sábado, 28 de novembro de 2015

"Sensitividade Mediúnica ou Sensibilidade Premonitória?"

Novas descobertas sobre o mundo quântico subatômico e novos canais mentais se abrindo, facultando novas compreensões sobre a condição humana.

Há anos meus estudos me direcionam para a necessidade do ser humano de alinhar e acoplar suas energias, tanto as orgânicas de nossos "sistemas metabólicos bioeletroquímicos senso-perceptivos", quanto as subatômicas de nossos "sistemas quânticos psíquicos bioeletromagnéticos sensitivo-perceptivos".

Esses movimentos internos dependentes da "subjetividade volitiva e intencionalidade do observador" não são fáceis de serem mantidos em equilíbrio. Mas deles decorrem a "alquimia psíquica interna" ao propiciar que a energia contida em "ondas de probabilidades virtuais circunstanciais" se torne, através do foco do observador, energia emitida em "pulsos de partículas", melhor dizendo em eventos concretos sucessivos, passíveis de escolha, dentro de um processo subjetivo seletivo.

Cada vez mais passamos a reconhecer os recursos e nos esforçar em nosso processo constante de autoconhecimento, podendo assim diferenciar "como somos afetados" pelos estímulos que nos atingem e "como podemos administrar" nossa energia vital  a contento, para evitar seu desperdício tendo ciência dos prejuízos para nosso "bem-estar biopsicossocial e espiritual".

Aos poucos, vamos nos familiarizando com a ideia do reconhecimento de novas vias de informação que demandam disponibilidade para o aprendizado de novas formas de comunicação. Ainda pertence ao campo da estranheza a percepção de dois mundos, o visível e o invisível, perceptível por seus efeitos. Hoje penso como se existisse uma barreira invisível os separando. Não importa quem esteja do lado de cá com sua integridade física e psíquica preservadas tomando ciência da amplitude e repercussão do bom uso de seus estados alterados de consciência; ou quem esteja do lado de lá, com sua integridade subatômica, dentro da realidade virtual, emanando energias que se acoplam aquelas do mundo cósmico universal.

O importante é ter sempre presente que a vontade e intencionalidade da subjetividade do observador devem prevalecer para estabelecer os limites da energia que pode afetá-lo, ou não, tem que ser bloqueada ou rechaçada.

São testemunhos como esses que relato a seguir, com a permissão dos envolvidos, que dão alento a continuar as pesquisas que envolvem fenômenos intuitivos em sua comunicação empática e sincronicidade de vibrações. Podemos observar que, por vezes, informações são obtidas graças a uma sensibilidade inata premonitória; em outras vezes são captadas pelo adestramento na canalização de energias apreendidas através da disponibilidade consciente à uma capacidade sensitiva mediúnica.

A mãe de Andrea (23/03/1972-15/07/2015) me encaminhou essas impressões, pedindo que atualizasse o blog do último contato, via face, que teve com sua filha. Infelizmente, decorrente da burocracia nos serviços funerários da Prefeitura, o caixão de Andrea teve que permanecer lacrado. Nenhum contato físico, até certo ponto segundo ela dispensável, com a frieza cadavérica de um corpo inerte, cujo espírito já o tinha abandonado há tantas horas. Hoje recorda, com clareza, a voz da neta e sua resposta ao atender o telefone por volta de 9:20h do domingo 15/07: "Vó, ela não resistiu!" - "Quem não resistiu?" - "Minha mãe, vó! O médico veio me avisar do falecimento dela!"... Como depois dizia: A notícia parecia se referir a alguém tão distante, mas era sobre sua filha, que sua neta falava. Agora após 4 meses passados, consegue acompanhar a dinâmica interna da elaboração do luto. Dia 25 de novembro foi aniversário de 6 anos de seu neto, o que a mobilizou a registrar no Face:

"Nossa, que falta tô sentindo de Andrea hoje! Como ela queria estar aqui e tinha premonição que não estaria presente no aniversário de 6 anos de seu filho, temporão tão desejado e esperado por ela, acalentado nessa data por duas irmãs (20 anos e 18 anos) atuando como mães substitutas. Não gosto muito desses papéis, mas essa é uma outra história a ser considerada em outras circunstâncias.

(Continua ela...) Parabéns a todos familiares diretos, pai e irmãs, sem esquecer os padrinhos de meu neto, especiais na distribuição de carinhos segundo Andrea, que já nos avisava que não iria estar presente no aniversário do filho, mas que, em sua ausência, nós sentiríamos a presença dos padrinhos circundando o filho. Minha nossa!

Tudo bem, que tivesse se afastado dos trabalhos espirituais no Centro Espírita - (Andrea fez todos os cursos da Federação. Conversávamos sempre a respeito dessas energias espirituais.)- , pelo fumo e cervejinhas. Mas a mediunidade não é bloqueada aos que possuem esse dom. Com resignação e paciência toda a energia espiritual espera para atuar no intercâmbio com seus instrumentos terrenos, quando esses estiverem em seus momentos certos.

Errou em parte, Andrea, sua presença física não está mais aqui entre nós, mas, a percepção de sua proximidade espiritual não nos deixa mais, pelo vínculo de amor, que sempre nos fará senti-la a nosso lado."

No dia seguinte me dizia que no pouco tempo que dormiu, após o aniversário do neto, data que muito a sensibilizou, acordou com a sensação de estarem segurando sua mão. Abriu os dedos e sentiu uma energia se soltando. "- Ela, Andrea, se manifestando aos poucos!" . Relatou estar observando alguns movimentos de objetos a seu redor, sem explicação causal, como livros caindo de estantes e eventos semelhantes. A afinidade entre elas era muito forte nos últimos anos. "- Essa semana senti um forte calor, vibrei muita paz e amor, mentalizei que percebia sua presença. Não era mais minha filha. Era sua energia. Procuro sempre acompanhar mentalmente a repercussão ou sintonia intuitiva. Ontem tava sentindo muita falta dela... essa vibração deve ter mobilizado a aproximação via sensação de calor aconchegante. É seguir o primeiro pensamento, imagem, palavra que vem à mente, via intuição. Verificar o que ocorria mentalmente quando objetos pesados, sem vento ou tremor, caem. Afastar o medo e 'seguir a intuição, sem neuras'!"

"- Por favor, me permita através da republicação da postagem  ter contato com as últimas palavras diretas de minha filha dirigidas a mim, via o canal das redes sociais!"
Como negar esse pedido? Como explicar esse adeus de uma filha à sua mãe? Como entender o que se passou em seu mundo mental?

Infelizmente não encontrei a postagem. Mas essa outra vai ajudar em muitas reflexões sobre se nossa visão de mundo não está obsoleta e preconceituosa, precisando passar por um processo de mudança.

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE JULHO DE 2015


Mudanças de paradigmas e técnicas terapêuticas?

Não há como negar que o paradigma mecanicista newtoniano não mais responde a uma série de questionamentos e que o paradigma quântico supre essa defasagem atual.

Tudo é feito de substância subatômica. O ser humano é feito de circuitos sistêmicos que envolvem células  >  moléculas > átomos > prótons, elétrons ... > quarks ... >  vácuo quântico - (inconsciente ?)  -pleno de energia potencial. Hoje em dia me parece, cada vez mais, que "o aparelho psíquico" delineado pela sagacidade da observação freudiana e junguiana dos fenômenos humanos e genialidade de abstração para nomeá-los de Sujeito e Inconsciente Pessoal, ou Self - centro do Si Mesmo Individual - e Inconsciente Coletivo, "tem relação com o mundo quântico".

Torna-se mister ultrapassar a visão separatista de bioquímica (neurotransmissores e hormônios reagindo e provocando reações)  de um lado, e, de outro lado, - visto ainda com grande desconfiança mesmo ante evidências comprovadas de sua existência - bioeletromagnetismo ( gerando informações, ou energia também vital, por meio de partículas e ressonância  vibratória de ondas, conforme a intenção do observador que vivencia e interfere no fenômeno experienciado). Tudo é energia, tudo é informação, tudo está conectado e interage sistemicamente dentro de nós, seres humanos.

Como facilitar o encontro e o alinhamento dessas forças energéticas deve ser o foco do milênio para ações terapêuticas efetivas. É preciso se ater aos avanços advindos da descoberta do código genético > transferências de informações genéticas > clonagens. É necessário não desconsiderar a comprovação de uma memória celular > linguagem inter e intracelular > transplantes > receptor em seus relatos de características do doador > informações transmitidas através de órgãos transplantados. É fácil constatar ressonâncias e sincronicidades ou antagonismos > transferências ideativas e afetivas > neuroassociações criativas ou reacionais > estados emocionais alterados (via física e/ou psíquica).

Quando abordo o mundo subatômico, ou mundo quântico, sigo as descobertas científicas a respeito, que adentraram para este milênio. Mecânica quântica é física, suas teorias decorrem da busca de explicação para fenômenos naturais observados e constatados repetidamente dentro de métodos científicos. Não é abstração metafísica, não é misticismo esotérico, nem magia ou ideações fantasiosas. Sob a leitura quântica sobe no milênio a medicina vibracional e muitas técnicas alternativas que se utilizam de vias intelectivas de outra grandeza, mais intuitivas do que cognitivas, razão pura mais abstrata, menos concreta com seu raciocínio lógico-matemático.

Se tudo no Universo está integrado pelo campo chamado "Consciência" como não articular os "insights" terapêuticos com "saltos quânticos" e como não enquadrá-los dentro de outra dimensão compreensiva?
Nada existe fora dessa grande onda que Amit Goswami chamou de Consciência. O que existe são diferentes níveis dessa Consciência, diferentes faixas de frequência (passíveis de serem medidas em Hertz).

No campo eletromagnético tudo é ressonância. Vejo o mundo psíquico como um campo bioeletromagnético. Desejos e demandas emanam energia e vibram através de ondas de expectativas e esperanças. Esse ressoar transfere informações para determinadas pessoas e para o Universo, e faz chegar informações ao vácuo quântico, pleno de energia potencial - campo inconsciente das pulsões nomeadas por Freud, que podem ser acessados via função intuitiva transcendente nomeada por Jung.

Não só na interpretação do fenômeno da transferência, sob a leitura psicanalítica, durante a relação analista-analisando quando em terapia, o efeito quântico da dupla-fenda pode ser observado. Ao existir um foco e uma escolha não há como negar o colapso da função onda, a restrição do amplo campo ideativo abstrato da criação de neuroassociações, ou ondas de possibilidades, e sua redução ao campo das partículas de probabilidades, que podem ser concretizadas em metas e resultados visíveis.

Sob o prisma quântico da experiência da "dupla fenda" e da interferência direta do observador, ocasionando a resposta do átomo e seu comportamento como onda ou como partícula, é possível avaliar a importância e o perigo da atuação do terapeuta durante as sessões terapêuticas, particularmente ante o uso de técnicas persuasivas e sugestivas. Nesses casos, predomina a intenção que o terapeuta emana através de suas sugestões, que vai depender da sincronicidade com a frequência vibratória de quem as escute para que seja assimilada e decodificada a contento pelo interlocutor. Isso vai depender de que ambos estejam na mesma posição relativa ao real da situação da terapia com todo viés e ruídos que dela pode advir (transferências e contratransferências) e no mesmo continuum de tempo (passado-futuro presentificados nos quadros sintomáticos e no momento presente da terapia).

Acredito que o papel do terapeuta seja facilitar as associações entre o psíquico (quântico) e a emergência do sujeito freudiano, responsável por seu bem-estar físico e psíquico, ou a emancipação do indivíduo junguiano. O "alinhamento prático no querer-saber-fazer-acontecer" possibilita avaliar como, através do poder de fazer escolhas, ocorre o colapsar da onda das possibilidades (ou alternativas de opções) e o surgir da partícula, para que ideias abstratas possam ser concretizadas na realidade concreta do analisando (nunca determinada pelo mundo ideativo das probabilidades do analista ou terapeuta, seja qual linha seguir).

Destaco mais um aspecto por mim observado. De forma semelhante ao Universo onde se constata uma ordem implícita, também nos sistemas orgânicos pode-se notar sistemas dentro de sistemas, pequena e grande circulação, o mesmo com o sistema respiratório; ou nos sistemas psíquicos envolvendo a moral e ética. A meu ver, o psiquismo moral e ético constituem dois circuitos, utilizando a terminologia freudiana "superegóicos", o primeiro se utilizando da via exoinformativa impositiva e o segundo da via endoinformativa acatada pelo autorreferencial interno advindo do vácuo quântico diretamente e captado via intuição.

Uma errata: destaco por observar a dinâmica psíquica em meus pacientes "e por acompanhar em mim mesmo essa movimentação psíquica".

Acompanho as articulações atuais de Helio Couto (vídeos canal YouTube):
"Toda fórmula química precisa de tempo para haver uma reação atômica molecular, para que as moléculas se juntem e formem uma terceira coisa... assim surge o sentimento, como o amor. Em curto tempo de contato, só existe atração sexual, empatia ou antipatia... a química não bateu? ideias não entraram em sintonia? não houve sincronicidade afetiva?"
"Cada arquétipo ( ideias primordiais pré-existentes em nós) provoca a produção de determinado transmissor unidirecional. O tempo e o interesse (vontade) criam as neuro-associações assimiladas pela outra pessoa... É preciso levar em consideração que cada neurotransmissor e hormônios provocam uma reação emocional... daí ser importante avaliar pelos sinais que indicam correspondência o tipo de neurotransmissor gerado nos relacionamentos interpessoais para criar vinculação ou não.

Todos podemos comprovar a existência de uma comunicação não-local, comunicação simultânea à distância, por codificação da propagação de ondas eletromagnéticas, de movimentos vibratórios, cujas frequências são medidas em faixas de Hertz (ex: complexos aparelhos eletrônicos como celulares, GPS, satélites, rádios e televisão...todos audíveis, visíveis e compreensíveis dentro da linguagem subatômica). A cada faixa corresponde uma dimensão. Portanto, existem "n" dimensões ao nosso redor, vibrando em frequência diferentes. As frequências não se anulam, mas sintonizando os Hertz de um rádio ou de um canal de televisão não se tem acesso aos demais.

 Deixo esse registro, para que reflexões ocorram sobre o novo paradigma quântico e novas compreensões dele decorram sobre o psiquismo humano - tão perto e tão longe de nós!

Ou como disse Richard Bach: "Longe, é um lugar que não existe!"

Aurora Gite

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O Impacto da Tirania do Momento

Li vários livros do sociólogo Zigmunt Bauman. Poucos deixei de reler! A maioria contou com meu breve retorno, buscando seguir as pistas das palavras-chaves grifadas e o caminho da "uniformidade das pessoas" agora na condição de mercadorias de consumo, como após ler "Vida para Consumo": a transformação de pessoas em mercadorias" - Rio de Janeiro, Zahar, 2008. Chamou minha atenção: "copyright 2007".

Nesse livro em particular recomendo a leitura do capítulo 3 - "A Cultura Consumista" (p.107). Bauman retrata a desconstrução do passado e seus valores e do futuro em sua visão empreendedora, a ilusão de liberdade e como esta atualmente é direcionada sem nossa percepção consciente, o marketing na formatação da identidade de novos "eus" adequados às necessidades inventadas conforme a exigência da demanda do consumo.

Bauman aborda com maestria a fabricação da sociedade consumista onde as pessoas se transformaram em mercadoria de consumo, o papel do marketing na construção desses "novos eus" em constante processo de reconstrução em virtude da volatilidade do mercado de pessoas. Segundo sua análise, vivemos a "Era do Movimento, da Liquidez no sempre Inovar, Tempo da Pressa no obter Resultados; vivemos sob o império da "Tirania do Momento" (p.121).

O autor observa e recorta com a perspicácia, que lhe é característica, o momento "internetizado e globalizado" e analisa as repercussões de suas consequências para a convivência humana e as interações sociais no mundo "on e offline". Foca as sociedades emergentes da "Era dos Simulacros, que não eliminou a diferença entre a própria coisa e seu reflexo, entre o real e as realidades virtuais, apenas cavou um precipício entre elas".

Bauman nos confronta com o processo da auto-identificação dentro de um design angustiante, pois não estamos tão livres como pensamos. Nossa razão nos engana muitas vezes. "Os vínculos humanos tendem a ser conduzidos e mediados pelos mercados dos bens de consumo, o sentimento de pertença não é obtido seguindo-se os procedimentos administrados e supervisionados por essas 'tendências de estilo' aos quais se aspira, mas por meio da própria identificação metonímica do aspirante com a 'tendência'." Sem dúvida, nossas necessidades são criadas e nossos desejos induzidos. Questiona se o desejo latente freudiano, sempre embasado em insatisfação ante a precariedade do prazer por objetos desejados alcançados, não seria mantido para ocultar essa dinâmica que descreve.

Destaca a "misteriosa proeza de desabilitar o passado ante a facilidade de renascer" , perene promessa da sociedade de consumo: infindável sucessão de novos começos, novas famílias, novas carreiras, novas identidades até por constantes mudanças por cirurgias plásticas, logo seguidas de insatisfação com as novas imagens. "A atual cultura cirúrgica promove a fantasia da plasticidade corporal infinita... A mensagem da indústria da reconstrução é de se reinventar da maneira que preferir... A cirurgia plástica não é para remover uma cicatriz ou alcançar uma forma ideal negada pela natureza ou pelo destino, mas para ficar em dia com padrões que mudam com rapidez, manter o próprio valor do mercado e descartar uma imagem que perdeu sua utilidade e seu charme, de modo que uma nova imagem pública seja colocada em seu lugar - num pacote que inclui (espera-se) uma nova identidade e (com certeza) um novo começo." (p.130)

Ledo engano! O vazio e a insatisfação logo se fazem presentes.
Bauman estende essa forma de raciocinar às escolhas idealizadas que fazemos dos nossos objetos de amor e a fragilidade dos vínculos amorosos assim estabelecidos. É preciso muita atenção para que o momento atual vivido na atualidade não seja contaminado pela "preocupação de hipotecar o futuro".

Bauman cita o livro de Thomas Hylland Eriksen sobre a "tirania do momento":
"As consequências da pressa extrema são avassaladoras: tanto o passado quanto o futuro como categorias mentais são ameaçados pela tirania do momento... Até o 'aqui e agora' é ameaçado, já que o momento seguinte chega tão depressa que se torna difícil viver no presente." (p.134)

Com esta frase, peço "time"! Peço uma pausa para profundas reflexões sobre as análises de Bauman e como umas das maiores buscas atuais volta-se para a inclusão e o reconhecimento público, mais do que à autovalorização e orgulho interno para as próprias autorrealizações. Realço suas convicções e afirmações de que o ser humano não é tão livre quanto pensa ser, pela forma com que sua liberdade de escolher as maneiras de seu agir está vinculada às "tendências e estilos ditados pela vida consumista do momento atual da sociedade contemporânea".

Vale ler "Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias" e investigar se passou pelo campo de concentração do "mercado consumista" e pelo forno do gás mortífero às identidades construídas com orgulho. O objetivo é o "sequestro de inteligências" e o enquadrar qualquer subjetividade na formatação uniforme visando transformar as pessoas em mercadorias a serem consumidas de acordo com as tendências do mercado. É um livro rico para profissionais que lidam com recursos humanos em empresas!


Para os que duvidam da "sincronicidade" a nosso redor, assistam a entrevista com o sociólogo, presidente do IPEA, Jessé Souza e suas ideias sobre o "sequestro da inteligência". Entrevista com Mário Sérgio Conti em globosatplay.globo.com/globonews/v/7621714/. Novas articulações de ideias sob novas perspectivas, coincidentemente próximas das de Zigmunt Bauman. Vale conferir!

Tomei conhecimento dessa entrevista, ao terminar essa postagem. Coincidência? Simples acaso? É para se pensar a respeito, levando em consideração as novas descobertas sobre a condição humana.
Já anotei, como minha próxima aquisição, o livro de Jessé Souza, lançado nesse final de novembro: "A Tolice da Inteligência Brasileira", Editora Leia, 2015.

Lucia Thompson

domingo, 15 de novembro de 2015

Novo giro na Roda do Ódio e Vingança

Como não revê-lo mais uma vez , se com os atentados terroristas ocorridos em Paris (França) nesse 13 de novembro de 2015,  as fatídicas e violentas circunstâncias acabaram de atualizar seu conteúdo: "Perdas Desestruturantes da Identidade Humana"?

Escrevi o primeiro post sobre "perdas desestruturantes da identidade humana" em janeiro de 2009.
E eis o ser humano se recusando a rever a História da Humanidade, e retirar de suas memórias as circunstâncias efetivas de grande sofrimento e destruições concretas de países e dos psiquismos de quem sobreviveu à calamidade, ocasionada por guerras e ataques à dignidade humana. Sempre se perde à nível do humano, independente de se posicionar como vencedor ou perdedor.

Como lidar com chefes de Estado, que colocam seres humanos como peças em seu tabuleiro de xadrez de tomadas de decisões, e terroristas que abaixam o relógio na contagem do início do jogo com vidas humanas. A meta do jogo é a conquista do poder... de mais e mais poder e mais e mais ódio e vingança.

Não gosto da futura perspectiva de uma "Terceira Guerra Mundial". Minha razão se recusa a aceitar essa irracionalidade humana. Meu coração angustiado se comprime ao antecipar as consequências desses fanatismos religiosos em suas relações de poder e destruição, derrubando o humano em cada um de nós. E, acompanhando as profecias de Nostradamus, bombardeando toda nossa civilização atual ao colocar abaixo construções históricas e nobres ideais.

Verifiquem como é atual essa postagem de 2009, como ocorrem sucessivos novos giros na Roda do Ódio e Vingança: Perdas desestruturantes da identidade humana


Penso que teríamos que focar os acontecimentos sob nova perspectiva a partir de agora, ante um quadro onde observamos:
  • o império da irracionalidade na busca de poder e exaltação de interesses personalizados,
  • a evidência da quebra da ética e dos compromissos assumidos sob esse prisma,
  • a constatação da não aceitação de acordos visando o bem comum e ações humanitárias,
Acredito que nosso foco deveria recair no que temos no "aqui e agora existencial" dessas populações e pensar em alternativas possíveis para reconstruções externas e, principalmente, internas.
Sob uma leitura racional e emocional, análises e interpretações deverão recair nas perdas desestruturantes da identidade do ser humano, e que interferirão diretamente em suas reconstruções logísticas e convivências futuras.

Nesse sentido, vale lembrar que as perdas, na construção do ser humano, englobam os três tipos de lutos:

1- as perdas de entes adultos e idosos significativos, parentes ou não, testemunhos de nossas experiências, pontos de nossa auto-referência, reminiscências de nosso passado e sinalização de nossa passagem por esta vida;
2- as perdas de crianças e adolescentes, representantes de nossos projetos futuristas, sonhos e propósitos que dão sentido a nossa vida;
3-as perdas dos patrimônios materiais e culturais, de nossa tradição histórica, conquistas e aquisições : autorrealizações responsáveis pela valorização de nossa auto-estima.

Como se reestruturar como ser humano, com senso moral virtuoso e justo, ante toda a distorção da própria sensibilidade humana, necessária para suportar todo o flagelo desumano?

Como suplantar todo o ódio, raiva e ressentimento, que tendem a se transformar posteriormente em reações vingativas e intimistas, até como forma de amenizar toda a angústia que geram?

Como perdoar e superar todas essas vivências violentas, mescladas em ambos os lados por impotência e culpa, dos que sofreram e foram submetidos e dos que agrediram e humilharam, acrescidos de revolta e ódio, conflitos ante desejos de revide e vingança?

Ambos os lados terão que se confrontar com a gélida barreira de autoproteção, porta de aço da sólida indiferença, instalada internamente para aprisionar o lado mais íntimo e afetuoso de cada um, postura necessária à sobrevivência física ante o dilema "eu ou ele".


E quanto a sobrevivência psíquica?
Ambos os lados são constituídos por pais (mães), filhos (filhas) e maridos (esposas), parceiros no viver que viram projetadas suas próprias vidas, derrocadas suas esperanças, ao serem espelhadas as mortes de familiares e a sua própria morte, ante cada tiro dado ou agressão efetuada.
Zumbis e robôs, aceitando ordens inquestionáveis com desconfortável submissão e não tranquila resignação, ou dando ordens aviltantes, sem autonomia humana defensiva, sem direito a senso crítico questionador, não se atendo que já pagaram e pagarão alto preço a partir de agora ante a intransigência radical que se observa.

Quem irá lhes propiciar posterior equilíbrio emocional, harmonia consigo mesmo; motivação para respeitar as leis e normas discriminadoras políticas, economicas e sociais; disposição para a construção de convivências pacíficas humanitárias num mundo tão ameaçador e persecutório, sem a segurança de lideranças confiáveis visando o bem-estar da raça humana?

Qual será a visão de mundo e de homem, que está sendo construída, e qual prevalecerá nesse século 21?
Isso é responsabilidade de cada um de nós, mesmo distantes.

Com pesar, Aurora Gite.

A mudança da cor da fonte tem sua intenção, pois vermelho é a cor do sangue que se esvai das vidas humanas de jovens combatentes, que nem sabem bem pelo que lutam, nas situações de guerras de tal porte.
Um pequeno lembrete: "Ante simulacros e simulações governamentais, que mesclam a dignidade e a postura ética das tomadas de decisão nas várias sociedades atuais,  é preciso pensar por si: recolher evidências, analisar sob várias perspectivas, refletir sobre eventos reais, buscando sempre preservar os aspectos evolutivos da Raça Humana". 
Isso vale para quem está nos campos de batalha, mas principalmente para os que têm responsabilidade - por pertencer à raça humana - de procurar se fazer ouvir dentro desse social, batalhando por estabelecer um limite racional e transformar a deterioração ética do grupo governante, em posturas transparentes e justas visando não só ao bem-estar coletivo, mas a harmonia pacífica de seus pares na Humanidade.
Aurora Gite

O tempo passou, mas continuo endossando todas essas palavras, continuo com grande preocupação com o longo sofrimento pela frente para configurar a nova civilização que surgirá mesclada por todas essas vivências, o novo mundo que irá se delinear para além do idealizado, internetizado e globalizado. E eis o homem novamente interferindo no destino das nações. Mas não todos os homens! Outro cuidado agora reside em se perceber o grande perigo e se evitar generalizações que podem ser responsáveis por amplos danos maiores, injustiças irreparáveis ao tentar aplicar leis insanas como a que mobiliza a adoção de atitudes tomando por base reações vingativas como "olho por olho, dente por dente!". Nossa civilização já transcendeu todo esse ódio e barbárie dos tempos primitivos. Essa é a luz que deve iluminar a ascensão do espírito humano no controle de todas emoções destrutivas reacionais e na preservação da dignidade humana. Não é fácil se retirar um aprendizado de experiência tão sofridas! 

O tempo passou acelerado como sempre, mas continuo endossando todas essas palavras e considerando-o como um aliado amigo e fiel. Confio em sua lealdade! Confio na capacidade humana de se superar em condições adversas como essas, respeitando os princípios da Igualdade, Liberdade, Fraternidade acrescidos da Solidariedade, que é o estamos vendo agora ser o grande fator unificador das pessoas e nações.

O tempo passou, mas continuo endossando tudo. 
Lúcia Thompson

sábado, 14 de novembro de 2015

No mundo digital e globalizado dica importante é ...

No mundo digital e globalizado uma dica importante é insistir, com garra e determinação, foco e paciência...

Aumentam muito as chances de se obter, se possível, o que muito se quer.

Eis a postagem indicada no tweet:


sábado, 12 de setembro de 2009


Solidão, vontade e liberdade

Uma das maiores dores do ser humano advém da sensação de desamparo e angústia do ser só.

No entanto, esse é o destino psíquico de todos nós, para iniciarmos a escalada de subida visando o fortalecimento de nosso mundo interior. A vivência com essa fragilidade e mesmo vulnerabilidade é que nos mobiliza para o resgate de nossa potência como ser humano.

A percepção que não somos tão limitados e impotentes, por si só, já nos revigora e transmite sensação impactante de alegria e regozijo indescritível, antes não sentidos. Representa a passagem, já abordada por mim, do "eu existo" para o "eu sou", que tende a alcançar o "quero ser e tornar-me eu". É o movimento que Platão bem representou em seu "Mito da Caverna", sendo esta o símbolo de nossa própria existência em nosso mundo interior, como coloca Hannah Arendt (Entre o Passado e o Futuro, 2007).

Gosto de, saindo dos lugares teóricos comuns de muitos psicoterapeutas, analisar meus pacientes sob o prisma do tipo de governo interno que adotam na interação entre os dois mundos (subjetivo e objetivo) , da qualidade de regência de seus recursos psíquicos e do controle sobre a administração das estratégias que utilizam. Quantos não ficariam surpresos ao perceberem a forma tirana e o governo totalitário que adotam no domínio e fiscalização das próprias forças psíquicas. Muitos se revelam verdadeiros déspotas ante o rigor das exigências e autocobranças.

Já localizei em posts anteriores o papel que desempenha Hannah Arendt e minha admiração por suas articulações. É uma pena que não tenha fugido de, como bem provam os dados históricos referentes a muitos pensadores, ter um maior reconhecimento de sua obra e melhor compreensão de suas idéias, após sua morte. Comprovo muitas de suas hipóteses sobre o ser humano por meio dos dados através de observações advindas da área clínica. Expresso um pouco isso no texto abaixo.

Vou focar nesse post três fenômenos humanos constantes e universais, nomeados como: solidão, vontade e liberdade. Três conceitos difíceis de serem analisados racionalmente, pois englobam outras dimensões do ser humano. E, se concebermos o mundo psíquico dentro de uma totalidade sistêmica semelhante ao corpo humano, inclusive com duas vias circulatórias de energia psíquica, podemos observar suas atuações em ambas. Vamos encontrá-las no mundo dos valores (forças) morais, e no mundo das virtudes (princípios inspiradores voltados ao Bem), expressos pelas ações deles decorrentes.

Acredito ser importante pontuar que a virtude não é racionalizada, não pode ser ensinada ou aprendida, seu entendimento decorre de uma compreensão superior, mas tão vital ao organismo psíquico no que diz respeito à integração das dimensões humanas psíquicas mentais com as espirituais. Sob esse termo, me refiro a dimensões mais elevadas, características do ser humano mais amadurecido psíquicamente, mais sereno e livre em suas ações voltadas a momentos de autoaconchego e plenitude interior.

Ao se reportar ao fenômeno da solidão, Arendt considera o "homem solitário não mais um, e sim dois em um", pois, no momento em ocorre a "interrupção entre mim e meu próximo, tem início o relacionamento entre mim e mim mesmo".

Complicado?
Vamos verificar o que torna essa assertiva mais difícil de ser entendida?
Eis alguns obstáculos:

-A maioria das pessoas não aprendeu a pensar, refletir e analisar a aplicabilidade prática do que lê. Buscam enquadrar o outro para validar teorias, lidas superficialmente sem grandes introspecções, sobre seus significados.
-Para muitos, é mais comodo não se individualizar. O se tornar indivíduo demanda empenho, esforço e responsabilidade pelo bem-estar do ser único que se tornou.
-Para alguns, ainda, falta o hábito de entrar em contato com esse lado psíquico, se permitindo acompanhar a dinâmica de forças atuantes, ou o movimento das idéias que se entrelaçam nesse diálogo interno. Para isto é preciso coragem, determinação e perseverança. São viagens em mundos desconhecidos dentro de nós, a meu ver, de grande fascínio, mesmo as sofridas que nos espelham o que não gostaríamos de ter, mas que podemos, a partir daí, optar por não mais ter.
-Não é fácil o confronto com um "quero e não-quero", "quero e não-posso", "sei-mas-não-quero", como bem coloca Arendt. Existe sempre o subterfúgio do "não sei", "acho que", "tento e não consigo", que a tudo mascara, com as pessoas esquecendo que o "autocontrole corresponde à virtude política onde "quero" e "posso" se afinam", e a "coragem é uma das virtudes políticas cardeais, representando o bem supremo para se tornar um indivíduo".

Sempre me questionei muito sobre essa energia psíquica e sua forma de distribuição dentro do ser humano, que, como ocorre dentro de um caleidoscópio, basta ligeira movimentação para que séries de desenhos de funcionamentos psíquicos se delineassem, demandando leituras específicas para seu entendimento.

Para uma melhor compreensão desses fenômenos muito contribuíram tanto a Física Quântica, quanto as propostas de Arendt, sobre a "pluralidade de perspectivas inerentes ao ser humano em sua unicidade" e "articulações que levam as experiências a uma esfera do esplendor que não é a do pensamento conceitual", a observação da imprevisibilidade do efeito da ação humana independente da motivação interna e do princípio causal que rege o mundo exterior.

Parte de um quebra-cabeça era montado dentro de mim, e novas inquietudes surgiam, impulsionando novas indagações e novas buscas investigativas. Sendo o homem soberano para atuar em seu mundo interno, até onde iria essa liberdade? Como atuaria o fenômeno da liberdade tão sonhada e almejada? Vontades genuínas e vontades criadas, como discriminá-las mais prontamente? Como unir, com mais exatidão, a faculdade intuitiva com as capacidades de sentir e pensar, obtendo ações mais coerentes e consistentes, visando melhor qualidade de vida para o ser humano, assim mais autorealizado e autovalorizado? Como possibilitar sua maior integração ao social, ou ao público, preservando sua individualidade?

Hannah Arendt, no livro citado acima, lança a hipótese sobre a possibilidade da liberdade começar onde a política (coisa pública ) termina". Para ela a liberdade, na área da política, é oposta à liberdade no espaço íntimo do sentir-se livre, pois esse espaço pertence ao ser apolítico.. "O homem é livre e aplica a ciência do viver, desde que saiba distinguir entre o mundo estranho, sobre o qual não possui poder, e o eu, do qual ele pode dispor como achar melhor... ser escravo no mundo e ainda assim ser livre."

O fenômeno da liberdade não surge na esfera do pensamento ( das idéias) nem é vivenciado no diálogo consigo mesmo. Resgata as citações de Epicteto: " É na morada interior que o conflito consigo mesmo irrompe e a vontade é vencida, que o homem é senhor absoluto... Livre é aquele que vive (em seu mundo psíquico) como quer... livre dos próprios desejos."

Paradoxal? Nem tanto.
Complexo para se entender? Muito.
Vamos , então, tentar compreender seguindo as associações estabelecidas por ela, e buscando confirmação, observando os movimentos psíquicos que ocorrem dentro de cada um de nós?

Não é fácil para a maioria das pessoas, perceber essa dinâmica interna.
Prefere substituir por movimento, energia, atividade ? Tudo bem.
Lembra do caleidoscópio? Então tente verificar os desenhos, ou imagens mentais, que suas idéias formam ao se associarem.

Muitos, inclusive, não estão nem afim de se aproximar de conceitos abstratos, se prendendo a uma realidade concreta com sua utilidade prática imediata e visível. É tudo questão de perspectiva, de tempo e de escolha.
O encontro com nossa interioridade está marcado, bem como o confronto com o sentido da vida. Em algum momento de sua existência, as pessoas não vão só se questionar sobre os "porquês", mas buscar responder à pergunta: "Para que tudo isso?"

Como essa ação depende de forte vontade interna, eis o fenômeno introduzido neste texto.
Volto a Arendt: "A ação sendo livre, não se encontra nem sob a direção do intelecto, nem debaixo dos ditames da vontade ... Existem motivos e objetivos, mas a ação é livre ao ser capaz de transcendê-los."

E aí, o que é o fenômeno da vontade? O que é a vontade para você?
É uma faculdade humana, onde existe o livre arbítrio, "existe uma liberdade de escolha que arbitra e decide"? É um sentimento que incita alguém a atingir o fim proposto por esta faculdade?
"Para Nietzsche era o impulso fundamental inerente a todos os seres vivos, que se manifesta na aspiração sempre crescente de maior poder de dominação." Para Schopenhauer é o princípio norteador da vida humana. Para ele, "a vontade corresponde à Coisa-em si, ela é o substrato último de toda realidade."
Arendt chama a atenção para outra perspectiva de escolha voluntária, quando impera uma necessidade, estando em jogo a própria vida. Toda vontade, segundo ela, implica em uma vontade de poder que, como nesse caso, se transforma em vontade de opressão, que nos coloca sob o jugo de outrem, de um governo maior que somos obrigados a acatar e nos adequar para sobreviver.
Nosso foco não recai sobre a vontade direcionada por essa exigência, mas sobre a liberdade da vontade, e nesse momento nosso objetivo é uni-la a uma Ética Superior, mais além do bem e do mal, e bem mais além da moral , com seus costumes temporários e suas regras para uma boa convivência. Citando Schopenhauer, a compreensão da Vontade faz aparecer todos os entes desde seu caráter único, o que leva, necessariamente a um sentimento de fraternidade e a uma prática de caridade e compaixão. E assim se expressa ainda: " A máscara do pensamento dissimula a vontade... A suprema felicidade somente pode ser conseguida pela anulação da vontade (querer mundano)". Como diferenciar o que é criado por nosso pensamento do que é a expressão de nossa alma, de nosso ser autêntico e verdadeiro, que habita bem lá dentro de nós?

Refletindo sobre nossas vivências, podemos verificar que "A ação da vontade, sobre nós, tem um prazo de validade, e seu vigor se exaure". No entanto, existe uma área em nosso mundo interno, onde a ação brota de um "princípio inspirador", expresso no ato realizador, que não perde seu vigor nem sua validade, que não se prende a nenhuma pessoa ou grupo em especial. Onde "ser livre" e "agir" são uma mesma coisa. O querer, o tesão sentido, o grau de satisfação alcançado, pertencem a outra dimensão humana. A sensação de leveza e de alegria são de outras grandezas, não nomeadas, e indescritíveis.

Que espaço é esse?
Esse é o nosso espaço interior destinado às virtudes. Você pode ler a palavra e analisar sob o aspecto formal ( letras, sílabas, sons, etc), com também pode verificar seu significado em um dicionário (força moral, valor; disposição firme e constante voltada para o bem), mas pode ir pelo caminho da obtenção de conhecimento por uma autoinvestigação. É estar aberto ao novo. É estar flexível a prováveis mudanças de convicções. É soltar o peso dos preconceitos acumulados, das crenças e conceitos disfuncionais ao seu bem-estar. É se libertar. É sentir-se livre. Como?

Eis uma dica: Já percebeu a leveza que vem ao pensar na frase sem julgamentos prévios: "Fazer o melhor que puder e ser o melhor"? Sinta o conteúdo da mensagem! Verifique se não percebe que "a perfeição está no próprio desempenho e se torna independente da ação", e que "a presença da liberdade é vivenciada em completa solidão". Reconheça dentro de você o espaço onde o homem aproxima sua vontade do conhecimento ético intuitivo , onde ele "sabe" o que é certo e se impede com prazer de fazer o contrário, onde ocorre uma alegre e serena renúncia interna por amor... por amor a si mesmo, como ser humano valorizado e vitorioso na conquista de sua dignidade pessoal.
Lembra de dois posts : "Otimizando recursos em tempo de crises" (outubro/2008) e "Você quer receber um presente meu?" (novembro/2008) ? Fica meu convite para revisitá-los.
Aurora Gite