quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um breve encontro inesquecível

De repente, quando menos esperamos, um encontrão nos deixa profunda marca por essa interação nos ter propiciado um crescimento a mais como ser humano. Uma surpresa afetuosa que, pela qualidade do vínculo, embora passageiro, nos torna feliz pela simples recordação.

Perto da passagem de ano, 2009 se despedindo e 2010 já anunciando sua chegada - o que deve ocorrer dentro de uns 90 minutos - não posso deixar de agradecer o empréstimo do livro "Assim Falou Zaratustra", pelo qual fui apresentada a Nietzsche. Embora já conhecesse sua história de vida e o papel que desempenhou, nunca tinha me aproximado tanto dele, como nesse final de 2008.

Estarrecida, quanto mais lia - leitura difícil pela complexidade da linguagem empregada - mais me sentia seduzida pelo autor, pelo homem, pela angústia do ser só, incompreendido na época (e acredito por muitos até hoje), que reconhece sua grandeza, ao mesmo tempo que tem consciência do grau evolutivo da sociedade, que impede a compreensão do que tenta transmitir, fatores que, mais ainda o enclausuram, pela injustiça que lhe cometem, e o isolam em suas idéias superiores e transformadoras. No entanto, são elas que mobilizam o despertar de um novo ser e a vontade de viver livre e feliz, no caso de Nietzsche, até que a doença o consumisse.

Só ontem, final de 2009, um ano após o encontro citado anteriormente, caiu-me às mãos "Humano Demasiado Humano", grandiosa obra desse autor, escrita na passagem de 1876 para 1877, ano em que completaria 33 anos. Foi publicada em l878. Tentei vislumbrar a época e o local da Europa, seduzida pelo corajoso confronto que manteve por anos. Permiti-me permanecer a seu lado longas horas, numa leitura sôfrega, acompanhando seus pensamentos e seus sentimentos.

A entrada dolorosa dentro de si mesmo é visível, bem como seu processo libertador; a observação do trilhar único para cada um, e o narrar sobre esse caminho, permite identificar a veracidade da experiência, semelhante a muitos seres humanos. Persiste a primeira impressão que tive sobre a pessoa Nietzsche ao ter contato com seus escritos, e isso muito me gratifica.

O enigma da liberação envolve a passagem solitária pelo deserto interno, que propicia o encontro consigo mesmo após o sofrimento da quebra das ilusões e desmistificação dos falsos valores impostos. Caminho sofrido por nos remeter ao depressivo "nada", a uma sofrida "negação da vida", se não ousarmos, com coragem, nos erguer e observar, com humildade e encantamento, o ser humano que podemos nos tornar.

Hoje, último dia do ano 2009, entrei em contato com "Aurora", outra obra sua. Aceitando o convite do autor para passar o reveillon em sua companhia, degusto com prazer o alimento para minha alma, advindo de seu saber. Ao mesmo tempo me valorizo por meu trilhar rumo à conquista do "espírito livre".

Segundo Nietzsche, a missão do homem superior é "tomar o corpo e vir ao mundo", é " tornar-te senhor de ti, senhor de tuas próprias virtudes". Não há "realidades eternas", nem "verdades absolutas". Urge reconhecer o poder do ser humano consciente, e interromper os elos que o prendem a uma tradição obsoleta, a uma hierarquia religiosa autoritária e imposta, a uma moralidade corrompida a submeter os seres inferiores, como Nietzsche denomina os que não se utilizam da razão para discernir e lutar contra tudo o que possa bloquear sua evolução humana espiritual. Sua revolta era voltada tanto aos ardilosos, quanto aos que se permitiam servi-los sem pensar e lutar como homens, ocupando seu verdadeiro lugar no "mundo dos Homens".

É difícil descrever com palavras a sensação agradável de uma interação humana sintônica, onde afinidades fluem, onde compreensões sobre o outro, suas idéias e vivências afloram. São esses contatos que substituem a sensação de estranheza. A semelhança de ideais e lutas permite a inserção numa sociedade de iguais que respeitem as diferenças individuais. A esperança humilde da eclosão de um mundo melhor, onde as virtudes - que são forças energéticas superiores - e os valores éticos imperem nas convivências humanas, não é uma utopia tão distante assim.

Esperando despertar a curiosidade para futura leitura da obra, vou me permitir transcrever algumas frases retiradas do Prefácio, considerações de Ciro Mioranza sobre "Aurora" (vale a pena ler esse livro, não tão complexo quanto o citado anteriormente, mas igualmente de enorme profundidade, e resgatar seu autor para a humanidade):

"Aurora anuncia um novo dia, um novo despertar para uma verdadeira vida - do homem e da humanidade inteira... Aurora significa o despertar de um nova moralidade. É a emancipação da razão diante da moral... Aurora quer romper essa maneira tradicional de agir e de avaliar. Portanto, à medida que o sentido da causalidade aumenta, diminui a extensão do domínio da moralidade... Aurora se configura na história da individualidade num contexto social. Um novo ser se desenha. Uma nova forma de pensar, de agir e de se comportar. Um novo ideal diante de si e diante do outro, um novo ideal de cada um diante da sociedade. Um novo tempo. Uma nova vida. É tudo o que o homem quer. Ser e ser ele próprio."

São 23:40 horas desse dia 31 de dezembro de 2009... Mais alguns minutos e novas esperanças despontam ao som dos fogos e luzes coloridas que explodem nos céus dos países, unificando continentes e nações.

Será que não poderíamos em 2010 refletir, com liberdade espiritual e intelectual, sobre nossas vivências e experiências, e partir em busca da serenidade interna, que nos permite observar a beleza da vida e estabelecer convivências pacíficas e trocas interacionais enriquecedoras?

Aurora Gite

PS: Cada vez que me aprofundo na leitura de Nietzsche, agradeço os quase 10 anos de experiência com pacientes oncológicos, e posteriormente com pacientes portadores de dor crônica, em diversos quadros patológicos, orgânicos e psicológicos.

Como é fácil se criar um mundo falacioso por observações psicológicas superficiais - como bem coloca Nietzsche em seu "Humano Demasiado Humano" (p.64/66) - unido ao fortalecimento de crenças religiosas e mitológicas errôneas sobre o amor e posturas não-egoístas, e à manutenção de uma pretensa moralidade dos costumes, que estabelece padrões uniformizados de boas e más condutas, a serem seguidos, para sustentar uma sociedade culturalmente massificada, não pensante e oprimida, desrespeitosamente, em sua unicidade diferenciada de ser humano.

Ganha contornos científicos mais nítidos meu desenho onde:

- O campo da Física Newtoniana, da Química e da Medicina é o da matéria orgânica e visível.

- A matéria quântica e invisível pertence ao campo da Física Quântica, da Medicina Vibracional e da Psicologia.

- E por que não da Metafísica, ao incluirmos a importância da energia proveniente dos verdadeiros sentimentos morais - parte superior da pirâmide interna a ser atingida pelo "Ser Humano Demasiado Humano"?

- Lembra do blog "Quer receber um presente meu?", de 2008 ?

- Feliz Mundo Novo!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Os grilhões da gratidão e a dor da saudade

Os grilhões da afetuosa gratidão podem nos remeter à prisão da saudade e ao tempo quântico, porém esse fenômeno não é amor.

O amor nos remete à busca de nossa liberdade e felicidade interior.

O ser livre e feliz, por sua vez, está atrelado à responsabilidade da constante conquista de uma boa qualidade de vida.

Um viver com qualidade implica na inserção e participação do ser individual no grupo social, que o cerca.

Inserção não quer dizer submissão e participação não quer dizer conivência, mas adaptação respeitando a preservação da unicidade de cada ser em busca do desenvolvimento harmônico do grupo.

Há necessidade de normas e leis para a manutenção da integridade de uma sociedade, no entanto essas devem ter por meta o equilíbrio da balança da Justiça permeando as relações entre os seres humanos que a compõem. Podem e devem ser revistas quando esse objetivo não estiver mais sendo atingido.

A verdadeira venda da Justiça não implica em sua cegueira, mas numa leitura não somente literal da palavra fria transcrita nos Códigos, Teorias ou Regimentos.

A verdade, do momento pleno e tranquilo, só é atingida ao alcançarmos o bem estar advindo da integração de nosso sentir, pensar, intuir e agir.


Esse é o estado interno que embala minha intenção nesse dia 24 de dezembro de 2009. Desejo a todos grandes autorealizações e muita prosperidade e amor no ciclo anual que se inicia em 1º de janeiro de 2010, que pode nos remeter a expectativas de muitas reestruturações construtivas. É tudo questão de escolhas individuais.


Como obter melhor qualidade de vida será a sua decisão a partir desse empurrão dado por tão significativas festividades. Tenho confiança em sua capacidade para cuidar de você, construir novos sonhos e lutar por seus ideais, se realmente o quiser.


Eu escolho vislumbrar um balé de ideais ao som das melodias de "O Quebra Nozes" de Tchaikovsky. Aprendi a não me fixar num só. Assim minha esperança transcende meus sonhos ao som orquestrado da Valsa das Flores, enquanto não se concretizam. Ah! Outra aprendizagem: mudar a música quando as metas que embalam passam a trazer sofrimento e não prazer. Tantos sonhos estão ao nosso redor... é só nos dispormos a renovar nossas esperanças.

Aurora Gite

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O mundo atual justifica o pessimismo?

No mundo atual, a violência sádica e a falta de amor, a corrupção e devida impunidade, a descrença no ser humano robotizado ante uma mídia, que busca maior envolvimento da sociedade com seus enfoques apelativos, refletem uma realidade que parece não ceder lugar para o otimismo e a esperança de um mundo melhor.

Muitas vezes sou considerada idealista ao refutar tais assertivas e defender que o mundo atual não justifica o pessimismo. Ele é uma representação abstrata. O real somos nós. Ele é feito por todos nós, seres humanos...e pensantes. Nós é que lhe outorgamos o "status" de poder, de autoridade independente, nós lhe atribuímos erroneamente o comando de nossas existências, nós é que aceitamos nos subjugar e abrimos mão de nosso direito de viver com esperança e de lutar para concretizar nossos ideais.

Cada vez que desativo o autocontrole, abandono a liderança sobre meu agir, pensar, sentir e principalmente "intuir", deixo-me envolver pela realidade que me é imposta, minha visão torna-se imperfeita e meu julgamento distorcido.

No entanto, ao entrar em sintonia comigo mesmo, buscando equilíbrio e paz interior, passo a considerar, com maior atenção e vigilância, meu papel na sociedade.

Sinto a flexibilidade e leveza do "ser livre" , e o peso da enorme responsabilidade advinda dessa autonomia.

Culpas e autocríticas cedem lugar a aceitações modestas e resignações humildes de minhas imperfeições, reconhecendo que através delas é que posso fortalecer minha estima e coragem para estar no mundo, como agente de mudanças; e para me posicionar como meu melhor amigo, principalmente na frente das adversidades.

Minha liberdade de escolha me permite atuar dentro da sociedade, predominantemente espalhando amor, gratidão, união, credibilidade, confiabilidade, lealdade; ou incrementando a discórdia, a ira, a inveja, a rivalidade, a competição insana; ou ainda cruzando os braços, e passivamente contribuir para a manutenção do caos mundial e da psicopatia social, com a frieza paralizante da indiferença com o sofrimento de outro ser humano, que já se alastra aceleradamente...Ganhou até o status de normal! O espanto agora recai sobre quem ajuda alguém, quem devolve uma carteira cheia de dinheiro a seu dono, quem consegue separar brigas - grotescas pela ferocidade - entre adolescentes escolares, quem delata agressões de parentes e empregados a octogenárias, e por aí vai.

E aí , vai vestir o manto pesado do pessimismo, ou vamos lá, lutar por nossos sonhos?
Mas, primeiro, cabe a cada um de nós controlar nosso agir, comandar nossas atitudes e pensamentos e, talvez o mais difícil, tolerar nossos afetos.

Aurora Gite

P.S.
Em resposta: pesquiso, no momento, a intuição. Essa faculdade de intuir está presente em todos nós, mas só é ativada, e considerada com seriedade, por poucos. Pequena parcela de pessoas se dispõe a escutá-la de forma científica. Ter fé é intuir algo. Ter esperança também. Aqui é onde me incluo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O que é verdadeiro brilha por si

Essa semana veio-me à lembrança um ensinamento oriental, onde um velho chinês depositava, todo dia, um objeto de sucata, que carregava consigo, num mesmo local de uma mesma praça.

Nos primeiros dias, as pessoas desatentas nem o notaram. Depois algumas pessoas passaram a observá-lo com um misto de curiosidade e desconfiança. Com o tempo começaram a se aproximar para ouvi-lo contar sobre o significado atribuído ao objeto depositado naquele dia. E, pouco a pouco, o grupo foi crescendo ao seu redor se contagiando pelo entusiasmo que irradiava.

O tempo foi passando e o monte foi crescendo, tornando-se um monumento que passou a conter a história de sua vida. Sua construção foi baseada em amor, dedicação e persistência, servindo de ensinamento para muitos, que passaram a estar mais atentos ao que ocorria ao seu redor, seja para se permitir olhar a beleza de uma flor e sentir seu perfume, para estender sua alegria sorrindo ou elogiando alguém numa troca renovadora de energia , perceber o calor do sol em sua pele ou o arrepio ante os pingos da chuva nela se apoiando... passaram a encontrar um significado a cada instante único vivido e repassar essa vivência contagiando outras pessoas.

Após a morte do velho chinês, o monumento foi preservado, sua lembrança eternizada por seus feitos, seu exemplo perdurando como fonte de aprendizagem de um viver, com alegria e humildade, a simplicidade do dia a dia.

O que é verdadeiro brilha por si, não necessita de endeusamentos fictícios ou idealizações radicais; não precisa de dogmas e rituais quaisquer que sejam; não necessita de comparações com outras correntes filosóficas, nem banalizar ou ironizar os que carregam verdades de outra ordem.

A aquisição de se tornar sujeito de sua história, administrador de imprevistos, responsável pelo encontro com seu prazer de viver, e pela autogestão sobre a maneira de buscar mais qualidade para sua vida, lhe possibilita transpor as lutas habituais, superando-se a cada minuto, tornando-se em vida um "educador-modêlo anônimo", para muitos "seguidores-desconhecidos aprendizes".

Você conseguiu, um "espaçozinho" que seja, hoje, para irradiar sua energia e estabelecer contato com a vida?

Ah, ía esquecendo do mais importante... sem desgastes, reclamações , cobranças, exaustões...mas com a leveza serena da gratidão por ter bem vivido mais esse dia.

Ainda é tempo de estabelecer uma nova relação contratual com sua vida!

Não é a vida que nos atropela, nós é que a atropelamos.

Aurora Gite

domingo, 6 de dezembro de 2009

Presente de Papai Noel?

Andréa me avisou que Luiz Cláudio chegou no dia 25 de novembro, sagitariano como o avô, que agora é realmente o "nono", pois com ele passou a ter nove netos.

Dia 25? Um mês antes do Natal?

Presente antecipado de Papai Noel?


Ela já tinha duas filhas, uma de 15 e outra de 12 anos.

Foi atrás de seu desejo, de seu sonho. E conseguiu realizá-lo.

Não vai levar pela vida a frustração de não ter tentado.

E a sensação de derrota por ter-se abandonado.

Um ideal de vida não é esquecido, só colocado em um baú.

Quando menos se espera, ele se faz presente.

E com ele a certeza de que as oportunidades na vida passam e não retornam.

É agarrar e lutar para que aconteçam, ou aprender a conviver com o peso do envelhecido baú.


Parabéns aos familiares e ao "catatau" meus votos para que tenha força e coragem suficientes para conquistar seu espaço como "pessoa" no mundo.

Não vai ser fácil sair da gigantesca bola de expectativas em que você foi colocado mesmo antes de nascer.

Como enfrentar cobranças, proibições irracionais, rejeições, chantagens sentimentais e permitir que o seu "ser autêntico" possa nascer também?

Como fazer para que consigam escutá-lo, respeitando sua maneira única e diferenciada de ser?

É o que você vai ter que descobrir.

Torço para que consiga, senão vai ser mais um "robozinho" refletindo os desejos frustrados dos que o cercam, buscando adaptar sua personalidade ao destino que eles já traçaram para você.

Tem o meu apoio para sair dessa e buscar aquilo que o realize e o faça feliz.

Aurora Gite

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Revendo blogs

Final de ano e lá vamos nós dar uma olhadinha para trás fazendo balanços, buscando acertos no confronto com erros, nos fortalecendo ao perceber a imprevisibilidade do presente incontrolável e a expectativa esperançosa que pode nos aproximar do futuro.

Oportunidades sempre envolvem a questão de escolhas momentâneas e sucessivas, e nossa capacidade de conviver com as consequências delas decorrentes e com as novas mudanças que acarretam, até no sentido de replanejá-las, com humildade e coragem.


Coletando aleatoriamente algumas frases dos blogs pude traçar meu trajeto como Aurora Gite:

  • Viajo pelo mundo das idéias e evidências científicas. Espero trocas de conhecimentos e experiências.
  • Meus interesses estão voltados para o Bioeletromagnetismo, Medicina Vibracional, Física Quântica, Dinâmicas Transpessoais na Política, Economia e Filosofia.
  • Podemos começar a refletir sobre a violência que nos cerca, realçando a importância dessa frase para o novo milênio: "Espiritualidade não é o mesmo que religião".
  • É a serenidade autoconfiante da espiritualidade e não o fervor dogmático da religião, que pode reequilibrar o sistema imunológico do ser humano.
  • O encontro marcado consigo acarreta busca de significado e de "dar significação" para sua vida, ou seja, melhor gestão de seu campo energético.
  • Por observação de pacientes reforço a hipótese da existência de um sistema energético bioinformacional, essência e sede do mundo psíquico.
  • Freud contava com avanços da Bioquímica para uma Psicologia Científica, acredito que vieram através do Bioeletromagnetismo e da descoberta da linguagem intra e intercelular.
  • Século 21 da pluralidade e transparência. Sobem Física (energia), Psicologia (nova compreensão da psique), Ética ( convivência pacífica voltada ao Bem) e Direito (resgate da Justiça).
  • Pesquisas NASA (Astroquímica, Astrobiologia): Moléculas contidas em gelo (água), sob radiação ultravioleta assumem novas formas. Vale a pena estar por dentro do que há de novo, não esquecendo que a água é o principal constituinte de nosso organismo (70 a 75%)
  • O mecanismo hídrico deveria ser melhor investigado não só sob o prisma da hidratação ou desidratação, mas como possível reservatório (usina) energético, que poderia nos conduzir a outra dimensão humana sob o comando da intenção.
  • Medicamentos produzem alterações a nível de neurotransmissores; a ação farmacológica da palavra , e tudo o que a envolve, também.
  • Modelos participativos de gestão e redes de comunicações informatizadas são a "maldição dos reis nus", líderes desnudados expostos a seguidores.
  • Somos líderes de Organizações Psíquicas. Gerir o mundo interno é semelhante a gerenciar uma empresa. A minha não está na categoria micro. Sua empresa está?
  • Todos nós temos que identificar nosso capital inicial e superávit primário, realizar balanços de nossas perdas e nossos ganhos, e sempre investir.
  • Otimizar recursos internos em tempo de crise tem que ter por base autocontratos com comprometimento ético e confiança na autoliderança.
  • Todos nós temos que constituir nosso Fundo Mental Individual (FMI), e conviver com constantes auditorias, censuras e correções mentais.
  • Autoliderança envolve muita diplomacia para negociações internas eficientes e eficazes, e muita política para definir autolimites e exercer o poder com autoridade (tolerância e autorespeito) e não autoritarismo (violência consigo mesmo).
  • Adentrar em um barquinho no "Small Word" (EUA)...Existem vivências inesquecíveis. Não temos palavras para descrevê-las. Essa é uma delas para mim.
  • "Uma idéia nova é considerada rídícula, desprezada, sem importância, até que finalmente transforma-se naquilo que todo mundo sabe." (William James)
  • Podemos repensar o amor como a união quântica de duas almas, daí a sincronia, atemporalidade e intensa alegria que invade nosso psiquismo?
  • Como sei que te amo? Porque por ti minhas renúncias são prazerosas. Tua alegria é minha fonte de prazer.

Orgulhosa como ser humano,

Aurora Gite

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A chave é o indivíduo

Esse é o título das considerações emitidas pela equipe da Revista Veja, edição 2141, datada de 2 de dezembro de 2009. Parabenizo e dou ênfase ao trecho de sua Carta ao Leitor:


"Vive-se um tempo em que as pessoas, suas circunstâncias particulares, responsabilidades e conquistas sumiram de vista em favor de projetos de engenharia social e suas promessas de resultados obtidos com a adesão de grandes massas.

O mundo já se encantou antes com essas ilusões coletivistas apenas para descobrir, não sem sofrimento, que o sucesso e o fracasso dependem das ações de cada indivíduo."


Segue pontuando a necessidade de reavivar o conceito do ser humano:

"... não em seu estado difuso de integrante de uma colmeia, mas como unidade pensante, dotada de livre-arbítrio e guiada por uma bússola ética."



Não é o resgate que mais precisamos neste momento social?

Aurora Gite

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Em passagem pelo twitter

Vocês conhecem o que é twitter?

E tweets, twitteiro e twittar?

Estou impressionada com sua repercussão. E o que libera no ser humano! Pode nos dar mais uma visão do quadro social que nos cerca. Vejam o conteúdo dos tweets e as respostas dos seguidores.

Sabiam que qualquer comentário tem abrangência mundial? Muitos divulgam detalhes íntimos de sua vida pessoal, sem nem se aterem ao fato de estarem em uma comunidade aberta.

Risco? Twittar "o que não deve a quem não deve", porque não adianta apagar, alguém já viu o que twittou. Tudo o que é twittado pode se espalhar rápidamente sem o controle de quem digitou um tweet. A repetição é proposital, para irmos nos acostumando com a nova linguagem.

O verbo é estranho, a forma de comunicação mais ainda, e a impessoalidade da interrelação globalizada me deixa apreensiva. Que mundo estamos criando?

Todos devem saber como é comum o fanatismo de fãs. Artistas nas várias áreas estão acostumados a essa exposição, e mesmo lidar com algumas atitudes inoportunas. A falta de interação direta abre as portas para o mau uso, comandado pela inveja, de muitos impulsos agressivos, para o desrespeito e frases maldosas, para a interrupção da autocrítica e senso moral encobertos pela impunidade do anonimato em série.

Preservo muito minha individualidade e privacidade. Estou curiosa para ver o que vai ocorrer neste milênio com as interações humanas e formas de auto-preservação.

Para quem não está familiarizado, o twitter é uma rede virtual onde as pessoas repartem suas rotinas, impressões, dão dicas de entretenimento, inclusive leituras e sites que acham interessantes, expressam suas opiniões... agora vejam só! Tudo isso em mensagens rápidas de até 140 caracteres. Podem acreditar!

Uma vantagem: os twitteiros vão desenvolver sua capacidade de síntese entre outras faculdades racionais. Vão buscar criar e inovar para manter seus seguidores ativos. Vão procurar estar atentos para não deixar escapar algo que não querem dividir. Vão ter que controlar a vaidade humana porque o preço dessa fama é muito caro e transitório como todas as demais, a não ser que se tenha cacife para bancá-la. Só que a vaidade fascina e entontece, mesmo muitos estudiosos sobre o psiquismo, acostumados a acompanhar em sua prática os mais diversos comportamentos humanos. Cada vez que observo um vaidoso, me vem a imagem de ser um homem que se debruça narcisicamente sobre seu reflexo nas águas de um rio, a espera de ser arrebatado por esfuziantes sereias. Será que volta à tona? E como estará internamente se isso chegar a ocorrer? Talvez olhar não só o número de seguidores, mas acompanhar a qualidade de seus tweets possam ajudá-lo a não se entregar tão facilmente.


Tem gente que busca usá-lo de outra forma, que não seja cultivo da fama. O grande ponto fraco do Twitter, para que isso ocorra, reside (no momento) nas alterações da sequência lógica do que é digitado, ao se clicar a autorização para o update.

Há necessidade de uma urgente revisão operacional nesse sentido, visto que ocorre, inclusive, a mudança da idéia que o twitteiro busca transmitir. Não é fácil ultrapassar o obstáculo de condensá-la nos 140 caractéres permitidos. É uma verdadeira luta conseguir sua expressão literal. Por exemplo grande dificuldade está na constante mudança do artigo "a" que vira sempre "uma" e isso, muitas vezes, altera o sentido da frase. Acredito que ocorra pela diferença linguística entre o português e o inglês.

Somado a tal fato por mais que o update, devidamente revisado, apareça correto no tweet, e tranquilamente a CPU seja desligada, ao religar o computador é impactante e frustrante a observação das palavras e letras embaralhadas, e de mensagens surgirem na postagem tão confusas e incongruentes, numa postagem alterada que independe do twitteiro.

Tal fato compromete a posição intelectual e profissional de quem postou tais tweets. Com isso veda qualquer troca científica, que poderia ser gratificante pela abrangência do mesmo.

Tentei entrar, mas brequei as postagens, no aguardo de providências por parte da equipe que criou e gerencia esta rede virtual.

E aí?
Vamos entrar na nova era, com tanta transformação acelerada, ou ficar para trás nesse milênio?
Eu já me dispus a adentrar!

Aurora Gite

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Um ano de existência, Aurora Gite?

E eis o tempo deixando sua marca implacável.
Quase não o sentimos quando fazemos algo que nos é agradável, e nos entregamos por completo a cada momento vivido.

Busquei uma autorealização em cada blog. Curti assim, e muito, o nascimento de Aurora Gite, e seu percurso durante esse ano de existência.

A escolha do nome representou a vivência que deu a maior guinada em minha vida. Doída por não estar fortalecida o suficiente para me bancar, não só psíquicamente a nível de uma boa autoestima, mas também com a formação de estrutura independente para me permitir a nível prático, uma boa qualidade de vida. Também tive o empurrão de fatores circunstanciais, imprevisíveis e muito desagradáveis, que, obrigatoriamente, me levaram a refletir sobre o que acontecia comigo e ao meu redor, buscando abarcar e compreender o que a vida estava tentando me mostrar, e eu como cega não conseguia enxergar e assimilar.

Como encadear todos os fatos e associá-los às qualidades das vivências foi meu maior desafio. Como efetuar a leitura adequada do que me acontecia, a fim de apreender o significado de tudo que me ocorria. Como aceitar e chegar a uma resignação mais harmônica dentro de mim ante tantas situações que fugiram a meu controle, foi minha maior conquista, pois demandou muita disciplina interna e constante reforço de méritos e amor próprio. Como alvorecer (aurora) no encontro com o ser só que habita nosso mundo interior, verdadeiro lar (gite) em essência humana, necessitou de muito esforço, dignidade e valorização como pessoa.

O surgimento do blog teve sua representação afetiva. A abertura desse espaço veio mais por um impulso e vontade de continuar me comunicando com algumas pessoas, que sabia estarem sendo muito importantes para mim por me permitirem somar experiências de vida e crescer internamente com esse agregar. As trocas efetuadas me permitiram maior autoconhecimento, além de me confrontar com o prazer genuíno da música e da pintura, aspectos tão distantes de minha vida, mais voltada , há anos, para vorazes e constantes atualizações de pesquisas e estudos dos fenômenos mentais. Sabia que faziam parte dos rápidos encontrões que damos durante nossas vidas, mas que nos deixam marcas profundas, que carregamos por toda nossa existência.

Registros nos blogs foram a forma de perpetuá-los e tornar mais viva essas presenças dentro de mim. Essa foi a maneira que encontrei de concretizar imagens, armanezadas com tanta lucidez através do disco rígido da memória, que contém as idéias abstratas que, se acionadas corretamente, podem ser nossa fonte inspiradora, força encorajadora em momentos de "blecaute".

Senti a perda de contato como colocado no blog "imprevisibilidade blogueira" . Mas essa perda me levou a refletir muito sobre a relação digital, o tipo de envolvimento buscado e o que se pode esperar. Não é uma relação tão fria e distante assim. Não se desliga um computador e a interrompemos, mas a carregamos pelo tipo de vínculo estabelecido. Torna-se assim uma fonte de autoconhecimento, para aqueles, que ousam a aproximação consigo mesmo, é bem verdade.

Coloco minha frustração inicial pela dificuldade de trocas mais consistentes. Até que pude exercitar leituras ante várias perspectivas.

Aprendi a respeitar as diferenças e a me aproximar dos blogs com os quais tivesse maior sintonia, como também aceitar os bloqueios que porventura adviessem ( não sem uma pontada de tristeza, pois, muitas vezes, o pouco contato entre blogueiros não permitiu nenhum "encontrão virtual" ).

O que seria importante para alguns, como usar o blog para discorrer sobre painéis de carros de luxo, sobre "status" em campos de golfe, sobre a solidão e importância de se situar ante tantos controles remotos, ou mesmo para aqueles que o usam mais como albúm de fotos familiares, não o eram para mim no início. Depois aprendi a admirar por si cada colocação, cada criação, cada comentário a respeito das mesmas. Tudo possui sua grandeza específica para cada blogueiro, tornando-se elo para a qualidade dos vínculos a serem estabelecidos.

Aprendi a diminuir minhas expectativas sobre possíveis retornos de pessoas catalogadas por mim com inteligência capaz de entrecruzar informações e me dar oportunidade, por esse contato digital, de crescimento profissional e pessoal. O que fazemos de nossas experiências é de nosso e exclusivo domínio. Minha vida ganha mais sentido com relações que me facultam ir além do que me é conhecido. As próprias relações assim se engrandecem e os elos se fortalecem e se renovam, não ficam patinando no marasmo da mesmice.

Queria rechear meu blog com assuntos que mobilizassem reflexões, que o tornassem um agente de transformação social e pessoal. Mesmo com temáticas cotidianas podemos conseguir tal profundidade de ação em prol de uma melhor qualidade de vida do ser humano, encorajando a um afastamento da sensação de fracasso e solidão, que assola nosso social durante esse momento de crises em várias dimensões. Como coloco em vários blogs, todas crises acabam afunilando para o encontro do ser humano consigo mesmo e com o que ele fez, de sua vida, até o momento presente. Embora sofrido para muitos, pode tornar-se o élan para novas escolhas individuais e busca de um existir mais feliz.

Essa foi e continua sendo a minha maior pretensão ao manter Aurora Gite, forma encontrada de conservar vivo um ideal, dando uma amplitude de sentido a uma meta de vida.

Agora é tocar para frente, com amor e entusiasmo, autovalorizando esse espaço em seu primeiro ano de vida.

Agradeço aos que se lembraram.
Ah, o dia 15 de outubro, comemoração do Dia dos Professores, foi por acaso. Agradeço a cada médico, enfermeira, técnicos em Radiologia Médica, profissionais de saúde que me deram seu retorno sobre como minhas aulas de psicologia prática influenciaram em sua conduta.
Aurora Gite

domingo, 4 de outubro de 2009

Small World

Cada vez que tenho oportunidade, através da Internet, de entrar em contato com noticiários internacionais, é reativada a memória da experiência vivida na década de 70. Ainda me vejo adentrando em um barquinho, no "Small World", local na Disney (EUA), onde o mundo todo estava representado por bonequinhos vestidos a caráter. E nós, maravilhados com essa riqueza humanitária, conforme chegávamos ao espaço do país, mais extasiados ficávamos quando nossos ouvidos eram brindados pela mesma música ir sendo cantada na linguagem desse país. Existem vivências que não temos palavras para descrever. E essa, para mim, é uma delas.

E aqui estou eu a ler: " A vitória do povo brasileiro, como definiu Lula, é a notícia de maior destaque por todo mundo nesta sexta-feira. Os sites do norte-americano "New York Times", do espanhol "El País", do alemão "Der Spiegel", do britânico "The Guardian", do sueco "Svenska Dagbladet" e do francês "Le Monde" elevaram a notícia à manchete. (FolhaOnline, 02/10/2009)

Tenho por hábito consultar o "El País", o "Le Monde", o "New York Times, o argentino "Clarín". Acho fascinante abrir esse leque e observar uma mesma situação sob várias perspectivas.

Em 24/09/09, Andrea Rizzi do "El País" nos confrontava com o artigo intitulado "O Banco do futuro será de urânio", focando a idéia de se criar um armazém da ONU que garanta a todos os países combustível para reatores nucleares.

Já em 03/10/09, William J.Brood e David E. Sanger, do New York Times, publicam seu texto sob o título " Relatório da ONU diz que Irã tem informações para construir bomba nuclear". Colocam como crença emergente, fator preocupante para a humanidade e desafio para Obama, presidente atual dos Estados Unidos, as provas contidas nesse relatório elaborado por especialistas da AIEA ( Agência Internacional de Energia Atômica).

Em 04/10/09, Laura Lucchini, correspondente de El País em Berlim, apresenta "A maioria das crianças nascidas a partir de 2000, chegará aos 100 anos, aponta estudo". Discorre sobre estudos sobre o envelhecimento, expectativas de vida e desenvolvimento de doenças, realizados por pesquisadores dinamarqueses e alemães, publicados pela revista científica "The Lancet", através dos quais, as pessoas desse século, não só viverão mais, mas terão menos limitações e incapacidades decorrentes dos avanços médicos e tecnológicos, dos auto-cuidados (alimentação e esportes). E já previnem: "... com altos custos para o Estado, no futuro."

Ei, esperem, eu ainda estou dentro do "Small World"!

Segundo a Folha Online, de 03/10/09, o suiço Joseph Blatter, presidente da Fifa, elogia o discurso do presidente do Brasil, ao defender a candidatura do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. "Essa candidatura não é nossa, mas é da América do Sul. Um continente que nunca sediou uma Olimpíada, está na hora de corrigir isso. (...) Entre as 10 maiores economias do mundo, somos os únicos que não sediaram a Olimpíada. Para os outros (Chicago-EUA, Tóquio-Japão, Madrí-Espanha), será mais uma Olimpíada, mas para nós será uma oportunidade sem igual. (...) "

Essa vitória, segundo palavras de Lula, representou a concretização da cidadania brasileira. Confesso a vocês que também não contive minha emoção de patriota, meus olhos ficaram marejados de lágrimas, meu peito se encheu de orgulho pela minha nação. E deu Brasil!!!

Uma nova notícia me chama a atenção: " Foi uma vitória da ficção" de Juca Kfouri, jornalista e blogueiro, colunista da Folha.

Já estou saindo do Small World? Todos os indícios me apontam que sim.

Segundo Kfouri: "O anúncio do Rio de Janeiro, como sede dos Jogos de 2016, é um sonho que se tornou realidade, graças ao trabalho da delegação brasileira. Mas foi um verdadeiro show , uma vitória da ficção (... ). Daqui a pouco vai começar a realidade e aí ...

Saindo do Small World, não paro nas notícias de Jean-Pierre Langellier, do Le Monde, datada de 02/10/09: " No Brasil, o presidente Lula é criticado pela forma como administrou a crise hondurenha".

Sigo direto para a publicação de José Andrés Rojo para o jornal "El País". Seu artigo, datado de 04/10/09, tem o título : Intelectuais Domados? . O autor comenta sobre "o compromisso público do escritor (que) mudou numa sociedade fragmentada e globalizada". No entanto, "a reflexão política e moral continua sendo um desafio obrigatório".

Esse texto novamente me encheu de esperança. Reparem as décadas de nascimento dos intelectuais comentados.

Rojo cita idéias de vários intelectuais e escritores sobre o tema e suas dificuldades para abordar a violência de nossa época. " Já não existe mais o intelectual com vocação para se transformar em consciência moral da sociedade" ( Edmundo Paz Soldán, nascido em 1967), mas "O intelectual tem obrigação de intervir no debate cívico"( Mario Vargas Llosa, Arequipa, em 1936) ."Creio que um intelectual tem por obrigação ter um papel social"(Lolita Bosch, nascida em Barcelona em 1970).

"Antes queríamos mudar o mundo, agora nos conformamos que não exploda"( Santiago Roncagliolo, nascido em Lima, em 1975). "Multiplicaram-se a violência, a pobreza, a desigualdade e, cada vez são menores, as possibilidades das novas gerações frente ao futuro"(Sérgio Gonzáles Rodriguez, México, 1950).

"Os grandes meios, portanto, com sua ânsia pelo imediatismo, acabaram com o prestígio da opinião repousada, elaborada, meditada. Acabaram com os registros que, por fim, definem a tarefa de um intelectual. (...) "O intelectual já sai comprometido desde casa. Não há um grau certo, não há um grau neutro onde se possa tomar partido. Cada qual ocupa um lugar dentro de uma hierarquia e isso já significa uma subordinação a uma forma de poder, seja qual for"(Eloy Fernández Porta, Barcelona, 1974).

"O século 20 se encarregou de mostrar como o socialismo cubano não soube conviver com a liberdade, e como as democracias latino-americanas não conseguem acabar com a pobreza. (Paz Soldán). "A questão fundamental, creio, é a do reconhecimento. Um mundo fragmentado, uma sociedade global onde se ignora o que está mais próximo, um sistema de poder silenciando os diferentes países enfiados até o pescoço na violência, populações pobres de solenidade". (Fernández Porta).

Que venham as Olimpíadas em 2016, pois desde já estão nos propiciando o reconhecimento do Brasil!

Que persistam essas solenidades, que mobilizam nosso patriotismo, enchendo o nosso peito de orgulho de sermos brasileiros, e que revigoram o valor de nossa cidadania e de nosso papel social!

Aurora Gite

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tentando entender, aplaudo de pé.

Ontem me indagaram o que era "ingerência externa" e porque eu não estava de acordo com a mesma em Honduras. Respondo com argumentos tirados do Uol Notícias dos textos de Thiago Scarelli (Tegucigalpa, Honduras), Claudia Andrade (Brasília, Brasil) e Maurício Savarese (São Paulo, Brasil). Eis a lucidez de dados reais e legais, clareando a escuridão dos achômetros absolutistas, que se alastrou sobre muitos analistas dessa crise.

O primeiro texto realça o papel desempenhado por Adolfo Facussé, Presidente da Associação de Industriais de Honduras, na busca de uma saída doméstica para a crise, apresentando proposta para uma solução hondurenha livre da ingerência externa, ou seja, de intervenções estrangeiras.

Segundo Facussé, respondendo a perguntas do entrevistador: "Que o diálogo seja feito entre hondurenhos, que paremos de esperar que mediadores de fora, a ONU (Organização das Nações Unidas) , a OEA (Organização dos Estados Americanos), resolvam o problema. Dialoguemos e resolvamos a situação por nós mesmos. A proposta pode ser melhorada, mas pelo menos o diálogo já terá começado... A proposta foi preparada por um grupo de membros da Associação de Industriais reunidos em uma comissão especial. Eu a apresentei, mas não é uma questão pessoal. O importante não é a proposta em si, mas que existe um grupo de hondurenhos dizendo: Sentemo-nos e dialoguemos nós mesmos."

Percebem a diferença de um verdadeiro patriota, pensando no bem coletivo nacional?

Do segundo texto realço a postura do Senador Demóstenes Torres (DEM-GO), respondendo à solicitação do Senador Aloízio Mercadante (SP) de voto de censura ao cerco da embaixada do Brasil em Tegucicalpa e repúdio ao governo golpista de Honduras.

" Eu acho que não devia mais ter embaixada lá. Se o Brasil não reconhece o governo, que se ausente de lá. O Brasil precisa compreender que os "paisetes" , que ele quer liderar, não querem a liderança do Brasil... Por que o Senado vai entrar nessa trapalhada? Por que vamos trazer um desgaste para o Senado? Acho que se aprovarmos será uma atitude irresponsável do Senado sem que haja nesse texto qualquer condenação à diplomacia brasileira, que quebrou as regras internacionais", afirmou o Senador.

Sem espetacularização, buscando interromper o acirramento dos ânimos, o senador Demóstenes Torres, nos confronta com a realidade de atitudes inadequadas dos profissionais responsáveis pelas negociações diplomáticas, que envolveram o Brasil em tais conflitos internos de Honduras e com a necessidade do Senado Brasileiro reconhecer os limites e verdadeiras funções de seus senadores . E é somente dentro dessa perspectiva sobre dados circunstanciais, que se pode vislumbrar uma solução para a crise.

Convém reforçar que: "A embaixada deixara de ter esse status desde que o governo brasileiro dali se retirou. O controle interno do antigo recinto da embaixada escapou dos funcionários brasileiros encarregados de zelar pela antiga sede da missão diplomática brasileira e era exercido por Zelaya e seguidores. Pedidos a Zelaya, por parte de Lula e Amorim, não foram atendidos. O local continuou uma central de agitação." Segundo notas da Uol Notícias de 30/09/09 , " Zelaya é o hóspede inconveniente, que se comporta como dono da casa, tamanha é sua liberdade de ação."

"Um país que tem aspirações a ser um líder mundial, não pode aparentar cumplicidade com radicais... A única saída digna para o governo brasileiro da armadilha em que se meteu parece ser a concessão de asilo a Zelaya em território nacional. O problema é convencê-lo a aceitar essa solução." Aqui cito frases de um dos comentários sobre esse texto: "Para Zelaya parece não existir lei. Está acima dela e faz o que quiser. Pouco se importa com os outros." Tentem refletir sobre esse perfil psicológico.

O terceiro texto, referido por mim no primeiro parágrafo, busca estabelecer a diferença entre governo interino e governo golpista e, para isso, seu autor entrou em contato com vários especialistas. A leitura na íntegra vale a pena.

Esses são os fatores que permitem chamar o governo de Honduras de golpista e não de interino:
  • A falta de devido processo legal, através do qual é preservado o direito ao contraditório (direito de defesa) ;
  • a inexistência de apoio da comunidade internacional, expresso no não reconhecimento do governo de Roberto Micheletti;
  • a origem de um levante para remover um chefe de Estado, legitimamente eleito , nada prevendo que deveria ser expulso do país como foi.

Pela 4ª Cláusula da Constituição Hondurenha, "tentativas de mudar a Carta implicam perda imediata do cargo público". Zelaya, enquanto presidente, buscava convocar plebiscito para alterá-la, daí a acusação dos golpistas de abuso do poder e de traição à pátria.

Para Dallari, professor de Direito Internacional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo: " Diante de suposta violação, decidiu-se simplesmente tirar o presidente do país e instituir outro regime. Isso permite dizer que já há lá um governo golpista... e que não foi observado o direito de defesa."

Para Rafael Villa, especialista venezuelano em questões latino-americanas, " A linha divisória entre governo de fato e governo golpista não existe. Ambos emergem fora das regras estabelecidas e que dão legitimidade. Ambos supõem governo fora da legalidade e carentes de legitimidade. É esse o caso em Honduras... A ordem institucional foi rompida."

Encerro essa postagem com a frase de Micheletti, registrada no texto da Uol Notícias, segundo o qual ele estaria aberto à nova proposta de Facussé, que prevê sua renúncia da gestão interina e imediata posse da presidência do Congresso: " Isso não é permitido pela lei, mas estou disposto a renunciar e vou para casa".

E eu fico me perguntando, dentro de "golpe militar", de posse do "supremo poder sobre a nação", acusado de totalitário ao adotar medidas emergentes -impeditivas da amplitude do caos social -, quem adotaria essa atitude de renúncia voluntária e passagem de poder, desde que a Pátria Hondurenha e sua Constituição estivesse preservada? Como essa liderança passará para a História do País Honduras?

Aurora Gite

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Até que enfim! Excelente análise Nêumanne!

Quarta-Feira, 30 de Setembro de 2009.
"Banzé brasuca em Tegucigalpa"
Quase ouço sua voz dizendo: "José Nêumanne, para o Estadão.com.br ."

E eis que alguém ousou, se levantou e gritou: "O rei está nu". E quantos reis apareceram e se perceberam desnudados.

Parabéns, Nêumanne! Resgatou o valor da profissão e a dignidade do país para mim. Aliás cita os "coleguinhas jornalistas" no excelente artigo, e aborda como ninguém até agora o que estão fazendo com o Brasil.

Estou revigorada como cidadã! O pouco que posso fazer é divulgar seu artigo, e indicar sua qualidade e necessidade ante o momento político que vivemos.

José Nêumanne é jornalista e escritor. É editorialista do Jornal da Tarde. Procuro sempre ler seus artigos na seção Opinião do Jornal "O Estado de São Paulo". Agora transcrevo algumas partes do artigo citado acima, assumindo o espaçamento para maior realce das idéias:

"Collor nem sonhou tentar o que Zelaya tentou: mudar a Constituição e convocar um plebiscito para permitir sua permanência no cargo, ao arrepio do Congresso e da Justiça.

O ex-presidente hondurenho pediu apoio aos militares e, não o tendo obtido, demitiu o comandante das Forças Armadas. A Justiça mandou depô-lo, empossou o presidente do Congresso e não permitiu que ele se vestisse, embarcando-o de pijama para o exterior.

O mundo inteiro se revoltou com a desfaçatez dos "golpistas" de Honduras por crassa ignorância das regras constitucionais vigentes num país minúsculo e miserável.

Teceu-se, aí, com rapidez, a cortina de fumaça do governo "golpista" e do "martírio" do presidente eleito pelo povo e deposto por militares num novo e típico pronunciamiento latino-americano.

No afã de não repetir Bush, Barack Obama, assessorado por madame Clinton, absolutamente jejuna em quaisquer assuntos ao sul do Rio Grande, condenou a deposição, mas depois foi tratar de problemas mais relevantes. Com o "não temos nada com isso" dos xerifes do mundo, tudo se encaminhava para uma solução simples e cômoda do episódio: as eleições presidenciais poderiam ser realizadas e a paz democrática voltaria a reinar naquele antigo pedaço do império da United Fruit Company.

Aí entrou em ação o coronel golpista Hugo Chávez, que despachou de volta para o centro dos acontecimentos o presidente deposto.

Este cruzou a fronteira, mas voltou por cima dos pés para, em seguida, empreender uma entrada espetacular em Tegucigalpa, mercê do engenho estratégico do amigo venezuelano e do peculiar conceito sobre democracia da companheirada brasileira. Dirigente sindical no fim da ditadura militar, quando o general Geisel cunhou sua "democracia relativa", Lulinha Paz e Amor inventou a "democracia de conveniência", adaptação petista da sentença de Artur Bernardes: "Para os amigos, tudo; para os inimigos, o rigor da lei."

Ahmadinejad roubou a eleição no Irã? Isso não interessa ao Brasil, que não pode intervir na soberania iraniana. Ahmadinejad nega o holocausto? O fato de sermos amigos não nos força a pensarmos da mesma forma.Mas o mesmo não vale para Honduras, que não tem projeto bélico nuclear nem bate boca com o vilão ianque.

E foi assim que, quando o mundo inteiro esperava um banho de votos para lavar a mauvaise conscience pelo completo desconhecimento internacional das regras constitucionais hondurenhas, o governo brasileiro, para apoiar Chávez, foi à caça do apoio de tiranos africanos para repor Mel Zelaya no poder. Para tanto mandou às favas todas as regras do civilizado convívio internacional.

Como nunca antes na história deste planeta, abrigou na "embaixada" brasileira não um fugitivo de um regime ditatorial, mas alguém que decidiu impor a própria vontade de continuar mandando em casa, sem dar bola para as instituições e a opinião pública locais.

Esses episódios sempre terminam com um salvo-conduto ao abrigado na embaixada e seu asilo pelo país que o hospedou. Mas este não pode ser o caso: Zelaya não quer fugir de Honduras, mas ficar lá, sob a proteção de Lula, porque Chávez mandou.

O absurdo não para por aí. Lula tem exigido respeito absoluto ao território brasileiro da "embaixada" depois de ter chamado o embaixador de volta e mantido em Tegucigalpa apenas um encarregado de negócios. O governo de facto ainda não ocupou o prédio só para evitar pretextos intervencionistas, pois, como não reconhece a autoridade "golpista", o Brasil não tem mais embaixada em Tegucigalpa.

O ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda tem razão ao se dizer - em entrevista a Lúcia Guimarães no caderno Aliás deste jornal, no domingo - espantado com a intromissão brasileira em Honduras. Estamos é fazendo um banzé brasuca estúpido em terreiro alheio, que, aliás, não tem interesse nem importância nenhuma para nós.

Ao mundo, que tenta se esconder do vexame de ignorar as regras da democracia de um país pobre, o Brasil parece bater no peito e proclamar com arrogância: "Sou ignorante, sim, mas quem aí não é?"

Vale a pena ler na íntegra no site do Estadão.com.br
Aurora Gite

domingo, 27 de setembro de 2009

No meio de encruzilhadas de totalitarismos

Na busca por blogs com conteúdos éticos e cidadãos blogueiros que busquem, com argumentos e coragem e dentro de seus limites de atuação, se engajar na luta pacífica pela transformação de nosso social, me deparei com mais um site que passo a vocês. Acredito ser importante contribuir para a divulgação desses espaços usados para tais fins.

http://www.espacorevistacult.com.br/
Espaço de debates e divulgação do conhecimento, localizado em São Paulo, no bairro do Paraíso, tendo como proposta disseminar a cultura. Essa equipe é responsável pela Revista Cult. Cheguem até lá e vejam a qualidade temática e o referencial dos profissionais que a enriquecem com seus artigos.

http://revistacult.uol.com.br/
A edição 129 da Revista Cult traz um dossiê sobre Hannah Arendt, escrito por Newton Bignotto. Sob o título de "Arendt e o totalitarismo", e o foco nos estudos sobre o totalitarismo que esclarecem a face trágica do século 20, o autor ainda aponta a visão de Arendt sobre os desafios das democracias no século 21. É muito interessante e tão atual, tendo em vista o que ocorre em Honduras, pois amplia nossa visão e perspectiva crítica com base nas evidências e dados de realidade que nos chegam de lá diretamente, e não em opiniões absolutistas e imagens midiáticas com recortes manipulados e direcionados a interesses específicos.

Outra edição que me chamou a atenção, e que associo como complemento dessa leitura, foi a edição 139 e seu "Partilha do Sensível - uma associação entre arte e política, segundo o filósofo francês Jacques Rancière" . Sob esse conceito ele descreve a formação da comunidade política com base no encontro discordante das percepções individuais, pertencentes ao mundo do sensível. Traça um paralelo entre as expressões artísticas e a sensibilidade estética da política. Aborda os discursos organizados pelo poder, e as formas de espetacularização do próprio poder, dificultando um trabalho de "pensar sobre" , que possibilite se chegar a uma síntese sobre os acontecimentos. Critica a manipulação do mero espectador, cidadão não atuante, facilmente direcionado a um envolvimento fanático, pelo recrutamento midiático de grande comprometimento emocional. Não é o que estamos vendo nessa crise de Honduras?

Como o Brasil foi envolto de forma a se situar como parte integrante da mesma? Ingenuidade e falta de comando, ou má fé e falta de transparência na gestão?
Como cidadã, queria um plebiscito aqui no Brasil, queria opinar e expressar livremente minha concordância ou não com essa decisão presidencial de ingerência em "casa alheia", com regulamentos internos diferentes dos nossos e com normas constitucionais que iriam ser vilipendiadas pelo presidente deposto, caso não tivesse sido destituído.

É importante, respeitando as devidas proporções, fazer uma comparação com nosso cotidiano. Imaginem numa rua, um bloco com diversos prédios, com seus respectivos condomínios e regulamentos internos. Um síndico é deposto da função por descumprir ítens desse regulamento, tentando alterar o estatuto, conforme sua conveniência pessoal. Descontente sendo excluído das assembléias à força, se põe a reclamar, a desqualificar seus opositores, e a buscar alianças nos prédios vizinhos, para conseguir nova entrada. Um condômino cede seu espaço, desde que fossem respeitadas as leis de uma convivência pacífica e respeitosa. Nova eleição já estava prevista e para uma data bem próxima. O síndico interino as manteve, como a observância das normas estatutárias anteriores. Não usou de nenhuma forma de agressão física, buscando manter um clima pacífico durante o período até a entrega do cargo ao eleito por maioria para exercer a função.

De repente, o síndico deposto se faz cercar por vários partidários, que invadem o pequeno espaço na assembléia e se fazem usufruir dos benefícios dos demais, chegando a acuar os que por direito ocupavam o espaço. É notório que esse síndico faz mau uso do poder e busca o incitamento de uma resistência com meios até violentos. Nós, participantes dessa assembléia, que nada temos com o conflito caseiro da deposição do síndico, como reagiríamos a tudo isso? Poderiamos ser envolvidos sem uma votação democrática sobre nossa aceitação em tomar partido? E a soberania do regimento de meu prédio como fica, já que o mesmo estava sendo desconsiderado e invalidado legalmente? E a minha soberania individual, minha liberdade de decidir - aspectos centrais de uma democracia - como seriam respeitadas?

Quem é quem no meio de tudo isso?
A quem me dirijo? Onde está o síndico de meu prédio? Onde está o representante da imobiliária, o responsável legal pela assembléia? Onde está o embaixador brasileiro de Honduras, que delegou a outrem a autoridade ante decisões tão importantes ?

" O único diplomata brasileiro presente em Honduras, o ministro-conselheiro Francisco Catunda Resende, disse à Folha, que foi surpreendido. Concordou em receber na embaixada brasileira a mulher de Zelaya. Logo atrás dela, entrou ele, com mala e tudo, disse o diplomata. Após conversas, veio de Amorim a autorização para acolher o casal." E os demais? Quem autorizou?

Quem invadiu a embaixada, além de Zelaya e de sua mulher?
Quem assumiu o poder lá dentro, estabelecendo limites de atuação funcional?
Quem verdadeiramente exerce a autoridade dentro da embaixada, território brasileiro?
A quem cabe administrar e disciplinar operacionalmente todas essas pessoas dentro de nosso território em Honduras?

Como podemos nos permitir não perceber a inversão de papéis e valores legais, se os poderes da nação hondurenha -Executivo, Legislativo, Judiciário e sua Suprema Corte - foram os mobilizadores das Forças Armadas e estavam unidos na deposição do presidente, por este não haver cumprido seus deveres constitucionais? Por que os defensores da Constituição Hondurenha querem ser ouvidos e não são escutados?

Como as outras nações se permitiram envolver dessa maneira deixando até em aberto questões diplomáticas pela intromissão na soberania de outro país?
E aí estamos nós, no meio de encruzilhadas de totalitarismos, posições centralizadoras e autoritárias, que buscam mobilizar massas para apoiar suas opiniões, distorcendo e camuflando informações. Mas eu quero ser escutada!

Sabem ao que nos reduzem? Estão conscientes do perigo de permanecerem nesse silêncio complacente, nessa co-participação passiva com estranhas ingerências ideológicas em um governo que se diz democrático, por ter sido escolhido por votação popular, mas que adota medidas tão absolutistas? Aumentos seletistas de salário, indicações impositivas para a vitória de um sucessor , aliás agora Chávez, presidente da Venezuela, segundo a imprensa noticia, se tornou abertamente um dos defensores de Dilma Roussef à Presidência do Brasil, sabiam dessa? Já imaginaram o precedente aberto, conforme o desfecho da crise hondurenha?

E lá vamos nós, reaprendendo a pensar e reativar o nosso senso crítico:
Crise política acarretando crise econômica? E...?
Crise diplomática envolvendo crises de capacidade de persuasão e negociação? E...?
Crise de paciência ante lentos acordos e de falta de tolerância a frustrações e adversidades angustiantes? E...?

Crise de identidades que trazem consigo a falta de capacidade de discriminação de limites?
Crise de convivências respeitosas que implicam na capacidade de administrar as diferenças?
É por aí mesmo... Continue!
E para respeitar as diferenças tem que haver humildade suficiente para perceber as limitações ou ... arrogância em excesso e falta de amor-próprio, para conviver com imposições e submissões totalitárias.
E então?

Então, agora vocês têm novos instrumentos internos para escolherem qual postura adotar: mero observador da espetacularização midiática e polítiva, ou cidadão democrático, nada ingênuo nem robotizado, que amplia seus pontos de vista além da aparência desfocada pela falta de transparência dos discursos políticos atuais, em sua maioria ... Acho importante essa ressalva, pois vivo e gritante ainda se encontra um grupo minoritário atualmente, se bancando em sua esperança de mudanças.

Como Rancière nos confronta com "um presente que não é alegre, porque não há esperanças fortes... que sustentem os movimentos existentes, eis o comentário que encaminhei sobre a matéria, em 15 de setembro passado:
"Excelente oportunidade de entrar em contato com as idéias desse filósofo...Gostaria aqui de pontuar outra perspectiva. O fato de não ser mobilizada uma luta social contra o sistema capitalista, não impediu que a crise financeira confrontasse o ser humano consigo mesmo e com a forma antiética de dominação e exploração nas interações pessoais. Pegou mais fundo. Há muita esperança!"

A cada encruzilhada de totalitarismos, o ser humano mais se sensibiliza e humaniza, e encontra mais força para partilhar o que tem de melhor em si. E até se permite questionar, nesse momento de crise: O que tenho de melhor?

E esse é o primeiro passo para estabelecer seus limites pessoais novamente, rumo ao resgate de sua identidade. Aqui reside a minha esperança para esse milênio.

Aurora Gite

domingo, 13 de setembro de 2009

Chegou 13 de setembro, com direito a parabéns!

Dia 13 de setembro!

Data que não dá para esquecer.
Minha mãe foi do dia 12. Uma de minhas filhas é do dia 14.


E ainda tem o dia 10 de setembro!

Fizemos parte da torcida pelo saudável nascimento de um neto.
Aproveito para felicitar um avô por seu primeiro ano nessa função.


Agora, pense no som vibrante e envolvente de Mozart.
Serenade nº 13 in G Major, K.525; 1st mvt: Allegro
(Slovak Philharmonic Orchestral/Libor Pesek, Conductor)


E receba, sob essa vibração, meu abraço afetuoso
Nesse "seu" dia no ano de 2009.

Aurora Gite

sábado, 12 de setembro de 2009

Solidão, vontade e liberdade

Uma das maiores dores do ser humano advém da sensação de desamparo e angústia do ser só.

No entanto, esse é o destino psíquico de todos nós, para iniciarmos a escalada de subida visando o fortalecimento de nosso mundo interior. A vivência com essa fragilidade e mesmo vulnerabilidade é que nos mobiliza para o resgate de nossa potência como ser humano.

A percepção que não somos tão limitados e impotentes, por si só, já nos revigora e transmite sensação impactante de alegria e regozijo indescritível, antes não sentidos. Representa a passagem, já abordada por mim, do "eu existo" para o "eu sou", que tende a alcançar o "quero ser e tornar-me eu". É o movimento que Platão bem representou em seu "Mito da Caverna", sendo esta o símbolo de nossa própria existência em nosso mundo interior, como coloca Hannah Arendt (Entre o Passado e o Futuro, 2007).

Gosto de, saindo dos lugares teóricos comuns de muitos psicoterapeutas, analisar meus pacientes sob o prisma do tipo de governo interno que adotam na interação entre os dois mundos (subjetivo e objetivo) , da qualidade de regência de seus recursos psíquicos e do controle sobre a administração das estratégias que utilizam. Quantos não ficariam surpresos ao perceberem a forma tirana e o governo totalitário que adotam no domínio e fiscalização das próprias forças psíquicas. Muitos se revelam verdadeiros déspotas ante o rigor das exigências e autocobranças.

Já localizei em posts anteriores o papel que desempenha Hannah Arendt e minha admiração por suas articulações. É uma pena que não tenha fugido de, como bem provam os dados históricos referentes a muitos pensadores, ter um maior reconhecimento de sua obra e melhor compreensão de suas idéias, após sua morte. Comprovo muitas de suas hipóteses sobre o ser humano por meio dos dados através de observações advindas da área clínica. Expresso um pouco isso no texto abaixo.

Vou focar nesse post três fenômenos humanos constantes e universais, nomeados como: solidão, vontade e liberdade. Três conceitos difíceis de serem analisados racionalmente, pois englobam outras dimensões do ser humano. E, se concebermos o mundo psíquico dentro de uma totalidade sistêmica semelhante ao corpo humano, inclusive com duas vias circulatórias de energia psíquica, podemos observar suas atuações em ambas. Vamos encontrá-las no mundo dos valores (forças) morais, e no mundo das virtudes (princípios inspiradores voltados ao Bem), expressos pelas ações deles decorrentes.

Acredito ser importante pontuar que a virtude não é racionalizada, não pode ser ensinada ou aprendida, seu entendimento decorre de uma compreensão superior, mas tão vital ao organismo psíquico no que diz respeito à integração das dimensões humanas psíquicas mentais com as espirituais. Sob esse termo, me refiro a dimensões mais elevadas, características do ser humano mais amadurecido psíquicamente, mais sereno e livre em suas ações voltadas a momentos de autoaconchego e plenitude interior.

Ao se reportar ao fenômeno da solidão, Arendt considera o "homem solitário não mais um, e sim dois em um", pois, no momento em ocorre a "interrupção entre mim e meu próximo, tem início o relacionamento entre mim e mim mesmo".

Complicado?
Vamos verificar o que torna essa assertiva mais difícil de ser entendida?
Eis alguns obstáculos:

-A maioria das pessoas não aprendeu a pensar, refletir e analisar a aplicabilidade prática do que lê. Buscam enquadrar o outro para validar teorias, lidas superficialmente sem grandes introspecções, sobre seus significados.

-Para muitos, é mais comodo não se individualizar. O se tornar indivíduo demanda empenho, esforço e responsabilidade pelo bem-estar do ser único que se tornou.

-Para alguns, ainda, falta o hábito de entrar em contato com esse lado psíquico, se permitindo acompanhar a dinâmica de forças atuantes, ou o movimento das idéias que se entrelaçam nesse diálogo interno. Para isto é preciso coragem, determinação e perseverança. São viagens em mundos desconhecidos dentro de nós, a meu ver, de grande fascínio, mesmo as sofridas que nos espelham o que não gostaríamos de ter, mas que podemos, a partir daí, optar por não mais ter.

-Não é fácil o confronto com um "quero e não-quero", "quero e não-posso", "sei-mas-não-quero", como bem coloca Arendt. Existe sempre o subterfúgio do "não sei", "acho que", "tento e não consigo", que a tudo mascara, com as pessoas esquecendo que o "autocontrole corresponde à virtude política onde "quero" e "posso" se afinam", e a "coragem é uma das virtudes políticas cardeais, representando o bem supremo para se tornar um indivíduo".

Sempre me questionei muito sobre essa energia psíquica e sua forma de distribuição dentro do ser humano, que, como ocorre dentro de um caleidoscópio, basta ligeira movimentação para que séries de desenhos de funcionamentos psíquicos se delineassem, demandando leituras específicas para seu entendimento.

Para uma melhor compreensão desses fenômenos muito contribuíram tanto a Física Quântica, quanto as propostas de Arendt, sobre a "pluralidade de perspectivas inerentes ao ser humano em sua unicidade" e "articulações que levam as experiências a uma esfera do esplendor que não é a do pensamento conceitual", a observação da imprevisibilidade do efeito da ação humana independente da motivação interna e do princípio causal que rege o mundo exterior.

Parte de um quebra-cabeça era montado dentro de mim, e novas inquietudes surgiam, impulsionando novas indagações e novas buscas investigativas. Sendo o homem soberano para atuar em seu mundo interno, até onde iria essa liberdade? Como atuaria o fenômeno da liberdade tão sonhada e almejada? Vontades genuínas e vontades criadas, como discriminá-las mais prontamente? Como unir, com mais exatidão, a faculdade intuitiva com as capacidades de sentir e pensar, obtendo ações mais coerentes e consistentes, visando melhor qualidade de vida para o ser humano, assim mais autorealizado e autovalorizado? Como possibilitar sua maior integração ao social, ou ao público, preservando sua individualidade?

Hannah Arendt, no livro citado acima, lança a hipótese sobre a possibilidade da liberdade começar onde a política (coisa pública ) termina". Para ela a liberdade, na área da política, é oposta à liberdade no espaço íntimo do sentir-se livre, pois esse espaço pertence ao ser apolítico.. "O homem é livre e aplica a ciência do viver, desde que saiba distinguir entre o mundo estranho, sobre o qual não possui poder, e o eu, do qual ele pode dispor como achar melhor... ser escravo no mundo e ainda assim ser livre."

O fenômeno da liberdade não surge na esfera do pensamento ( das idéias) nem é vivenciado no diálogo consigo mesmo. Resgata as citações de Epicteto: " É na morada interior que o conflito consigo mesmo irrompe e a vontade é vencida, que o homem é senhor absoluto... Livre é aquele que vive (em seu mundo psíquico) como quer... livre dos próprios desejos."

Paradoxal? Nem tanto.
Complexo para se entender? Muito.
Vamos , então, tentar compreender seguindo as associações estabelecidas por ela, e buscando confirmação, observando os movimentos psíquicos que ocorrem dentro de cada um de nós?

Não é fácil para a maioria das pessoas, perceber essa dinâmica interna.
Prefere substituir por movimento, energia, atividade ? Tudo bem.
Lembra do caleidoscópio? Então tente verificar os desenhos, ou imagens mentais, que suas idéias formam ao se associarem.

Muitos, inclusive, não estão nem afim de se aproximar de conceitos abstratos, se prendendo a uma realidade concreta com sua utilidade prática imediata e visível. É tudo questão de perspectiva, de tempo e de escolha.
O encontro com nossa interioridade está marcado, bem como o confronto com o sentido da vida. Em algum momento de sua existência, as pessoas não vão só se questionar sobre os "porquês", mas buscar responder à pergunta: "Para que tudo isso?"

Como essa ação depende de forte vontade interna, eis o fenômeno introduzido neste texto.
Volto a Arendt: "A ação sendo livre, não se encontra nem sob a direção do intelecto, nem debaixo dos ditames da vontade ... Existem motivos e objetivos, mas a ação é livre ao ser capaz de transcendê-los."

E aí, o que é o fenômeno da vontade? O que é a vontade para você?
É uma faculdade humana, onde existe o livre arbítrio, "existe uma liberdade de escolha que arbitra e decide"? É um sentimento que incita alguém a atingir o fim proposto por esta faculdade?

"Para Nietzsche era o impulso fundamental inerente a todos os seres vivos, que se manifesta na aspiração sempre crescente de maior poder de dominação." Para Schopenhauer é o princípio norteador da vida humana. Para ele, "a vontade corresponde à Coisa-em si, ela é o substrato último de toda realidade."

Arendt chama a atenção para outra perspectiva de escolha voluntária, quando impera uma necessidade, estando em jogo a própria vida. Toda vontade, segundo ela, implica em uma vontade de poder que, como nesse caso, se transforma em vontade de opressão, que nos coloca sob o jugo de outrem, de um governo maior que somos obrigados a acatar e nos adequar para sobreviver.

Nosso foco não recai sobre a vontade direcionada por essa exigência, mas sobre a liberdade da vontade, e nesse momento nosso objetivo é uni-la a uma Ética Superior, mais além do bem e do mal, e bem mais além da moral , com seus costumes temporários e suas regras para uma boa convivência. Citando Schopenhauer, a compreensão da Vontade faz aparecer todos os entes desde seu caráter único, o que leva, necessariamente a um sentimento de fraternidade e a uma prática de caridade e compaixão. E assim se expressa ainda: " A máscara do pensamento dissimula a vontade... A suprema felicidade somente pode ser conseguida pela anulação da vontade (querer mundano)". Como diferenciar o que é criado por nosso pensamento do que é a expressão de nossa alma, de nosso ser autêntico e verdadeiro, que habita bem lá dentro de nós?

Refletindo sobre nossas vivências, podemos verificar que "A ação da vontade, sobre nós, tem um prazo de validade, e seu vigor se exaure". No entanto, existe uma área em nosso mundo interno, onde a ação brota de um "princípio inspirador", expresso no ato realizador, que não perde seu vigor nem sua validade, que não se prende a nenhuma pessoa ou grupo em especial. Onde "ser livre" e "agir" são uma mesma coisa. O querer, o tesão sentido, o grau de satisfação alcançado, pertencem a outra dimensão humana. A sensação de leveza e de alegria são de outras grandezas, não nomeadas, e indescritíveis.

Que espaço é esse?
Esse é o nosso espaço interior destinado às virtudes. Você pode ler a palavra e analisar sob o aspecto formal ( letras, sílabas, sons, etc), com também pode verificar seu significado em um dicionário (força moral, valor; disposição firme e constante voltada para o bem), mas pode ir pelo caminho da obtenção de conhecimento por uma autoinvestigação. É estar aberto ao novo. É estar flexível a prováveis mudanças de convicções. É soltar o peso dos preconceitos acumulados, das crenças e conceitos disfuncionais ao seu bem-estar. É se libertar. É sentir-se livre. Como?

Eis uma dica: Já percebeu a leveza que vem ao pensar na frase sem julgamentos prévios: "Fazer o melhor que puder e ser o melhor"? Sinta o conteúdo da mensagem! Verifique se não percebe que "a perfeição está no próprio desempenho e se torna independente da ação", e que "a presença da liberdade é vivenciada em completa solidão". Reconheça dentro de você o espaço onde o homem aproxima sua vontade do conhecimento ético intuitivo , onde ele "sabe" o que é certo e se impede com prazer de fazer o contrário, onde ocorre uma alegre e serena renúncia interna por amor... por amor a si mesmo, como ser humano valorizado e vitorioso na conquista de sua dignidade pessoal.

Lembra de dois posts : "Otimizando recursos em tempo de crises" (outubro/2008) e "Você quer receber um presente meu?" (novembro/2008) ? Fica meu convite para revisitá-los.
Aurora Gite

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Agora sim uma verdadeira "nona"

E assim foi seu percurso como avó:

Após ter sua escadinha de quatro filhas, com intervalo de menos de 2 anos entre elas, na hora da chegada dos netos, a proximidade sequencial não poderia ser muito diferente.

Seu primeiro neto foi do sexo masculino e isso há 18 anos. Luis Felipe já no colegial participava das publicações na revista da escola, abrindo seu espaço como cidadão. Aos 17 anos alegrava a família com sua entrada no mundo dos "economistas" , passando no vestibular de uma renomada universidade.

Depois duas meninas Polyana e Gabriella que, com seus 15 anos, diferem em meses uma da outra.

O terceiro seria gêmeo. Imperou, lutou e ganhou a parada rumo à vida. E aí está ele... Gustavo. Sua missão é especial. E já dribla como poucos meninos!

Quantos são até agora?

Mais uma menina chega para o encanto de todos, Giovanna.

E não é que depois de poucos anos, mais uma menina, Isabella, veio se agregar ao grupo dos netos. Sempre fez juz ao nome!

Agora, espaço maior, e lá chega Rodrigo e logo após Rafael. O empate estava consumado. Quatro netos do sexo masculino e quatro do sexo feminino.

Missão cumprida como avó?
Não!!!!!!!!!!!

Eis que ainda esse ano, chega um temporão, Luis Cláudio, caracterizando seu papel de "nona".

Será que o quadro familiar já pode ser pendurado na parede?
Ou será que ainda vai emplacar ser a "nota 10"?
É a pergunta que se permite deixar "no ar", ou entregar a Camila, relembrando com emoção, os três dias, em que fez parte do retrato familiar.

E quando lhe perguntam seu signo, se orgulha de dizer:
" Sou uma aquariana com ascendente em câncer, que se inebria com a sensação de liberdade cósmica e fraternidade universal, e sente um prazer enorme de abraçar a família mundo e aconchegar maternalmente sua própria família."

Ops! E acrescenta: " Sem superproteção e quando se tem condições de aproximação convivendo respeitosamente com as diferenças. Eu preciso ter sempre em mente que sou apenas "o arco que impulsiona as flechas". Para onde vão, e como vão, foge de meu alcance... até de vislumbrar esse horizonte".


Todo esse preâmbulo é incentivador, para divulgar o filhote do blog "comentandocomentado".

Nasceu recentemente o "crescercomentando". Já fui visitar. É um "bebê" lindo! Uma curtição!

Acredito que as crianças lá encontrem espaço para serem "reconhecidas" e "escutadas" como pessoas. Vão conferir! E não esqueçam de escrever seus nomes na lista de presença, ou até de deixar mensagens em seu álbum de comentários.

Esse "bloguinho" nasceu forte e tem tudo para dar certo na vida. Já me tornei fã!

Aurora Gite

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Viva Memória de Roda Viva

Vamos desentocar algumas lembranças, novamente, as colocando na "roda viva" de nosso viver? Querem ver o que acontece ante o reativar e "tornar viva uma memória" ?

Vocês pensam que é o passado que influencia o nosso presente?
Ledo engano!
O que foi, foi. Não tem retorno, por mais que tentemos reavivá-lo. Por mais que queiramos mantê-lo vivo em nossa imaginação, já faz parte de um mundo ilusório.

Nosso presente é determinado pelo futuro. Sabia disso?
Estranho?
Pois é o que pretendemos fazer, "de" e "com" as nossas vidas, nossos planos e projetos futuros, que vão nos dar a qualidade da vivência em nosso mundo real.

Vou ilustrar o que afirmo acima trazendo duas estrelas em seu profissionalismo, que podem iluminar o caminho de quem quiser refletir com o transmitido em suas palestras, e que podem servir de referências por suas opções de vida... por coincidência, dois Robertos.

O primeiro é Professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano, que em entrevista dada ao vivo, no programa Roda Viva (04/06/2007), assim colocava sua posição no mundo:
"Eu acho que, do ponto de vista pessoal, a minha posição é defender a vida política, a dignidade da vida política acima de tudo, contra esse tipo de ação absolutamente corrosiva dos nossos corruptos que tem seus foros privilegiados... Eu acho que o outro ponto essencial é a liberdade, é a luta pela liberdade do indivíduo e dos grupos... Eu acho que um elemento fundamental no Brasil é você lutar pela liberdade de imprensa. Eu acho que a cada vez que a imprensa traz a consciência pública sobre esses escândalos que existem sincronicamente, me parece que é uma oportunidade de o povo brasileiro deixar de ser menor de idade. Eu acho que isso é um ponto importante."

A íntegra dessa entrevista pode ser lida no site:
www.rodaviva.fapesp.br/materia/114/entrevistados/roberto_romano_2007.htm

Realço alguns tópicos para reflexão, pedindo atenção para a data da entrevista, pois a temática é atual. Expõe seus pontos de vista fazendo uma retrospectiva e análise histórica da formação estrutural do Estado Brasileiro:

* O ponto mais difícil, quando se trata da questão de ética é que "os costumes, justamente porque se transformaram em algo automático e quase natural, são os mais difíceis de serem modificados... Então você tem uma sociedade onde impera o favor, onde impera o compadrio, onde impera a violência face a face, essa sociedade não é tão facilmente modificada... esta ética da política, muitas vezes hedionda, vem em cima dessa base."

* Ao se referir ao combate à corrupção: " Veja, a Constituição de 88 deu um instrumento muito bom para a sociedade que é justamente a autonomia do Ministério Público...Desde então o MP tem cumprido com sua função de uma maneira admirável com algumas exceções gravíssimas... "

* "Mas o problema está na estrutura inteira do Estado brasileiro, que dá ao executivo prerrogativas quase que ainda mantendo as prerrogativas do poder moderador. Então é como se você tivesse um imperador que a cada período é eleito, quase sempre censitariamente, ele é consagrado por milhões de votos..."

* O chefe do Estado representaria um poder neutro, que teria por função "evitar os choques e as diferenças dos três poderes... Aqui, em 1824, ele foi colocado como um poder superior, e continua até hoje essa idéia de que o chefe do Estado tem essa supremacia na estrutura inteira do Estado. Isso é fonte de todas as crises, que no meu ver, se dão no Estado brasileiro".

* Mas quem é o responsável? Quem responde por...? Pontua o perigo da perda de capacidade de representação no Estado. O Governo não é o Estado, mas é visível esta confusão.

*A impunidade, ou melhor "a questão da punibilidade está ligada, no meu entender, ao outro lado, que é (a questão) da responsabilidade. Se nós analisarmos o surgimento do Estado moderno, Estado democrático moderno no século XVII... a idéia era de "accountability", de prestação de contas. Se o rei , ou a pessoa que mantém o cargo público não responde na hora ao povo soberano, perde, não tem manutenção do cargo." A impunidade também está ligada segundo ele a uma questão técnica de direito e a necessidade de reformas, considerando a prevalência do poder executivo como um perigo ao Estado brasileiro... mas os problemas vão além.

*Como fazer para exercer o direito como cidadão? "Eu acho que o problema é de ordem técnica, é de ordem jurídica e é de ordem cultural."

*Responde a questão sobre quem vai dar um jeito no Brasil, realçando o erro do "apoliticismo" e o poder dos eleitores, o "poder das urnas". Aponta a necessidade de uma reforma política com a valorização dos partidos e apresentação de programas e propostas para o país..." não tenho respeito por partido que vende voto e que se vende... Poucos têm uma idéia de sociedade, uma idéia de Estado, um projeto para modificar e melhorar o Estado... mas quando chegam ao poder, o programa onde està?... Se o partido tem um programa, se ele tem compromissos, ele tem que responder por essa corrupção, ele tem que responder por tudo isso. E nós temos na Constituição, os elementos que nos conferem esse direito. Isso, me desculpem, isso aí é letra morta. Se os partidos não se responsabilizam, evidentemente, você não vai ter mudança nenhuma."

*A moralização depende da população... O Brasil adoece de realismo político..."

Mais detalhes? É chegar ao site que contém a "memória viva" do programa Roda Viva.
Vale a pena!

E eu pergunto a vocês: " E aí? O que fazemos após ler essas considerações? Vamos catalogá-las como "letra morta", ou vão nos servir para alguma coisa? "

Para Que?
Só "en passant" lembro Arendt e sua diferenciação entre a coisa privada e a pública. A política faz parte da segunda. Envolve a rede de convivência e o bem coletivo. Sendo assim trago o exemplo de Roberto Shinyashiki.

Shinyashiki é médico psiquiatra e doutor em Administração de Empresas, se destacando como consultor empresarial, escritor e conferencista. Participa ativamente de projetos sociais que envolvem a solidariedade mundial. É citado como referência para palestras sobre carreira e sucesso, liderança e equipe, autoconstrução como ser humano feliz e autorealizado. Também busca transformar a realidade e abrir seu espaço na sociedade por seu próprio mérito e esforço.

Seu site: http://shinyashiki.uol.com.br/index.php/artigos

Transcrevo um trecho de seu artigo "O líder desperta o desejo de influência", que acredito conter novas perspectivas sobre esse tema liderança, podendo melhor direcionar programas de desenvolvimento e treinamento dentro de modelos participativos de gestão, que vão envolver a preservação da dignidade e a realização pessoal, o convívio político e diplomático no jogo das negociações, e a integração harmônica das equipes para melhor conviver respeitosamente com as diferenças individuais.

"A energia moral vem da capacidade em despertar respeito e admiração da equipe."
Isso altera a idéia clássica de liderança e do líder ser necessariamente extrovertido e comunicativo ...
Shinyashiki cita três habilidades hoje indispensáveis ao líder, por se constituírem em fatores que originam o "desejo do outro ser influenciado" :
-conhecimento ( as pessoas querem ouvir e seguir quem tem conhecimento),
-experiência ( há sempre a ânsia do novo, mas hoje é importante se cercar de gente que já fez o que você vai fazer),
- resultados ( pessoas que obtêm resultados são sempre uma excelente referência, têm o que dizer, e seus colaboradores desejam ouvi-las, porque querem trilhar um caminho de resultados).

Mais sobre ele?
É visitar o seu site.
Recomendo seu texto "A Grande Obra Prima" (publicado em 16/04/2007), pois talvez lhe ajude a responder o "Para que?".

E se quiser lê-lo, com fundo musical, é digitar:
http://www.comentandocomentado.blogspot.com/
e pesquisar os posts de 03/09/09.

Estou me habituando a dar uma passagem diária por esse blog. Nossa, como trabalham! Mas é visível a autosatisfação da equipe. E isso é incentivador.

Daí vem a pergunta: "E nós, estamos nos autorealizando com o que fazemos, como ser humano?"
Aurora Gite
Postado em 04/09/09, às 20:40 h)

sábado, 29 de agosto de 2009

Lembrar o que não pode ser esquecido

"Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes." (Abraham Lincoln)

Frase publicada in "comentandocomentado.blogspot.com" (29/agosto/2009).

Vale a pena ver, também nesse blog, a imagem onde é esboçada uma "mulher" com seu corpo dobrado. Pode-se observar não só a figura agachada, mas sua cabeça inclinada para baixo, uma das mãos sobre os "olhos" e a outra segurando uma tira que parece ser uma "venda" ( dic. : "faixa usada para cobrir os olhos"). No chão, ao léu ( dic. : "à toa" ), a representação de uma "balança", e de uma "espada" que, ainda está de pé, embora inclinada.

A meu ver, esse blog prima pela "transparente pertinência temática" na seleção de suas imagens. Confira essa assertiva!

Hoje, não posso deixar de citar Augusto Nunes e sua coluna em veja.com.

A Seção é "Direto ao Ponto" e assim é apresentada:
" Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido."

No dia 27 de agosto de 2009, o colunista acima postou:
" Foram escancarados, nesta 5ª feira, alguns traços perversos da alma do país: a verborragia, a arrogância, o farisaísmo, a demagogia carnavalesca, a Justiça injusta, a erudição pernóstica, o cinismo, a hipocrisia, a desconversa farsesca, a esperteza, a miopia malandra. Viu-se a alma e viu-se a cara, em sua sórdida inteireza, do Brasil que absolve os "Paloccis" e castiga os "Francenildos"."

http://veja.abril.uol.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto

Parabéns, Augusto Nunes!

Talvez tenha conseguido dar novas forças para que a "mulher", citada no início deste texto, se erga novamente.

Aurora Gite
(postado em 29/08/09, às 13:10)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sobre o papel da Psicologia no novo milênio

União da Psicologia e Física Quântica: Novas leituras.

Algumas considerações de Danah Zohar, física e filósofa - casada com o psiquiatra, psicoterapeuta e escritor, Ian Marshall - retirados de seu livro “O Ser Quântico" (já citado em posts anteriores de 2008)


“Uma psicologia da pessoa, baseada na natureza quântica do ser, enfatiza todos os relacionamentos e assenta o indivíduo, em virtude de sua própria natureza, no mundo do ser. Para tal indivíduo, cujo compromisso com os outros, com a natureza ou com valores espirituais está na essência de sua existência, não poderá haver uma base para distúrbios narcisistas de solidão, vazio, alienação ou envolvimento consigo mesmo...Estar envolvida consigo mesma é, pela própria natureza do ser, estar envolvida com os outros".


"Numa psicologia quântica, não há pessoas isoladas. Existem indivíduos, que possuem identidade, significado e propósito, mas, como as partículas, cada um é uma breve manifestação de uma particularidade. Essa particularidade está em correlação não local com todas as outras particularidades e, em certo grau, entrelaçada a elas".


"Apenas responsabilidade dá significado e valor a nossa existência. Mas em que medida podemos fazer face a ela? Se uma psicologia do compromisso e da responsabilidade quiser ter algum valor em si mesma, deverá levantar a questão da liberdade humana, a questão do grau em que qualquer um de nós é livre para se comprometer como quiser ou assumir a responsabilidade que é nossa por natureza. Portanto, uma psicologia quântica dever adotar alguma posição quanto à realidade e eficácia da escolha".


"Estou convicta de que temos hoje na física quântica os fundamentos de uma física sobre a qual podemos basear nossa ciência e nossa psicologia, e que através de uma comunhão da física e da psicologia também poderemos viver num Universo conciliado, um Universo em que nós e a nossa cultura seremos plena e significativamente parte do esquema das coisas".


Zohar, Danah.O Ser Quântico: uma visão revolucionária da natureza humana e da consciência baseada na nova física. 17ª edição. Rio de Janeiro: BestSeller, 2008.

Uma obra sobre a vitalidade da nova física e seu poder de combater a alienação e a fragmentação da vida moderna, substituindo-as por um modelo de realidade em que o próprio universo possui uma consciência – e a humanidade é somente uma de suas muitas expressões.”

Aurora Gite
(postado em 25/08/09, às 17:30h)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Orwell e seu "1984" tão atuais assim?

Impunidade e violência... impotência e desamparo... busca interior de valores humanos... maior mobilização de forças internas... reforço ao ideal de cidadania.

Esse foi o processo interno desencadeado pela visão desses arames farpados, semelhantes aos colocados em campos de concentração, agora também fazendo parte de minha residência. Quando mudei os dez metros de largura do terreno eram delimitados por portões baixos de alumínio. Depois tive que trocá-los por grades e portões de ferro altos e com lanças nas pontas superiores. Recentemente acima das lanças fui obrigada a colocar "concertinas", que em nada contribuem a um "conserto" social, mas que isolam um cidadão pacífico e o inserem na fragilidade e violência moral das ilhas humanas. Ainda me recuso a vedar total e eletronicamente meu contato com o mundo.

Tenho que me fazer acompanhar em meu "cooper" mental por Kant que, segundo Hannah Arendt, uniu a questão "Que devo fazer?" a duas questões metafísicas: "Que posso saber?" e "Que posso esperar?" ; forma encontrada por ele para não se perturbar tanto quanto Marx e Nietzsche. E sem querer voltei a me relacionar com a realidade relembrando depois a solução proposta por Hegel . Para ele , a reconciliação dos homens com a realidade dos problemas humanos envolvia o engajamento com coisas que devem sua existência exclusivamente aos homens.

Ao mesmo tempo trouxe para esse grupo George Orwell. A transformação da realidade é o tema principal de seu livro "1984". Foi escrito em "1948", mas por pressão dos editores teve seu título invertido. Pela época pode-se observar que é uma crítica às alianças políticas da época, principalmente ao pacto de Hitler e Stalin. No entanto, se observarmos o quadro atual das relações entre países como os EUA e os do Oriente Médio, não fugimos da comparação entre semelhantes "apoios logísticos e bélicos e fabricação de nações amigas ou inimigas, conforme interesses governamentais".

A estória de Orwell é uma ficção. Retrata uma sociedade, sob um regime totalitário, controlada por um Partido que, em sua fiscalização, se utiliza de "teletelas", que possibilitavam total domínio sobre as ações humanas. Um forte controle midiático exaltava repetitivamente o sistema de governo, não permitindo o esquecimento da onipresença e magnanimidade do Grande Irmão (do Big Brother). Parece um recurso atual do governo? Não, não é mera coincidência ter-me recordado dessa estória!

O livro traz a história de Winston Smith, funcionário do Partido, que, fazendo parte do "Ministério da Verdade", exerce função não diferente de alguns jornalistas e historiadores atuais. Fazia parte de seu ofício, reescrever e alterar dados, ou seja, transformar a realidade conforme o interesse partidário. Sendo assim, ele adulterava a própria história da época, chegando a jogar os comprovantes fatuais originais, que pudessem contradizer as "verdades do partido", em um incinerador chamado de "Buraco da Memória". No entanto, Winston sempre se questiona sobre a opressão que o Partido exercia sobre os cidadãos. Inicialmente o faz adotando uma postura silenciosa, solitária, e até medrosa pela grande ameaça partidária. Chega um momento, no entanto, em que suas críticas "à fabricação da verdade pela mídia e a manipulação para a ascensão e queda de ídolos de acordo com alguns interesses", são descobertas. É preso, torturado, drogado, passando por programas de adaptação ( que consiste em aprender, entender e aceitar ) e posterior estágio de reintegração.

Eterno processo pavloviano de condicionamento psicológico, onde suas respostas à vida e luta por uma autonomia e integridade psíquica deveriam ser extintas, gradualmente. Para isso foram empregados perversos reforços punitivos, ou represálias atrozes e aterrorizantes, torturas psíquicas provocadoras de reações internas angustiantes e desagregadoras do mundo mental, como o encostar de uma gaiola com roedores famintos em seu rosto, mais precisamente em seus olhos.

A única saída para situações como essa, reside na auto-traição, no abandono das próprias convicções e valores, na desqualificação desrespeitosa das próprias sensações. O foco era a substituição da capacidade de senso crítico e do suporte autoreferencial - básicos para a formação de uma identidade pessoal -por outro comportamento mais padronizado, submisso e automatizado, voltado mais para um "viver estando morto como pessoa, vivo como mais um dentro da massa social". O resultado foi atingido. A autoridade sobre si mesmo foi extinta e a aceitação da dependência ao Partido sem questionamentos foi assimilada.

A busca desse objetivo e o mau uso da autoridade não fogem muito da realidade atual. Não é só a tortura física que ameaça a nossa sociedade, mas a extensão do assédio moral por um lado e da depressiva impotência ou indiferença humana por outro são assustadores. A transformação social é visível, tanto quanto a robotização pode ser observada na frieza e falta de sentimentos humanos. Notícias diárias de brigas com socos e pontapés entre os homens, envolvendo mulheres, adolescentes e crianças - ou bicadas e mordidas até a morte entre animais - são presenciadas com tesão e prazer. Até onde irá essa "crise de identidade humana"?

Os clones robotizados já existem. Próteses com capacidade de reprodução facial de expressões humanas também. Vamos mesmo permitir situações semelhantes aos filmes "Eu, robô." ou "Inteligência Artificial"? Uma certeza eu carrego dentro de mim. Não sou um Winston Smith e não quero ser. Para isso fortaleço minha auto-estima, aumento meu cacife pessoal com as fichas de valores que me são significativas, e procuro me bancar em minhas apostas vivenciais. Como?

Posso dar algumas dicas de atitudes vivenciais que muito me ajudam. Trago sempre presente na memória reações situacionais das quais me orgulho e que reforçam minha valorização pessoal. Procuro sempre manter essas lembranças funcionais. Vou dar um exemplo. Há alguns anos, estive conhecendo os cassinos de Las Vegas (EUA). Foi uma experiência singular, única. Consigo revê-la com detalhes. Logo na entrada se é tomado por um estado de extase. Sente-se o entusiasmo tomar conta de todo o corpo. Como é fácil o se envolver com esse mundo artificial com suas máquinas viciadas e crupiês comandados, com a convivência de poder fantasiosa e inebriante através da vitória conseguida em um jogo fabricado, com a aproximação e beleza aparente e fugaz, com o contato com relações humanas superficiais e fictícias! A partir daí não é difícil se deixar levar pela fumaça embriagante de conquista de status e poder, que baixam nossa guarda sobre a vaidade e libertinagem de nossos impulsos. Por outro lado, como também são prazerosos tanto a difícil retomada do autocontrole, como o consequente retorno do autogerenciamento de nosso mundo interno. O tesão pela sensação de liberdade e bem-estar consigo mesmo é de uma grandiosidade única e inesquecível.

Abrir mão de benefícios e privilégios, fatuais e hipotéticos, não é tão simples ao ser humano, ainda mais quando sabe que existirão outras pessoas prontas a recebê-los em seu lugar, dando continuidade ao processo histórico corrompido; quando tem noção que sua passagem histórica será anulada e cairá no esquecimento; quando sabe que, se lutar para que o registro social de sua história de vida não seja apagado, poderá correr o risco de ter sua participação e integridade distorcidas. É ou usar máscaras para se proteger, ou se bancar ante a manipulação histórica. Nesse caso, recordações de como conseguimos manter nossa integridade psíquica, ante situações desequilibrantes, como em momentos de crises, têm um papel importante.

Qual é o sistema de governo interno que pretende aceitar dentro de seu mundo interno?

Qual é o campeão interno que quer construir e se orgulhar de si mesmo?

Como ser humano, a que tipo de grupo social você quer pertencer?

É tudo uma questão de escolha, até a opção de se permitir ser um "vivo-morto", um zumbi da vida.

Aurora Gite
( postado em 24/08/09 - às 22.10 h )

domingo, 23 de agosto de 2009

Eis como um blog pode ser...

Eis como um blog pode ser. Compartilho com vocês essa descoberta que fiz.


Uma agradável surpresa me esperava ao digitar :

http://comentandocomentado.blogspot.com.br

Faz tempo queria encontrar um site com tal qualidade.

Espero que também gostem.


Sobre o blog, dentro da perspectiva da equipe que o criou:

" O Comentando é um blog de variedades...Aqui a democracia e a liberdade imperam...Nosso blog é um lugar onde você é a pessoa mais importante...Por isso, tomamos muito cuidado com o que postamos..."

O "cartão de visita" aí está. Agora é ir conhecer o blog. Depois me escrevam sobre o que acharam. Podemos ou não buscar transformar a realidade que aí está, e fazer de um blog um instrumento voltado para esse objetivo?

Aurora Gite