segunda-feira, 30 de maio de 2016

Alinhando vivências com descobertas do milênio

"Meus clientes costumam cair em transe profundo...Creio que isso acontece porque os sons penetram seu corpo no nível celular, provocando mudanças no DNA...O som fundamental de uma pessoa, produzido por sua própria voz, é a mais poderosa ferramenta de cura para harmonizar e regenerar o corpo no nível celular... O campo energético das células mudava a cada nota da cantora até a emissão da nota fá, pois nesse ponto as células se harmonizaram perfeitamente com sua voz, produzindo uma forma de vibrante cor magenta e azul-celeste". (Joy Gardner, p.64 e p.25) .

Constata Gardner a mudança radical que ocorre ante a nova maneira de perceber o universo; a união de leituras da Física, da Metafísica e da Psicologia Transpessoal voltado ao "sentir o campo eletromagnético" que envolve o enfermo e sua doença como um todo; o método de Alinhamento Vibracional na busca do equilíbrio e harmonização de suas energias; o sistema de Diagnose pelos Chakras, para "correlacionar o impulso sentido em cada chakra com a compreensão de suas funções"; a importância da adequada ativação do campo energético dos chakras na obtenção da liberação de bloqueios energéticos; a Cura Vibracional pelo uso racional e intuitivo de instrumentos vibratórios como o som, a luz e as cores, o aroma, as pedras como os cristais...; a adoção de posturas ecléticas e abertas ao desconhecido mundo das vibrações até agora, para a captação dos campos vibratórios, para a linguagem das intensidades das energias, das ondas e frequências que equivalem às amplitudes, velocidades e intensidades das percepções.  

Ante a cosmovisão advinda com as descobertas do mundo subatômico, essa cientista nos confronta com a necessidade de abertura ao estudo científico dos fenômenos ditos paranormais, pois surgem "novas maneiras de explicar e compreender a realidade na qual vivemos". Ao paradigma newtoniano mecanicista se superpõe o paradigma holístico ou holográfico, pelo qual tudo que existe está integrado em extrema conexão e em relação dialética de trocas se inter-influenciando continuamente, percepção de estados alterados de consciência, compreensão sobre a existência de mundos paralelos onde atuam diferentes níveis de energia desde as mais concretas, mais visíveis e passíveis de medição comportamental, até as mais sutis, invisíveis a olho nu, registradas no diário das impressões dos sensitivos.

"Chakra (sânscrito) significa roda ou vórtice, centro não-físico de energia turbilhonante... convertem energias altamente sutis em estruturas celulares do corpo físico, canalizando energia de determinada forma e frequência para o nível energético imediatamente inferior. Essa energia inferior e mais concreta passa então por mudanças hormonais, fisiológicas e, por fim, celulares no nível físico."(p.29)

Joy Gardner em seu livro "Cura Vibracional através dos Chakras" (SP: Cultrix, 2007) manifesta sua inquietude: "Como poderão a luz, a cor e o som afetar as emoções e mesmo alterar a estrutura do corpo?" (p.72). Sabemos que nosso corpo é constituído de carne sólida, sangue e ossos, e que hormônios, substâncias químicas e drogas -farmacêuticas ou não - podem afetar bem estar físico e emocional..."O ambiente eletromagnético normal é necessário para a execução dos processos fisiológicos e a vivência de experiências emocionais normais...  e que experimentos monitorados (como os) da cientista Valerie Hunt (e Barbara Ann Brennan, estudos sobre bioenergia, a imposição de mãos e passagem de energia) explicam até que ponto o eletromagnetismo afeta o corpo humano."(p.73)

Esclarece ainda a autora: "O eletromagnetismo é definido como a física da eletricidade e do magnetismo. A energia elétrica flui por nosso corpo e é por ele produzida. Campos magnéticos operam dentro e ao redor do corpo... O eletromagnetismo de nosso planeta vem decrescendo regularmente e hoje está mais baixo do que nunca. Por isso, não surpreende que as pessoas se vejam às voltas com uma carga impressionante de ansiedade, depressão e incapacidade de aprendizado." (p.73 e p.75)

Atualmente articulo o conjunto de ideias e vivências de Brennan (Mãos de Luz: um guia para a cura através do Campo de Energia Humana, 2006; Luz Emergente: a Jornada da Cura Pessoal, 1993) com a descrição da prática clínica de Gardner (Cura Vibracional através dos Chakras: com Luz, Som, Cristais e Aromaterapia, 2006). Tarefa meio hercúlea, por distanciar-se muito de minha linha de atuação como terapeuta. Para mim estava claro que a função da doença como oportunidade de resgate do paciente de sua harmonia interior. Já me utilizava da leitura da representação psíquica da escolha do órgão acometido e da significação subjetiva da disfuncionalidade fisiológica na somatização para, facilitando ao paciente dar voz à sua doença, propiciar que estabelecesse um diálogo com o que lhe faltava em sua existência e que era expresso por sua disfunção (técnica gestáltica?).

Pessoalmente, a linguagem metafísica sempre me foi de fácil compreensão. Embora nunca tivesse me vinculado a nenhuma conjuntura que não me permitisse exercer minha liberdade, e que buscasse me encapsular dentro de dogmas e rituais específicos, me outorgava o direito de refletir sobre o conteúdo do que pregavam e verificar sua aplicação prática em meu campo vivencial, principalmente espiritual.

Desde pequena algumas vivências me assustavam. Algumas deixo registradas. Era uma criança muito medrosa e os chamados "adultos" a meu redor contribuíam para que assim me sentisse: adultos, por ignorância ou maldade mesmo, colocam medos irracionais nas crianças, sem sequer refletirem sobre o mal que estariam ocasionando na formação de sua personalidade. Lembro de uma tia-avó, muito apegada afetivamente à minha mãe, que ante sinal de rebeldia de minha parte, sempre dizia que viria puxar meus pés quando morresse. Foram-se anos de adolescência para elaborar e conseguir dormir sem cobertas presas fortemente embaixo do colchão. Que castigo, desconsiderando que minha mãe não era estável emocionalmente e que, por vezes, não me deixava entrar em seu apartamento, porque tinha me aproximado da namorada de meu irmão de quem ela não gostava; seu lema não tem a mesma opinião que eu, ou não age como eu espero ... então está contra mim: rejeição de amor direta e de constante rememorar atemporal ... convivência materna atroz para crianças e adultos mesmo!

Cedo me via envolta com vivência inexplicáveis. Como entender que conseguisse repetir uma aula inteira de Geografia, explicando a formação dos ventos e as pressões atmosféricas; ou de solucionar problemas de Geometria, sem nunca ter conhecimento prévio da matéria? Colegas ficaram surpresos e vieram me questionar depois. As devidas professoras, no final de minhas exposições, abriram seus diários e, em caráter de exceção, me deram uma nota 10. Dentro de mim eu sabia que não conseguiria repetir, mesmo tendo estado atenta e concentrada enquanto explicavam a primeira vez.

Depois em algumas circunstâncias passei por idêntica experiência. Adulta, meu interesse se voltou para a Doutrina Espírita e para cursar como aprendiz e depois dentro da formação mediúnica. As temáticas me eram de fácil compreensão, mas como explicar que só de ler o capítulo "Apocalipse" referente à aula da noite, tendo faltado o professor, e sendo perguntado quem poderia explicar aos colegas, o fiz de forma impecável tanto que o coordenador aplaudiu e disse que o professor não fez falta. Hoje, não lembro do conteúdo e como articulei minha exposição. Na época o tema me era muito familiar.

Como explicar que em uma palestra sobre Parapsicologia, ministrada em conhecida igreja por um renomado padre estudioso do assunto, fui escolhida com mais 4, para participar de uma sessão de hipnose. Fomos colocados atrás de 5 mesinhas e com as mãos em cima delas. Deveríamos manter os olhos fechados, ouvindo a voz pausada do padre. Lembro que me envolvi de tal forma, que ao ter por mim novamente, escutei o barulho de uma mesa batendo no chão de madeira, e pensei que alguém tinha entrado em transe hipnótico. Tal não foi a minha surpresa, que sem meu total conhecimento, era "eu", ou uma parte de mim. Mas onde minha consciência estivera? Como meu corpo seguira ordens e agira, sem que eu tivesse conhecimento do que me acontecia?

Isso sem comentar o pavor quando deitada na cama, de olhos fechados e relaxada, percebo que meu corpo flutua e posso "ver" (visão interior?) meu corpo sobre a cama. E quando, ao escovar os dentes, percebo num piscar de olhos uma luz advinda de meu interior na altura do que chamam terceiro olho, em distância de 3 cm aproximadamente para dentro de mim ( localização da pineal?); lembro de piscar os olhos e em cada fechada o clarão estava lá. E que pavor imenso, quando deitada via um clarão azulado em cima de minha cabeça... abria os olhos e nada via... fechava e ele estava lá. O mesmo ocorria com a sensação visual de vultos não só em meu quarto, como perto de meus pacientes ( uma perdera o marido dias após intuía a presença da mãe, outra tivera a notícia da doença incurável do filho e eu intuía a presença do marido) e eu abria e fechava os olhos e as névoas dos vultos ali se mantinham . O pior é que meu medo me fez rechaçar tais vivências.

Por volta de 1976, passando por momentos de perdas afetivas, tinha certeza de atuar dentro de meus padrões éticos, sob critérios subjetivos de uma Ética interior e não de regras morais impostas. Isolada e sofrida, me posicionava no chão em um canto no silêncio de meu quarto, quando senti como um imã, a força de uma mola impulsionando minha mente (salto quântico?). Logo me veio que ou estava morrendo, ou estava enlouquecendo. Minha consciência atingiu um patamar superior onde me senti aconchegada pela luz (amarelada?), pelo calor do ambiente e sensação de plenitude e serenidade... pelo eloquente silêncio expandindo afeto amoroso...não precisava de palavras, a comunicação ocorria por outra linguagem. A sensação de felicidade era imensa. Aí me assustei, estava acordada vivenciando esse estado alterado de consciência novamente... meu Deus estava acordada e viva... era uma experiência interior e veio o medo. Precisava retornar, pois minhas filhas dependiam de mim. E, de repente, ocorre um rompimento da força de atração, sem nenhum impacto acontece o retorno de minha mente para onde "eu", ou parte de mim, estava e me vi e senti no mesmo local do quarto, sendo acompanhada da serena sensação de plenitude e felicidade. Essa energia nunca mais me abandonou.

Como colocar tudo isto em aberto em sessões de terapia ou em trocas inexistentes com colegas na maioria psicanalíticos, mesmo em interações com pessoas espiritualistas, se eu mesma estava mergulhada em profundos medos, sem cair na ridicularização e humilhação de tacanhos cientistas, particularmente que analisam os mecanismos psíquicos e os recursos mentais visando a manutenção da saúde mental?

Tinha certeza de que a ciência "até agora", repelia veementemente quaisquer experiências de estudiosos desses mundos paralelos, desses estados alterados de consciência, dos fenômenos paranormais de clarividência, clariaudiência, cinestesia e tantos outros, que nem nomeados ainda foram. Pessoalmente, retorno de onde parei, ao ler "A Memória das Células" e "Medicina Vibracional" e refletir sobre a nova ciência que despontava. A retomada da leitura dos livros de Brennan e agora do livro de Gardner me possibilitam esclarecimentos imprescindíveis para essa jornada espiritual, encontro pessoal de cada um consigo mesmo, alinhamento (vibracional?) de sua existência com sua essência, só perceptível a cada um, que é realmente singular em sua unicidade como ser humano. Hoje considero esses reconhecimentos, empáticos e intuitivos interacionais, culminando no alinhamento e fortalecimento da integridade do patrimônio energético, a missão "intransferível" do ser humano em seu viver.

Há meses perdi minha filha caçula. A morte nunca me apavorou, como ocorre a quem está envolto em grandes apegos, ou a situações que necessitam de imediatas solturas de possíveis culpas e resgates reparadores afetivos. Nossa relação era intensa, assim como nossas trocas sobre aprendizados. Também ela se interessava pela ciência espírita e pela linguagem bioenergética, pela transmissão de energia e, em alguns casos pela cura, através dos passes. Procurava ela, ainda em vida, compreender a linguagem do mundo vibracional, até que seu viver foi interrompido, em seus 43 anos, por um infarto fulminante. Sei que demos, uma a outra, nos últimos anos em especial, do nosso melhor. Procuro perder o medo de possíveis intercâmbios entre nossos mundos tão próximos e de energias tão diferentes, após sua morte física. Busco apreender, cada vez mais, o mistério e a compreensão da comunicação vibracional. Se vale a serenidade,  sensação de plenitude e felicidade, que ainda marcam minha alma depois de tantos e tantos anos... Sei que a energia de minha filha, ante o abandono da constituição física, estará bem ... Sei que nossas energias se identificarão, em um espaço pleno e atemporal, pela qualidade interacional intensa de nossas vibrações.


sábado, 7 de maio de 2016

Como explicar a uma criança a dor da morte?

Como explicar a uma criança que, em datas significativas é a "dor da saudade" dos que estão ausentes, que faz o coração sangrar, jorrando afeto? O pensar é frio em sua lógica e busca reprimir a expressão dos afetos.

Como explicar a uma criança que "imagens estanques em fotos", presas a recortes do que foi um momento passado, ao "olhar de ternura", ganham vida dentro de nós? E que não devemos nos envergonhar das autênticas expressões de nossa ternura?

Como explicar a "presença da ausência", que não concretiza vazio nem solidão, nem sofrimento de perda ou não posse, visto persistir a "união de almas"?

Não é a morte que nos arranca a presença física de pessoas significativas, que nos impede de pensar nelas e senti-las em nós. "Em mim você vive, filha!", embora exista sua certidão de óbito com o registro do dia 12.07.2015. "Eta" manhã de domingo impactante, nos obrigando a refletir sobre o "mistério da vida"!

O quanto valeu o "calor de um abraço tão carinhoso", sem ter noção que seria o derradeiro, a ser conservado vivo na "terna lembrança do afeto"!

Quanto vale a certeza de não carregar mágoas ou culpas, decorrentes de interações mal resolvidas! "Tudo zerado a cada instante de vida", conversado e esclarecido!

Como explicar a riqueza contida em diálogos francos e honestos, buscando resolver desavenças e tirar dúvidas, que minam os afetos amorosos e afastam as pessoas?

Por vezes, só pensamos nessas reflexões quando não temos mais por perto as pessoas que amamos, ou quando a presença da morte nos mobiliza à resgates mais imediatos.

Nada como a "serenidade" adquirida, após resgates efetuados à contento, visto obtermos a "calmaria interna e segurança" por ter dado nosso melhor!

Primeiro "Dia das Mães" sem você, Andréa do Amaral Cyrillo Dias. Filha, que sufoco! Não será fácil enfrentar as fantasias, ideias que jorram impetuosas e se chocam no mundo mental, mobilizando as dores de uma existência com sua falta, meu amor... Interações de boa qualidade não merecem viver envoltas nesses fantasmas mentais, menosprezando a realidade da energia espiritual que as envolve.

Só buscando "nossa união de almas!" e evocando a "gratidão" por sua vida ter sido interrompida (infarto fulminante com 43 anos, cercada dos três filhos, inclusive do tão desejado "temporão" de 5 anos); se foi da mesma forma que chegou em meu útero (9 meses antes da manhã de 23.03.1972, dia de seu nascimento).

Agora é nos permitirmos "expressar a dor da perda", aprendermos a "conviver resignadamente com a ausência", manifestarmos em palavras esse sofrimento "sem censuras ou repressões"... "amadurecermos emocionalmente ao lidar com dor da morte" e podermos "nos aventurar a explicá-la de forma realista", como fenômeno que faz parte da vida.

Ops, maior lição vem de procurarmos "bem viver nosso presente, enquanto ainda respiramos vida", o que significa, a meu ver, na "não escolha de morrer em vida, no tédio e estagnação mortal - física, psíquica, espiritual "!


domingo, 1 de maio de 2016

O desafio do educar para o milênio

No milênio com acelerado avanço tecnológico, onde a educação se volta ao caráter inovador e empreendedor, novo abismo se abriu em minhas análises ao assistir, estarrecida, as sessões da Comissão de Impeachment do Senado.

Lá vinha eu tentando montar o perfil do educador para o profissional que nosso milênio demanda, qual seja; * autêntico em suas descobertas aplicadas a uma prática de vida cotidiana;
*  com seu espírito criativo, autonomia e liberdade de pensar continuamente sendo estimulados;
* com sua determinação e firmeza voltadas para um querer-fazer-acontecer,que só tende a ocorrer ao ocupar um espaço social que lhe é devido pela qualidade de suas intervenções na sociedade;
* com assíduo incentivo ao orgulho pessoal por realizações concretas, e a contenção da cegueira ante vaidades despertadas por "tornar-se um ser único e singular em meio ao coletivo onde se inserir";
* com a ambição e perseverança do empreendedor proativo, eficiente e eficaz, que busca trazer ideias inovadoras e transformadoras para a evolução cultural do mundo contemporâneo; que traz para o presente não só suas aprendizagens do passado mas suas metas desenvolvimentistas futuristas, sempre podendo se voltar a novos planejamentos estratégicos e novas logísticas visando melhorias a seu redor.

De repente, fui obrigada a conter meu espanto. Ideias "quixotescas" quanto aos nossos homens públicos, que poderiam zelar por nosso bem e segurança como cidadãos que os elegeram, garantir a integridade e dignidade, a justiça e a honestidade,do que por direito cabe ao povo, de quem deveriam ser porta-vozes, foram caindo por terra...A sobrevivência mental só subsistiria ante a construção de fantasias tipos de moinhos de vento, cavalos e não pangarés, amadas e não mulheres feias e fedidas, armadilhas quebradas no corpo de um herói velho, pobre e alquebrado, ora louco e ora palhaço... que se dizia preocupado com a justiça, com a moralização da cultura, com a dignidade humana, com valores que alicerçassem um bem comum. Quem servirá de um Sancho Pança realista, escudeiro fiel, baixo e gordo, que tenta mostrar a realidade a quem segue servindo?

Quem mostraria o mundo real desse plenário parlamentar em sessão tão longe da dignidade ética, respeito a honestidade, lealdade e fidelidade, credibilidade política... para que se consiga a transformação de um governo tão omisso e corrupto?

Sonhos e fantasias foram sendo desconstruídos a cada intervenção parlamentar e de lideranças. Onde estava o homem justo, preocupado com a questão política? Onde estava a consciência de cada um de nossos representantes na luta por uma política do bem comum? Como analisar com isenção, corretamente, tantas variáveis, distoantes com a conduta de um bom político? Como acompanhar a articulação de ideias, se conteúdos foram desprezados, em prol do tempo formal de minutos (5, 3, 2 ou 1 minuto), se raciocínios eram interrompidos constantemente por manipulações maldosas cujo intuito era não permitir um discurso lógico?

Constituir um diálogo é obra de arte na política, Cervantes em seu "Dom Quixote" nos faz refletir sobre a consciência do homem, que tem que ser justo ante quaisquer circunstâncias. Aborda a arte de buscar o equilíbrio entre sonhos e a realidade. Nesse sentido, projetos são sonhos e o importante é aproximar o sonho da realidade, no intercâmbio contínuo da construção e desconstrução de nossas fantasias. Como sonhar com um mundo melhor, com um governo menos corrupto e mais justo com o povo? Como desconstruir o que "não se vê", cegueira dos que estão convictos de crenças e ideologias em nada realistas? Como dialogar com armas de provas e evidências, se as interações se voltam a ataques pessoais voltados a interesses outros que a verdade dos fatos apontam?

Para os que conhecem a estória do Rei que se deixa influenciar por alfaiates ardilosos e ambiciosos que cobram altos custos pelo traje de seu desfile, fios de ouro invisíveis, manto grandioso só visível aos puros... Acredito que o nome seja "A roupa nova do rei". Acaba o Rei desfilando nu, certo que trajava uma roupa suntuosa, digna de um imperador. Todos espantados o contemplavam, até que um menino grita em altos brados rindo: "Olhem, o rei está nu!"

Acredito que o representante do PSD/MT, Senador José Medeiros, posteriormente acompanhado do Senador do PSDB/PB, Cássio Cunha Lima, nos confrontam com o fato da existência de " grande perigo, um bicho que tem cara de gato, corre atrás de ratos, mia como gato... mas que o governo e muitos do plenário, querem nos fazer crer que não é um gato! Qual será o bicho que não pode, apresentando essas evidências, assim ser nomeado?"

Pediria, aos estudiosos das áreas da saúde mental, que transformassem essas sessões em laboratórios de pesquisa e se imaginassem observando as interações dos "doutos senadores da República" , neutros em salas de vidro superiores, que abrangessem as atitudes dos mesmos no amplo plenário: as conversas paralelas, os papos nos celulares, os quitutes saboreados,os chistes que faziam rir os que estivessem ao redor desconsiderando o respeito ao ambiente parlamentar e quem estivesse discursando, o menosprezo às ideias e argumentos apresentados por quem estivesse se utilizando do microfone... Torre de Babel... opiniões se atropelando, tempo de fala dos adversários até cronometrados, luta por quem fala segundos a mais, disputa por ter seu tempo de explanação além dos colegas "por direito, por equidade..." interrompidos por "questão de ordem" de minuto a minuto...

 Luta por interesses individuais além do coletivo, do bem comum... Sessão de horror, se considerássemos os valores morais implicados. Sanatório de loucuras, sem limites para insanidades, sem respeito a frágeis colocações de limites por parte de líderes frágeis e também perdidos, líderes com dificuldades para conter o ataque de insanos... Haja visto, testemunhas serem convidadas, mas o viés distorcido direcionou várias cobranças. Chegaram no horário estipulado. Questão de ordem do plenário inverteu aprovações de outras questões em vez de ouví-las. Esperaram cerca de horas. Aprovação ou rejeição de outras questões colocaram em ebulição "feiresca" a maioria do plenário. Existiam senadores conscienciosos, que assistiam atônitos, mas impotentes. Qualquer tentativa de colocarem limites e pedirem atenção e respeito,"atraíam sobre si os impropérios dos incautos". Voltavam a calar-se em prol do próprio bom senso. Que o povo julgasse! Tudo estava sendo televisionado, toda "espetacularização" estava sendo registrada!

E meus pares estudiosos da saúde mental... e eu... que nos questionássemos acuradamente sobre a  clínica que observávamos...o Sanatório Público repleto de atitudes insanas, amorais e antiéticas. A entrada nesse Sanatório é passagem obrigatória e constitui o desafio do educar para o milênio. Não é fácil o aprendizado para o saber discernir o que nos é próprio, do que nos é projetado e acabamos incorporando por receio de sermos rejeitados por nossos pares, inclusive. Não é fácil nos bancarmos ao nos expormos, ao manifestarmos quem somos realmente, e aprendermos a tolerar a intolerância dos divergentes que tentam doutrinar e não debater ideias. Não é fácil nos orgulharmos de quem somos, com nossos pontos fracos e fortes, e continuarmos a evoluir lutando por um social melhor, mais justo e digno, e pela contínua conquista cotidiana visando o bem-estar coletivo dentro de sociedades tão desiguais e hoje ainda tão desumanas.Não é fácil derrubar currículos obsoletos, didáticas visando acúmulos de informações sem estabelecer os vínculos com a praticidade cotidiana... verdadeiros moinhos de vento no ensino que temos que enfrentar ante a cegueira dos governantes na área da educação e pouca disponibilidade para mudanças efetivas, além do aparato quixotesco irracional e distorcido.

Lúcia Thompson