quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O mundo atual justifica o pessimismo?

No mundo atual, a violência sádica e a falta de amor, a corrupção e devida impunidade, a descrença no ser humano robotizado ante uma mídia, que busca maior envolvimento da sociedade com seus enfoques apelativos, refletem uma realidade que parece não ceder lugar para o otimismo e a esperança de um mundo melhor.

Muitas vezes sou considerada idealista ao refutar tais assertivas e defender que o mundo atual não justifica o pessimismo. Ele é uma representação abstrata. O real somos nós. Ele é feito por todos nós, seres humanos...e pensantes. Nós é que lhe outorgamos o "status" de poder, de autoridade independente, nós lhe atribuímos erroneamente o comando de nossas existências, nós é que aceitamos nos subjugar e abrimos mão de nosso direito de viver com esperança e de lutar para concretizar nossos ideais.

Cada vez que desativo o autocontrole, abandono a liderança sobre meu agir, pensar, sentir e principalmente "intuir", deixo-me envolver pela realidade que me é imposta, minha visão torna-se imperfeita e meu julgamento distorcido.

No entanto, ao entrar em sintonia comigo mesmo, buscando equilíbrio e paz interior, passo a considerar, com maior atenção e vigilância, meu papel na sociedade.

Sinto a flexibilidade e leveza do "ser livre" , e o peso da enorme responsabilidade advinda dessa autonomia.

Culpas e autocríticas cedem lugar a aceitações modestas e resignações humildes de minhas imperfeições, reconhecendo que através delas é que posso fortalecer minha estima e coragem para estar no mundo, como agente de mudanças; e para me posicionar como meu melhor amigo, principalmente na frente das adversidades.

Minha liberdade de escolha me permite atuar dentro da sociedade, predominantemente espalhando amor, gratidão, união, credibilidade, confiabilidade, lealdade; ou incrementando a discórdia, a ira, a inveja, a rivalidade, a competição insana; ou ainda cruzando os braços, e passivamente contribuir para a manutenção do caos mundial e da psicopatia social, com a frieza paralizante da indiferença com o sofrimento de outro ser humano, que já se alastra aceleradamente...Ganhou até o status de normal! O espanto agora recai sobre quem ajuda alguém, quem devolve uma carteira cheia de dinheiro a seu dono, quem consegue separar brigas - grotescas pela ferocidade - entre adolescentes escolares, quem delata agressões de parentes e empregados a octogenárias, e por aí vai.

E aí , vai vestir o manto pesado do pessimismo, ou vamos lá, lutar por nossos sonhos?
Mas, primeiro, cabe a cada um de nós controlar nosso agir, comandar nossas atitudes e pensamentos e, talvez o mais difícil, tolerar nossos afetos.

Aurora Gite

P.S.
Em resposta: pesquiso, no momento, a intuição. Essa faculdade de intuir está presente em todos nós, mas só é ativada, e considerada com seriedade, por poucos. Pequena parcela de pessoas se dispõe a escutá-la de forma científica. Ter fé é intuir algo. Ter esperança também. Aqui é onde me incluo.

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