terça-feira, 7 de agosto de 2018

Assustador sem dúvida... formação de uma civilização planetária?

Acompanhando as ideias de Yuval Noah Harari expressas em seus dois livros, "Sapiens: uma breve história da humanidade" (33ª edição- Porto Alegre, RS: L&PM, 2018) e "Homo Deus: uma breve história do amanhã" (1ª ed.- São Paulo: Companhia das Letras, 2016), me vi tentada a retirar da estante de livros "A Física do Futuro: como a ciência moldará a destino humano e o nosso cotidiano em 2100", de autoria do físico quântico Michio Kaku (Rio de Janeiro: Rocco, 2012).

Como sempre faço em livros que classifico como "de estudo", grifo algumas frases que,  a meu ver, demandariam posteriores reflexões, e com um x chamo minha atenção para articular com ideias de outros pensadores.  Desta feita, prefiro transcrever este trecho da "orelha do livro" que busca cativar o interesse dos leitores:

"Em A Física do Futuro, Michio Kaku, nos dá uma visão estonteante do próximo século, baseada em entrevistas com mais de trezentos dos principais cientistas mundiais. O resultado é a mais autorizada e cientificamente apurada descrição dos avanços revolucionários que estão ocorrendo na medicina, na informática, na inteligência artificial, na nanotecnologia, na produção de energia e na astronáutica.

Com toda a probabilidade, em 2100 controlaremos computadores por meio de minúsculos sensores no cérebro e, como mágicos, moveremos objetos de um lado para outro com o poder da mente. A inteligência artificial espalhada por todo o ambiente, e lentes de contato conectadas à Internet nos permitirão acessar a base mundial de informações ou evocar qualquer imagem que desejemos com um piscar de olho.

Usando a medicina molecular, os cientistas serão capazes de desenvolver qualquer órgão e curar doenças genéticas. Milhões de minúsculos sensores de DNA e nanopartículas patrulharão nossas células sanguíneas e examinarão silenciosamente nosso corpo em busca do primeiro sinal de doença, enquanto rápidos avanços na pesquisa genética nos permitirão retardar ou talvez até reverter o processo de envelhecimento... "

O autor aborda ainda a criação de novas formas de vida com robôs emocionais, foguetes antimatérias e as consideradas "magia ou bruxaria científicas", quando "aviões a jato se elevam até as nuvens, foguetes exploram a Lua e os planetas, aparelhos de ressonância magnética podem espiar dentro do corpo vivo e telefones nos colocam em contato com qualquer pessoa no planeta... Se mostrassemos a antigos ancestrais computadores laptops que enviam imagens em movimento e mensagens instantâneamente de um continente a outro, eles veriam isso como feitiçaria" (pág. 26)... Assustadoramente, estamos formando uma "civilização planetária".

Kaku realiza profunda análise das previsões para este milênio e coloca algumas explicações racionais sobre "Por que as previsões, às vezes, não se realizam?". Aborda a série de transformações com futuristas prevendo  que com o computador o papel se tornaria obsoleto, com teleconferências via internet  pessoas trabalhariam em casa e escritórios se esvaziariam e passaríamos a ter "cidades-fantasmas". Futuristas enfatizam que veríamos a ascensão de "turistas cibernéticos","compradores cibernéticos", "estudantes cibernéticos"...ensino à distância, negócios fechados via videoconferências. No entanto, mídias se expandem, mas perduram radio, tv, teatro ao vivo; educação à distância não ocasionam o esvaziamento de universidades; ensino com uma didática que se volta a facultar aos alunos um aprender a pensar e articular suas ideias e pensamentos. Com todas as mudanças sociais e educacionais observadas perdura, se adequadamente estimuladas, a vontade intrínseca de aprender, a curiosidade inata dos alunos em conhecer, tudo dentro de um ambiente olho a olho, com toque humano direto. Por que? É o que se propõe Kaku a descobrir.

Tudo passaria a ser via on-line, da concretização das compras à formação e implantação de desejos? Uma vida robotizada substituiria as interações humanas diretas? Por que aconteceu o inverso? São razões que Kaku se propõe a detalhar. Descreve como nos apontam o caminho futuro da população do milênio, a formação de uma "civilização planetária"... hum, hum!

Uau, assustador sem dúvida! Consigo vislumbrar algumas de suas propostas científicas para nosso futuro, vocês não? Muitas já estão vigentes entre nós.

Relendo as ideias de Kaku, fico imaginando as "transformações no modo de ser dos humanos", em como suas personalidades terão que se reestruturar para conseguir coexistir e se educar para conviver de maneira harmônica com tudo que ainda está por vir... desconhecido que ameaça nossa segurança e se camufla a cada instante por nós vivido, aumentando nossa estranheza "paranóica" e desconfiança contínua ante nosso mutável porvir existencial.

Penso que tudo aponta para enfatizar o "papel do novo homem", ser humano tendo que contar consigo mesmo, mantendo suas forças internas em equilíbrio, para lhe facultar a firmeza de vislumbrar um rumo menos turbulento em seu existir futuro.