domingo, 15 de novembro de 2015

Novo giro na Roda do Ódio e Vingança

Como não revê-lo mais uma vez , se com os atentados terroristas ocorridos em Paris (França) nesse 13 de novembro de 2015,  as fatídicas e violentas circunstâncias acabaram de atualizar seu conteúdo: "Perdas Desestruturantes da Identidade Humana"?

Escrevi o primeiro post sobre "perdas desestruturantes da identidade humana" em janeiro de 2009.
E eis o ser humano se recusando a rever a História da Humanidade, e retirar de suas memórias as circunstâncias efetivas de grande sofrimento e destruições concretas de países e dos psiquismos de quem sobreviveu à calamidade, ocasionada por guerras e ataques à dignidade humana. Sempre se perde à nível do humano, independente de se posicionar como vencedor ou perdedor.

Como lidar com chefes de Estado, que colocam seres humanos como peças em seu tabuleiro de xadrez de tomadas de decisões, e terroristas que abaixam o relógio na contagem do início do jogo com vidas humanas. A meta do jogo é a conquista do poder... de mais e mais poder e mais e mais ódio e vingança.

Não gosto da futura perspectiva de uma "Terceira Guerra Mundial". Minha razão se recusa a aceitar essa irracionalidade humana. Meu coração angustiado se comprime ao antecipar as consequências desses fanatismos religiosos em suas relações de poder e destruição, derrubando o humano em cada um de nós. E, acompanhando as profecias de Nostradamus, bombardeando toda nossa civilização atual ao colocar abaixo construções históricas e nobres ideais.

Verifiquem como é atual essa postagem de 2009, como ocorrem sucessivos novos giros na Roda do Ódio e Vingança: Perdas desestruturantes da identidade humana


Penso que teríamos que focar os acontecimentos sob nova perspectiva a partir de agora, ante um quadro onde observamos:
  • o império da irracionalidade na busca de poder e exaltação de interesses personalizados,
  • a evidência da quebra da ética e dos compromissos assumidos sob esse prisma,
  • a constatação da não aceitação de acordos visando o bem comum e ações humanitárias,
Acredito que nosso foco deveria recair no que temos no "aqui e agora existencial" dessas populações e pensar em alternativas possíveis para reconstruções externas e, principalmente, internas.
Sob uma leitura racional e emocional, análises e interpretações deverão recair nas perdas desestruturantes da identidade do ser humano, e que interferirão diretamente em suas reconstruções logísticas e convivências futuras.

Nesse sentido, vale lembrar que as perdas, na construção do ser humano, englobam os três tipos de lutos:

1- as perdas de entes adultos e idosos significativos, parentes ou não, testemunhos de nossas experiências, pontos de nossa auto-referência, reminiscências de nosso passado e sinalização de nossa passagem por esta vida;
2- as perdas de crianças e adolescentes, representantes de nossos projetos futuristas, sonhos e propósitos que dão sentido a nossa vida;
3-as perdas dos patrimônios materiais e culturais, de nossa tradição histórica, conquistas e aquisições : autorrealizações responsáveis pela valorização de nossa auto-estima.

Como se reestruturar como ser humano, com senso moral virtuoso e justo, ante toda a distorção da própria sensibilidade humana, necessária para suportar todo o flagelo desumano?

Como suplantar todo o ódio, raiva e ressentimento, que tendem a se transformar posteriormente em reações vingativas e intimistas, até como forma de amenizar toda a angústia que geram?

Como perdoar e superar todas essas vivências violentas, mescladas em ambos os lados por impotência e culpa, dos que sofreram e foram submetidos e dos que agrediram e humilharam, acrescidos de revolta e ódio, conflitos ante desejos de revide e vingança?

Ambos os lados terão que se confrontar com a gélida barreira de autoproteção, porta de aço da sólida indiferença, instalada internamente para aprisionar o lado mais íntimo e afetuoso de cada um, postura necessária à sobrevivência física ante o dilema "eu ou ele".


E quanto a sobrevivência psíquica?
Ambos os lados são constituídos por pais (mães), filhos (filhas) e maridos (esposas), parceiros no viver que viram projetadas suas próprias vidas, derrocadas suas esperanças, ao serem espelhadas as mortes de familiares e a sua própria morte, ante cada tiro dado ou agressão efetuada.
Zumbis e robôs, aceitando ordens inquestionáveis com desconfortável submissão e não tranquila resignação, ou dando ordens aviltantes, sem autonomia humana defensiva, sem direito a senso crítico questionador, não se atendo que já pagaram e pagarão alto preço a partir de agora ante a intransigência radical que se observa.

Quem irá lhes propiciar posterior equilíbrio emocional, harmonia consigo mesmo; motivação para respeitar as leis e normas discriminadoras políticas, economicas e sociais; disposição para a construção de convivências pacíficas humanitárias num mundo tão ameaçador e persecutório, sem a segurança de lideranças confiáveis visando o bem-estar da raça humana?

Qual será a visão de mundo e de homem, que está sendo construída, e qual prevalecerá nesse século 21?
Isso é responsabilidade de cada um de nós, mesmo distantes.

Com pesar, Aurora Gite.

A mudança da cor da fonte tem sua intenção, pois vermelho é a cor do sangue que se esvai das vidas humanas de jovens combatentes, que nem sabem bem pelo que lutam, nas situações de guerras de tal porte.
Um pequeno lembrete: "Ante simulacros e simulações governamentais, que mesclam a dignidade e a postura ética das tomadas de decisão nas várias sociedades atuais,  é preciso pensar por si: recolher evidências, analisar sob várias perspectivas, refletir sobre eventos reais, buscando sempre preservar os aspectos evolutivos da Raça Humana". 
Isso vale para quem está nos campos de batalha, mas principalmente para os que têm responsabilidade - por pertencer à raça humana - de procurar se fazer ouvir dentro desse social, batalhando por estabelecer um limite racional e transformar a deterioração ética do grupo governante, em posturas transparentes e justas visando não só ao bem-estar coletivo, mas a harmonia pacífica de seus pares na Humanidade.
Aurora Gite

O tempo passou, mas continuo endossando todas essas palavras, continuo com grande preocupação com o longo sofrimento pela frente para configurar a nova civilização que surgirá mesclada por todas essas vivências, o novo mundo que irá se delinear para além do idealizado, internetizado e globalizado. E eis o homem novamente interferindo no destino das nações. Mas não todos os homens! Outro cuidado agora reside em se perceber o grande perigo e se evitar generalizações que podem ser responsáveis por amplos danos maiores, injustiças irreparáveis ao tentar aplicar leis insanas como a que mobiliza a adoção de atitudes tomando por base reações vingativas como "olho por olho, dente por dente!". Nossa civilização já transcendeu todo esse ódio e barbárie dos tempos primitivos. Essa é a luz que deve iluminar a ascensão do espírito humano no controle de todas emoções destrutivas reacionais e na preservação da dignidade humana. Não é fácil se retirar um aprendizado de experiência tão sofridas! 

O tempo passou acelerado como sempre, mas continuo endossando todas essas palavras e considerando-o como um aliado amigo e fiel. Confio em sua lealdade! Confio na capacidade humana de se superar em condições adversas como essas, respeitando os princípios da Igualdade, Liberdade, Fraternidade acrescidos da Solidariedade, que é o estamos vendo agora ser o grande fator unificador das pessoas e nações.

O tempo passou, mas continuo endossando tudo. 
Lúcia Thompson

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