor, expressas em seu livro "A cientista que curou seu próprio cérebro", são muito importantes. Novas perspectivas se abrem ante a nova comprovação científica das funções dos dois hemisférios cerebrais.
No entanto, coloco mais um patamar, que acredito advir da desativação das funções do hemisfério esquerdo e predomínio total operacional do hemisfério direito.
A sensação foi de uma mola elevando, não o meu corpo, mas a minha mente (salto quântico?). O impulso de propulsão não foi voluntário. Uma conexão foi estabelecida. O outro polo é que direcionava esse movimento interno. A percepção do real não desapareceu, mas perdeu o foco. Eu sabia onde estava, mas intuitivamente, não pela via perceptível que nos é conhecida. Tempo e espaço se diluem. Fui tomada por uma sensação de prazer intenso, calor e claridade, paz e harmonia, quietude e suavidade, plenitude e infinito - sensações de uma amplitude diferente da que captamos através dos sentidos que nos são conhecidos. Experiência indescritível. Nossa compreensão não abarca com palavras. De repente, a imagem de minhas filhas, precisava voltar (intervenção do hemisfério esquerdo). E o brusco rompimento da conexão.
O que me restou? As sensações paradoxais de uma perda feliz e de uma saudade alegre, e a constatação de muita força interna ( sensação de um recarregar de pilhas). Anos e anos se passaram, e essas sensações persistem.
Por que comigo? Porque estava num momento existencial, que correspondia ao cume da parte superior da ampulheta. Lembram da postagem anterior "Quer receber um presente meu?"
Por que só ocorreu uma vez? O caminho está na postagem acima e a dificuldade de se manter íntegra para o estabelecimento da conexão também. Agora é correlacionar na história quem conseguiu atingir esse estágio.
Após 30 anos, só agora estou chegando mais próximo de entender o que ocorreu. De duas coisas tenho certeza: a humanidade entrou em "nova era", e que se preparem os "físicos quânticos"!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A um amigo presente, embora ausente

Estou transcrevendo suas "Considerações sobre a Música".

Seu trabalho está ganhando nova amplitude, pela nova visualização.

Continuam me comovendo a profundidade de suas pesquisas, seu empenho em tornar as informações mais compreensíveis para mim, seu esforço em buscar meios associativos para possibilitar uma leitura mais fácil a uma leiga, sua atenção afetuosa ante a preocupação por uma meticulosidade de detalhes, a clareza de sua escrita envolvente.

Em minhas andanças atuais lá vamos nós, e eu (ipod no ouvido) entoando: um, dois...esquerda, direita...um, dois, três...

Ele conseguiu, sim, responder a muitas dúvidas que eu tinha. Obrigada mais uma vez!
O "capítulo 24" sobre as orquestras está ótimo. Era o que eu queria saber mesmo.
Descobri como visualizar os quadros com a relação dos compositores e o "guia para ouvir melhor cada instrumento" que anexou.

Acabou se transformando numa obra de tal qualidade, que não deveria ser engavetado.

Após revisão, uma introdução de como surgiu e colocação bibliográfica, esse material ordenado, como fez, deveria passar pela avaliação de algum editor. Seu neto iria adorar (já que chegaram juntos) a menção a ele nas primeiras páginas!

Em minha imaginação já o vejo dando "autógrafos", mas a realidade a conduz a que me faça permanecer na fila da torcida para que se aventure em busca da publicação.

Com meu carinho, "amiguinho" especial de uma missão impossível
Aurora Gite

Após longo tempo, um novo contato

No último contato, o parabenizei por seus escritos e o nomeei meu porta-voz. Pontuei o perigo que rondava a Justiça , e estamos vivendo esse caos.

Infelizmente, minha análise mudou de foco, tal o homem incorporou "entidades abstratas" e se tornou insensível ao ser humano. Sendo assim, interpretação de fatos circunstanciais não encontra eco. Não há bom senso social, nesse estado de anomia em que nossa sociedade está envolta atualmente, que possibilite a formulação, e acolhimento pessoais, de juízos autocríticos.

Sabendo da abrangência de seus conhecimentos e sensibilidade, acredito que tenha surgido um novo paradigma sobre o funcionamento mental do ser humano, que pode representar uma grande mudança em sua compreensão. Ele é proposto por Jill Bolte Taylor. Seu livro se intitula "A cientista que curou seu próprio cérebro", editado esse ano pela Ediouro.

Neurocientista, estudiosa de Neuroanatomia, foi acometida por um AVC, com 37 anos de idade. Após 8 anos de grande luta, conseguiu recuperação total. Conseguiu acompanhar, como cientista, o que ocorria dentro de seu cérebro. Com seu relato nos mobiliza a novas reflexões sobre o mecanismo da mente humana, acoplando desde as novas tecnologias até conceitos quânticos. Pelo novo paradigma proposto, nossos dois hemisférios procuram informações de maneiras diferentes, em tempos também diferenciados e ...

Agora é você se interessar em ler e experienciar, já que me parece que , sendo pintor, consegue transitar por eles.

A meu ver, a "maldição dos reis nus" não estará mais apenas no "modelo participativo de gestão" e na "logística processual de uma rede de comunicações informatizadas", com suas reveladoras verdades, comprovadas em velocidades assustadoras. Esse novo paradigma nos fortalece a buscar novos instrumentos de luta nos unindo a Bobbio e Arendt em seus esforços por uma "Ética dos Princípios ou das Virtudes" como "Promessa na Política".

Abraços
Aurora Gite

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Amizade:parentesco de alma?

Amizade:parentesco de alma?

Você topa fazer uma viagem junto comigo ? Vamos ao encontro de uma amizade verdadeira, escapando da pré-fabricada?

O que vem à sua mente ao pensar em amizade? A idéia de uma cumplicidade fiel e leal? Então essa conversa começou bem, pois partimos do mesmo referencial. Também entendo que confiabilidade e segurança, fidelidade e lealdade, são qualidades essenciais, para que esse tipo de vínculo se alicerce. Quem é fiel, é firme, constante, perseverante. Quem é leal, é franco, sincero, digno, honesto.

Estamos de acordo, não é? Então, podemos seguir adiante? Podemos nos dar as mãos e caminhar juntos?

A amizade é uma relação a dois sempre, senão vira um fenômeno virtual, onde se busca suprir carências e necessidades através das projeções depositadas no outro, que se torna mero objeto de extensão da própria pessoa.

Concordamos aqui também? Ótimo, porque todo fenômeno inter-relacional demanda de uma clareza contratual entre as partes envolvidas. Dessa colocação de limites é que depende a sua sobrevivência ante a violência destrutiva do mundo cão atual, a ausência de cortesia e delicadeza entre as pessoas, a expansão e frieza dos vínculos sado-masoquistas - onde um sente satisfação interna ante a insegurança e dor física ou psíquica do outro . Pense na inveja para exemplificar tudo isso em seu cotidiano.

São os limites acordados nesse contrato que aplacam, ainda, o vazio e dor da saudade, sinal de que o outro adquiriu importância em nossa vida afetiva.

Que tal sairmos do racional e nos embrenharmos, um pouco mais, rumo ao nosso "sentir" ? Vem comigo então!

Na amizade não existe uma aliança implícita, um duplo cuidar e zelar pelo bem-estar do outro, uma troca de generosidades e gentilezas, uma sensação prazerosa ante a observação da felicidade do amigo? Não é um tipo de "pacto de sangue" ante o tesão químico sentido? Não é uma "irmandade de alma" pela pureza do sentimento e assexualidade física?

Você já notou que ela é um exemplo vivo da relatividade do tempo e espaço ? Não é a presença física direta que a mantém. Após anos de afastamento, no reencontro dois amigos se sentem no mesmo ponto do passado interrompido. O tempo cronológico parece ter parado. A sensação de união retorna do nada, mas emerge com plena força. O contentamento vem por si.

A alegria ao ouvir o tom da voz do amigo, e o prazer da troca de olhares, por si só já expressam o afeto. Não há necessidade de toque ou aproximação física mais direta. A satisfação vem da cumplicidade de almas. Não há cobranças expressas. Não há deveres e obrigação impostos. Ocorre o respeito e aceitação pelo que o outro "é", e a compreensão que deu o melhor de si naquele momento de sua existência, naquela circunstância que cercou a relação. Às vezes nem é o que esperamos, mas o que ele pode dar.

Você percebe a grandiosidade dessa disponibilidade entre amigos? O contrato não se rompe tão facilmente; não se abala pela mesquinhez e agruras situacionais do cotidiano descartável.

O amigo nos surge como um conjunto harmônico, onde é difícil separar as partes do todo. Tudo é ritmado no compasso da amizade mesmo ante desacordes de opinião ou crises individuais existenciais. Não é aí que surge o "ombro amigo" que nos acolhe, e com sua tolerância à nossa condição humana, nos impulsiona a superar os obstáculos, e melhor selecionar e afinar os instrumentos para, novamente, entrarmos em sintonia melódica com a vida?

É a lealdade na amizade que carregamos como melodia em nosso íntimo. Sua vibração persiste por longo e longo tempo. Seu entoar contamina nossa disposição interna e nos pegamos rindo à toa, saboreando na memória a dança de duas almas. É ela o maestro, que regula a pausa, o silêncio, o compasso de espera para o posicionamento adequado de dois amigos, e que busca, pontuando o tempo certo, mobilizá-los a acertar em suas entradas e harmonizar seus passos no relacionamento.

Um brinde a uma amizade, parte de uma missão impossível.
Aurora Gite
(primeira postagem em 06.11.2008)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Você quer receber um presente meu?

Ei você! É você aí mesmo que, surpreso olha para trás e para os lados, procurando se certificar se é com você mesmo.
Quer me permitir dar um presente à sua imaginação? Então abra suas mãos em concha para recebê-lo, depois feche em seguida para que não perca o brilho. Você vai poder usufrui-lo em várias ocasiões de sua vida. Garanto que quando envolto pela escuridão, lhe vai servir de lanterna.

Por que esse espanto? O que é isso? É que esse objeto caiu em desuso, não é? Pois você está segurando uma ampulheta. Relógio de areia? Símbolo do tempo? Nascer e morrer? Está chegando perto agora. É um objeto que pode nos conduzir a uma alquimia interna mesmo,a uma transformação química de forças.

Pense na base da primeira pirâmide como seu potencial natural,sendo invadido por tudo que o cercava, quando se deu por "gente" - não "pessoa" ainda. Lembre, de como foi difícil sobreviver, sem saber nadar no mundo e tendo que articular circunstâncias da vida; de quanta água bebeu ao afundar ante tempestades e trovoadas; do medo ante ondas tão altas e revoltas. E a cada mergulho forçado, turbilhão e conflito.

Pouco a pouco, no entanto, você conseguiu se reequilibrar ganhando a força necessária para atingir o cume dessa pirâmide. Que sensação! Que satisfação perceber que de um estado de "não ser" como indivíduo, conseguiu selecionar e acumular valores próprios, e observar seu "ser único" despontando. Mas e agora? O que fazer com isso?
Tanto trabalho para se "individualizar", para depois se descobrir grandioso sendo um grão de areia, tão pequena partícula na imensidão do mundo? Como fazer para se inserir na vida novamente?

Observe mentalmente o objeto em sua mão. Percebe como é feito de duas pirâmides? E que a segunda está invertida sobre a primeira? Então, mãos à obra, seu trabalho não terminou. Se você partiu do "não ser" e chegou a condição de "ser único", vai ter que conquistar a posição de "Ser". Como? Por que caminho?

Se antes a batalha era pelos valores pessoais e intransferíveis, vencendo desejos e fantasias ilusórias transitórias, agora vai ser pela conquista das virtudes. Virtude é força também sabia? Mais forte e estável que os valores existenciais que você conquistou. Só que, como o sentido de parábolas ou mitos, não é decodificado por muitos. Sua voz não é audível a todos. Os sentidos físicos não a apreendem. Você quer ver? Serenidade é uma virtude; observe o efeito dentro de você. Quer que lhe diga outras? Moderação, coragem, firmeza, prudência, honestidade e lealdade, temperança, equilíbrio, generosidade, decência, simplicidade; ousadia e audácia bem empregadas também o são. Talvez você já possa arrolar algumas agora. Quer tentar?

Se antes, após sobreviver aos "tsunamis" da vida, pode contar com a agilidade de garbosos cavalos, agora vai ter que buscar um "unicórnio". Não sabe nem o que é? Sabe, mas não acredita? Que pena! É um animal mitológico, que tem a forma de um cavalo, geralmente branco, com um único chifre em espiral - talismã de poder soberano. Representa a ascendência espiritual humana. Sua compreensão não cabe à razão lógica. Sua imagem vem associada a pureza e retidão de espírito, honestidade e liberdade, paz e coragem, esperança e amor.
Ele é raro hoje em dia, porque, para que esse encontro ocorra, temos que contar com a sensibilidade intuitiva do coração e a maioria das pessoas dela se afastou.Ele pertence a outra dimensão do ser humano. Ele é o responsável pelo sentido de sua vida. É símbolo do "poder da alma", guardião da riqueza por toda alquimia conseguida.

Não creia nisso só porque digo,não! Experimente em você. Conte com sua imaginação para isso. Ela pode levá-lo para o abismo do tédio, do vazio do nada, abaixo da base inferior da ampulheta, mas também pode levá-lo à plenitude e alegria ao atingir sua base superior.

Agora é se permitir aprender a usar esse presente. Algum dia vai me agradecer e contar como lhe foi útil. Pelo menos, assim espero!
Aurora Gite



sábado, 25 de outubro de 2008

Imprevisibilidade "Blogueira"

Recém chegada ao mundo dos "blogs" estou tentando lidar com o desconforto ante possíveis "choques impactantes de comentários". Procuro me esconder atrás do biombo da não intencionalidade, mas ele continua a me cutucar. E eu tendo que conviver com o mal-estar, agora com um misto de tristeza.


Não posso deixar de acolher a imagem que me vem de pronto. Recordo de um jogo, que me encantava há muitos anos, chamado "Batalha Naval", onde muitos tiros caíam na água e a sensação que me dominava era de desapontamento. A colocação dos submarinos era estratégica e, quando atingidos, se constituía em motivo de satisfação, bem como os tiros certeiros em couraçados, pois muito do vencer a batalha estava na preservação defensiva. Na comunicação "blogueira" comentários sobre o que estiver escrito não podem se misturar e serem levados como tiros pessoais intencionais. Sinto imensamente, pois a busca era de troca de idéias sobre fenômenos humanos.


Entendo a alteração de "comentários" por "alôs". Vou continuar lendo e me reservando a participar, quando convidada. De qualquer forma, valeu como aprendizagem! Já posso até dizer adeus ao desconforto, que, como intruso, se instalou em meu mundo interno. Isso significa também um "tiro certeiro"!


Estou dando os primeiros passos. Agora, na oportunidade desse embalo, é ganhar força e coragem para novamente me motivar a caminhar por esse novo mundo. Acredito em "ventos solares" e "pássaros quânticos" amenizando os efeitos "estufa" e me direcionando a novos rumos.

domingo, 19 de outubro de 2008

Física, Psicologia, Direito,Ética sobem no século 21

Segunda parte:

Inicio trazendo para reflexão o artigo de Adauto Novaes publicado pelo Jornal Valor Econômico no Suplemento Fim de Semana ( 29, 30 e 31 de agosto de 2008), intitulado "Entre Dois Mundos". O artigo tem por base a análise da condição humana no mundo atual, objeto de discussão, segundo o autor por conceituados pensadores da atualidade, no ciclo de conferências intitulado Mutações- A Condição Humana,realizado em setembro/outubro de 2007 no Rio de Janeiro.

Cito algumas afirmações do autor que corroboram as minhas em textos anteriores. "Um manto de incerteza cobre o presente e o futuro da condição humana - um vazio de compreensão da relação entre o mundo, estabelecido pela ciência, e o mundo da experiência, vivida pelo homem." Sendo assim, "falar da condição humana consiste em tentar entender o estado da relação desses dois mundos". Como essa interação ganhou novas configurações por avanços nas áreas da biotecnologia, tecnociência, hipercomputação e neurociência, com grandes consequências antropológicas e metafísicas, a pergunta crucial que Novaes coloca é : Qual será o lugar do homem dentro dessa "nova configuração de mundo estruturada em uma cosmologia relativista e uma microfísica quântica, que delineia uma matéria dessubstancializada ...e uma realidade fundamentalmente incerta "?

Existem em nosso imaginário registros do velho mundo e de nossas formas de interação com outros "seres humanos", que enfatizavam nosso lugar como sujeitos, agentes ativos na criação de nossa história de vida. Agora além de não acompanharmos a velocidade das mudanças para elaborarmos as devidas alterações internas, como lidar com as angústias provocadas pelo fato das interações ocorrerem com " novos seres criados em laboratórios, os cyborgs, os híbridos biotrônicos, a inteligência artificial equiparada à dos humanos, aos transmundanos"(que se multiplicam)? Como atuar "em um tempo homogêneo e vazio, no qual se passa sempre a mesma coisa - gestos incapazes de criar a experiência de relações dotadas de sentido"( investidas energeticamente de afeto)?

Novaes cita Hannah Arendt, e seu livro "A Crise da Cultura", ao abordar a cisão entre passado e futuro e o"intervalo no tempo que é inteiramente determinado por coisas que não existem ainda. Na história, esses intervalos mostraram, mais uma vez, que podem ocultar o momento da verdade (não apenas o histórico, mas o momento indeterminado, ou o vazio de pensamento), momento da passagem para o mundo de um novo pensamento". Aí questiona o autor: "Como lidar com nossa condição atual feita no vazio do pensamento, em (meio a) uma enorme ausência de paradigmas?"

Acrescento, de minha parte, que Arendt em seu outro livro "A Promessa da Política", mostra sua preocupação com as "implicações da pluralidade humana", com a capacidade do homem se situar, ou se auto-referenciar, ante as várias perspectivas sobre um mesmo evento. Sendo assim, segundo ela, deve ser considerado, na compreensão da condição humana, o agregar aos vários pontos-de-vista internos, ou seja, " à multiplicidade de significados e verdades estritamente relativas", aquelas vivências associativas, que emergem com o "reexperimentar os significados dos acontecimentos passados". Tal fato aumenta a complexidade humana e demanda uma visão e análises mais amplas envolvendo o mundo interno subjetivo e intencional.

Voltando a Novaes, o autor considera que "nesse momento de incerteza se procura resposta às questões: O que é humano? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? O homem busca o seu lugar na grande cadeia do ser e na ordem do mundo... ou seja, no momento de grandes mutações, quando mundo e ser enfrentam a incerteza e o vazio, o trabalho do pensamento tende a começar a interrogar o homem, sua existência e destino".

A meu ver, é essa "experiência de sair de si para entrar em si",que indica ter o homem dado um novo passo na evolução da espécie humana. Consegue o resgate de sua potência natural, pela reintrojeção do poder outorgado às máquinas para pensar e falar por ele. Sempre, e incluo aqui as omissões, temos o poder e a liberdade de efetuar escolhas, que, se bem decididas, nos levam a uma serenidade interior e harmonia interna, mais sincronizada quanto mais envolta numa auto-liderança ética.

Abordando os aspectos éticos, recordo Norberto Bobbio que, em seu livro "Elogio da Serenidade", aponta a diferenciação entre a "Ética dos Resultados" e a "Ética dos Princípios, ou das Virtudes". Observando o fenômeno da Virtude, acredito ser importante seguir as sensações internas. Vale uma reflexão sobre esse movimento interior e o bem-estar que acarreta.

Ante a percepção da capacidade humana de bem direcionar e ter auto-controle sobre esse campo bioenergético, e de usar de forma mais eficiente seu QI (inteligência) espiritual em prol da melhor qualidade de vida individual e coletiva , deixo-me embalar pela esperança de que , em meio a tanta destruição, já esteja se delineando uma sociedade de "seres humanos", corajosos e ousados, serenos e humanistas, que se permitam também "ver com os olhos do coração", se distanciando do mundo robotizado que procura fechar seu cerco ao redor de nós.

Aurora Gite

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Física, Psicologia, Direito,Ética sobem no século 21

Primeira parte:

Aceleradas descobertas no campo biotécnológico, biogenético e biomolecular possibilitaram a quebra de paradigmas obsoletos , realçando a necessidade de uma série de investigações, inferências e reflexões, que reportem a novos conjuntos teóricos, para dar conta dos recentes fenômentos observados.

A nova era que se inicia, com tantas e aceleradas transformações, ao mesmo tempo que fascina, também amedronta. O quadro social, abrangendo aspectos políticos, econômicos e culturais nos confronta com catastróficas previsões, inclusive anunciadoras, segundo as profecias de Nostradamus, de um fim de mundo. Sob uma perspectiva arrojada, poderíamos compreender essa mudança de século como tendo sido fim de um ciclo realmente, com novas formas de viver e conviver. Para evidenciar tal fato aí estão as novas formas de comunicação e diferentes interações, propiciadas pela linguagem computadorizada globalizada e relações impessoais online ou inter-clonadas, que demandam reprogramações cerebrais e grandes mudanças culturais . É um "admirável mundo novo" que se delineia, só espero que se distancie do descrito por Huxley.

Descobertas avançadas em Genética Molecular e Física Quântica, além das realizadas na área de diagnóstico por imagens têm possibilitado observar o funcionamento mental sob outro prisma e reconhecer novas formas de interação mental .

O desconhecimento sobre a energia mobilizadora do dinamismo psíquico, as várias construções teóricas complexas em suas conceituações e excludentes das demais teorias, trazem como consequência o descrédito sobre a inclusão da Psicologia no campo científico. Há anos defendo a busca de uma linguagem psicológica mais integrativa e uma visão mais vitalista, considerando a força do biomagnetismo humano. Uma observação atenta do campo vincular relacional e de sua qualidade servindo mesmo como experiência emocional corretiva para os envolvidos, nos direciona para uma leitura energética do ser humano. Não se pode mais negar a memória e comunicação inter e intracelular, nem a atuação de leis universais como a de atração e reação. Nesse sentido, urge melhor consideração sobre o mistério da consciência em seu espectro diferenciado que nos coloca em vários campos dimensionais da matéria visível à invisível, não tão oculta agora.

Gleiser (A Dança do Universo,1997) nos confronta com possíveis consequências do poder do eletromagnetismo e do fenômento da reversibilidade do tempo, com a geração da matéria e anti-matéria sob altas energias: " Devido a essas flutuações de energia do vácuo quântico, vários fenômenos muito interessantes tornam-se possíveis... sabemos pela relatividade espacial que energia e matéria podem ser convertidas em partículas de matéria... Essas partículas que surgem como flutuações do vácuo são conhecidas como partículas virtuais..." O autor diferencia o vácuo ou "Nada quântico" do "Nada Metafísico", representante do vazio absoluto, que abordo proximamente, visto não podermos mais deixar de considerar a dimensão espiritual do homem, sua faculdade intuitiva, sua fé terapêutica, daí advindo.

É inegável o poder de forças eletromagnéticas, despertadas pela estimulação da faculdade de imaginar , na qual participariam várias operações mentais e alterações bioquímicas. Reagrupamentos energéticos seriam gerados pelo aumento de sinapses neuronais e por possíveis transformações ocasionadas pela concentração conectiva (associação de idéias e imagens em ação). A união de afetos e estados alterados de consciência em diferentes graus de condensações de matéria, e sua valiosa força catártica e terapêutica, demandam para melhor eficácia uma leitura interdisciplinar Psicologia e Física Contemporânea.

Ante as novas descobertas é preciso questionar paradigmas ultrapassados "sem estigmas", não cabendo mais a compreensão do ser humano através de ajustes e enquadramentos a corpos teóricos já existentes. É importante, ainda, realçar que entre os atributos de um "cientista" estão sua liberdade de criar e a flexibilidade para investigar e pensar sobre o fenômeno humano, se utilizando de dados colhidos na realidade vivencial de seu aqui e agora , pois, embora seu mundo de significados possa estar deslocado dinamicamente na dimensão tempo-espacial, a forma de interferência no presente deve adquirir maior peso e deve ser o foco da atenção e atuações.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Quem sou eu? Ou como faço para saber quem sou?

Um dos maiores paradoxos da vida reside na resposta a essa pergunta. Dados pessoais nunca a responderiam. Nome, idade, sexo, estado civil, profissão , descrições de aparência servem mais para encobrir a pessoa que realmente somos.

Padrões externos, incorporados por nós, contribuem para estruturar nossa "Torre de Babel" interna. O contato direto com nosso potencial verdadeiro, desejos e necessidades, se perde ante tantos linguajares distintos. "Você é assim, seja assim, você deve ser assim"... Mais ruídos incompreensíveis, maior insatisfação e vazio em quem os acolhe.

E as sociedades se perguntam por que o caos entre as pessoas? Por que tanta violência e agressividade? Por que o desrespeito se alastra? E o ser humano se questiona sobre qual seria a causa de tamanha angústia, levando à depressão e ao pânico - males do século passado, assim podemos considerar - ou ao aumento de manifestações perversas e surtos psicóticos - males do século 21.

Revendo com atenção filmes infantis, sempre encontro respostas para constatações humanas atemporais e inquietantes. Muitos me mostram, inclusive, quais são os passos necessários rumo à saúde mental. Dois deles, em especial, "O Pequeno Princípe"(de Saint Exupéry) e "Duas Vidas"(com Bruce Willis) abordam o reencontro com nosso "lado criança", abandonado durante a inserção no que foi chamado de "civilização".

Quantos papéis assumimos abandonando esse nosso lado imanente, ou quem realmente somos. Muitas vezes ante a expectativa de que o outro nos aceite e possa nos inserir em seu mundo afetivo. Grande erro, pois buscamos ser o que não somos para nos enquadrar no que o outro espera que sejamos. o que prevalece, portanto, é o desejo do outro, e não o nosso. Em nosso interior se alastra a pobreza da autoestima e a fragilidade egóica, representadas por esse esmolar afeto , esquecendo que é de dentro de nós que vem o clamor: "Ei,olhe para mim, me dê atenção, me escute, me dê seu afeto! Você esqueceu que somos parceiros na vida?"

Acredito que de Tolstoi tenha vindo a famosa frase:"Sei que sou, que existo, mas que só posso tornar-me eu através do outro." Ela nos indica a ponte a trilhar no intercâmbio entre os mundos interior e exterior, nos dando a dica para obter nosso autoconhecimento. Não é mágica, nem tão simples. Está no esforço e empenho em buscar entender as projeções feitas e reincorporar o que de nós foi depositado no outro.

Quem de nós não se viu, quando criança, tímido e ingênuo, buscando a compreensão dos adultos ao mostrar suas obras-primas, emolduradas pela espontaneidade e autenticidade das intenções infantis?

No entanto, toda exposição também se torna um risco se não tivermos um autoreferencial bem fortalecido. Pode acarretar grande desapontamento se acarretar uma enxurrada de opiniões desumanas em seus parâmetros subjetivos, descrições frias e objetivas, julgamentos preconceituosos. Isso tudo remetendo ao fechamento e isolamento, à repressão de parte de nosso ser que só queria "ser livre", expressar seu "ser feliz" e ter o devido respeito e acolhimento ao tentar abrir seu espaço no mundo dos adultos.

O filme "O Pequeno Príncipe" retrata esse processo muito bem:

  • as inúmeras tentativas de um menino buscando, sem sucesso, que adultos reconhecessem seu desenho de "uma jibóia que engoliu um elefante";
  • ao crescer e se tornar adulto, sua fuga de um mundo que, segundo ele, enlouqueceu só falando de gravatas, conquistas, dinheiro, e notando que precisava respirar, fugiu e se pôs a voar já que precisava de ar;
  • o imprevisto da queda do avião que pilotava e a impaciência ante a busca de prováveis defeitos e correções;
  • o impacto do inesperado encontro com seu lado menino em meio à solidão e ao silêncio de deserto que se encontrava;
  • o confronto com sua essência-alma, flor única para qualquer ser humano a exigir seu amor e cuidados por toda sua existência;
  • o contato com a raposa que lhe ensinou sobre o amor, sobre o cativar e ser cativado, e que lhe fez entender que sua flor se tornou importante e única pelo cuidado que lhe havia dispensado. "Nos tornamos responsáveis pelo que cativamos." "O essencial só é visível aos olhos do coração.";
  • a necessidade da separação entre o lado adulto e o infantil na vida prática;
  • o retorno do lado infantil à nossa memória, permanecendo com seu riso espalhado por todas as estrelas no céu, podemos ouvi-lo por toda vida, se assim o quisermos. "Nosso jovem coração" conserva a alegria e os velhos sonhos.

O filme "Duas Vidas" nos encaminha mensagens semelhantes. Retrata como a parte infantil continua viva dentro de nós, independente da passagem do tempo cronológico.

  • Nossos sonhos de infância continuam nos incomodando.
  • Mesmo nos tornando homens e mulheres bem sucedidos, não nos sentimos plenamente realizados. Algo nos falta. As conquistas não têm sentido, que nos preencha a vida e dê significado para nossa existência.
  • Posturas egocêntrica e mimadas não estão abertas ao amor. Guardam amargor e sofrimento, pois não sabem reagir a frustrações de outra forma. Ao só receberem, não abrangem a felicidade contida no "dar de si".
  • Em qualquer momento de nossa existência, temos um encontro marcado para o enfrentamento com os fantasmas de nossa infância, para a atualização de experiências sofridas e liberação e melhor direcionamento do afeto represado.
  • Ao buscar a integração com nossa criança interior, apoiá-la com o adulto que somos, para que ela possa reviver suas experiências dolorosas com menor sofrimento, estabelecemos com ela um verdadeiro vínculo de amizade.
  • Somos capazes de ... , passamos a nos aceitar como somos e não como gostaríamos de ser, resgatamos nossa autoestima e autosegurança.

Se o filme se inicia com mudança em família e coisas de um sótão a serem remexidas, reabrindo nossas histórias de vidas, nos envolve com a reintegração e com o confronto com o "quem sou eu". É daí que surge a possibilidade de nova compreensão sobre relações desgastantes e devidas reestruturações, bem como a oportunidade de entrega a um amor estável e sereno. A pessoa se abre ao cultivo de relações mais humanas ante a abertura para manifestar seu lado afetivo sem receio de vivenciá-lo.

Transporto agora tudo isso para o meu "quem sou eu".

Aprendi a me preservar, inicialmente me adaptando ao que esperavam de mim, agora simplesmente "sendo eu mesma", simples dentro de uma enorme complexidade. Sou alguém que resgatou e cuida de sua "flor" única e especial por isso.

Preciso pontuar que minha flor me dá um trabalhão, pois é muito dengosa e tem muito orgulho de si e de seu caminhar, mas eu tenho muito amor para lhe dar?

Sou alguém que busca "ser na vida" e não "estar na vida" e ser carregada pela "impessoalidade do acaso".

Obrigada, amigo, mais uma vez pela honestidade. Valeram as "tertúlias".
Aurora Gite

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Otimizando recursos em tempo de crise

Todos nós temos que constituir e conviver com nosso
Fundo Mental Individual (FMI), auditorias, censuras e correções mentais.
Todos nós temos que identificar nosso capital inicial e superávit prímário,
Realizar balanços equilibrados de "perdas" e "ganhos"., e sempre investir.

Todos nós pautamos e referendamos negociações e replanejamentos,
Embasamos operações internas em auto-contratos instáveis e levianos,
Que podem interferir no comprometimento ético e abalar a confiança na auto-liderança;
Ou, sérios e confiáveis, que conduzem à transparência e maior adesão à auto-gestão.

Todos nós temos que despender elevados custos operacionais,
Pagar altos honorários inter-relacionais, e lutar contra egos inflacionários,
Muitas vezes, envolvendo "spreads", empréstimos e taxas outras de juros,
Visando a auto-preservação ante adaptações, ou correção de erros cometidos.

Todos nós temos que conviver com um mercado social volátil e imprevisível,
Que necessita de constantes trocas e substituições de metas e ideais,
Na busca do encontro interior com auto-equilíbrio, estabilidade, fidelidade, credibilidade,
Com a segurança de uma auto-imagem confiável e a serenidade de uma boa auto-estima.

Todos nós temos que, para atender a uma demanda mercadológica existencial,
E visão de futuro voltada para a dignidade pessoal e profissional,
Direcionar nossos investimentos para constante desenvolvimento e aprimoramento,
Focar metas em busca de nossa curva ascendente evolutiva.

Sucesso ou fracasso dependem da eficácia de fazer as coisas acontecerem,
Da apurada reflexão sobre a importação e exportação dos próprios conhecimentos,
Da mobilização estratégica do capital das idéias e emoções, dos valores éticos e políticos:
Questão essencial e emergencial de gerenciamento, empenho e prontidão nas escolhas.

Porém, só a cada um compete tomar as decisões e aproveitar as oportunidades
Ter coragem de abrir espaço internamente e ser sujeito de suas ações e aplicações,
Assumir o risco de mudar o ultrapassado, criar e inovar, sonhar e acreditar,
Lutar pela excelência na qualidade e otimização dos próprios recursos internos.


Esse é o texto de abertura de meu blog, e já pude delinear a vocês um pouco do meu perfil pessoal. Espero seus comentários sobre seu conteúdo, fonte de motivação e feedback para mim.
Aurora Gite