sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

" O que fazer?"

O que fazer?


Para associar mundo moderno com viver bem
Não basta tentar,
Temos que ir muito além.
Há três tipos de pessoas
Que vale a pena conhecer:
O modernista, o campista
E o que sabe bem viver.

O primeiro adora tecnologia.
Para ele, computador
É coisa de magia.
Mas não deixa a cidade grande.
Para ele, viver bem
É nada mais, nada menos
Que fama, poder e dinheiro.

O segundo é o tipo fazendeiro.
Trabalhou a vida inteira
E ganhou muito dinheiro.
Com trinta anos se aposentou.
Uma fazenda comprou
E muito bem se casou.
Qualidade de vida para ele
É ser rico e bem casado,
Ter fazenda e muito gado.
E viver bem relaxado.

O terceiro é bicho estranho.
Mas vale a pena mostrar,
Pois tem muito valor
No que estamos a falar.
Este sabe misturar
Viver bem e na cidade morar
Tem casa na cidade
E outra linda no campo.
Gosta de gastar,
Mas não tem dinheiro no banco.
Trabalha no que acha legal,
Mas o que ganha é muito mau.
Casou-se com quem ama,
Passa o domingo na cama.
Gosta de trabalhar,
Mas odeia o chefe encontrar.
Não sabe se vive bem,
Mas de uma coisa está certo:
É muito nervoso,
Mas é feliz também.

Agora, cabe a ti escolher
Qual dos três você quer ser.
Para quem não sabe o que fazer,
Saiba que minha opinião já fiz:
O que mais quero é ser feliz.

Luis Felipe Cyrillo Danezi
em seus 12 anos de idade
publicado na Revista de sua escola


Vale como lembrete para que os adultos não se esqueçam de seus sonhos e de quem realmente foram e poderão ser.

A dica da vida não é que procuremos nos adaptar às circunstâncias ao nosso redor, administremos nossos medos - como o medo do amor e de ser feliz - ou gerenciemos nosso "eu" em prol do bem viver de acordo com a expectativa de sociedades com normas, valores e preconceitos instituídos antes mesmo de nela existirmos. Não são as circunstâncias responsáveis por quem somos. Nosso "ser no mundo", com qualidade de vida, está atrelado a outras forças internas.

A mensagem que a vida nos envia é para respeitarmos com lealdade a pessoa que, em essência, existe dentro de nós; é confiarmos em nossa liberdade e capacidade para transformarmos o que nos cerca; é termos coragem dentro da simplicidade de buscar que nossa existência se adapte a quem realmente somos; é sermos fiéis a nossos sonhos sem medo de ser feliz.

É podermos olhar para trás e sentirmos profundo orgulho por termos nos permitido lutar por nossos sonhos, buscando suas inserções na realidade, em vez de termos vivido dentro deles, como sonhadores com medo de viver, o que a vida nos encaminha.

E, se a vida nos encaminha, faz parte de um mistério, a ser enfrentado e desvendado.
Qual são os primeiros passos a serem dados?
  • Encontrar e acolher o menino que todos temos dentro de nós.
  • Sair da bolha sonhadora, que mina a esperança de realizações ocorrerem; que eterniza o tempo, mas paralisa nosso andar por ele. E que susto ao vê-lo ter passado tão rápido!
  • Colocar os pés no mundo real, buscando na dignidade pessoal alcançada, a força e o equilíbrio para caminhar.
  • Dar sentido e qualidade a nossa vida, para nos aproximarmos da grandeza do bem viver.
  • Resgatar e agora sim vivenciar os sonhos, não tão esquecidos assim dentro de todos nós.
A partir daí, mãos à obra!
Posicionar sua tela mental, pegar o pincel de sua imaginação e delinear o esboço do que quer para sua vida. A cena onde seu desenho vai ser formatado vai depender da paisagem de seu cotidiano, mas as cores, que darão força à imagem que vai surgir, vão depender de suas escolhas e de sua vontade para decidir sobre quais delas vai querer que façam parte de sua criação, de seu viver a partir de agora.

Aurora Gite

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Ufa, até que enfim! Valeu o esforço!

Muitos dos que acompanham meu blog sabem de minha intenção ao criá-lo. Queria que servisse de voz a minhas pesquisas, que tiveram como ponto de partida vivências reais que não encontravam fácil conexão de escuta por parte de muitas pessoas, pela dificuldade de serem nomeadas.

Mesmo caminhando durantes anos nos meios científicos, encontrei grande dificuldade de espaço pelo desconhecimento da função do psicólogo e desconsideração de seu papel na área psíquica. Em blogs anteriores faço constar esse caminhar e a persistência na busca de profissionais afins com quem pudesse trocar idéias sobre minha hipóteses.

Como acredito que paciência e perseverança sejam características indispensáveis a um pesquisador, me voltei a pesquisas na literatura diversificada entre física quântica, psicanálise, psicologia transpessoal, partindo para os conhecimentos paranormais comprovados cientificamente. Como, no campo pragmático, tinha dados diretos, advindos de minha vivência pessoal, procurei lidar com fenômenos psíquicos, desnomeando-os, desmontando enquadramentos, crenças e preconceitos, que aprisionavam o real e que poderiam distorcer minhas percepções. Ah, busquei também escapar da tentação das articulações fáceis com sedutoras teorias, e fechadas em seu saber!

Conseguia uma informação e já me colocava disponível para a apreensão dos resultados de novas descobertas metafísicas. Sendo assim, meus votos e sonhos para 2012, não poderiam se afastar do desejo de que passassem a ser reconhecidas a nova natureza psíquica do ser humano e a real possibilidade do alcance de sua verdadeira espiritualidade, desvendada pela ciência do milênio.

Como tenho feito, até agora, deixo registrada as referências bibliográficas onde encontrei sintonia e sincronicidade com minha experiência. A cada degrau de compreensão das teorias, altero meus companheiros de jornada, do que chamo "mesa redonda de idéias". Embora estejam ausentes fisicamente, estão muito pertos pelos vínculos caracterizados pela acronia e pela atopia. Isso não os diferencia dos novos elos decorrentes do mundo virtual. Amigos próximos são criados facilmente, deletados e resgatados. mais rapidamente ainda. dentro do pouco envolvimento afetivo real das redes de solitárias relações virtuais. O que constatamos não é uma civilização marcada pelo imaginário, pelo simbólico, pela construção de um real fictício, tão distante da realidade presentificada e que clama, nesse momento histórico pelo menos, por seu espaço a cada minuto de vida?

Bem, nesse final de ano, o cardápio de idéias para minha ceia reflexiva, consistiu na articulação das energias do ser humano em sua vias químico/físico e quântico/psíquico. Muito me ajudaram as informações transmitidas pelo físico Laércio Fonseca, cujas aulas sobre Espiritualidade e Ciência encontram-se disponíveis em vídeos no Youtube, de fácil acesso pelo Google. Através de seu ensinamento, em forma de "b-a-bá" sobre o mundo quântico, pude nomear minha experiência e registrar a constatação da percepção dos estados alterados de consciência decorrentes de saltos quânticos, inclusive da sensação de imã -força propulsora- e da fase de não consciência entre eles: tempo e espaço somem; a linguagem conceitual é substituída por outra forma de comunicação mental, um pensar intuitivo, sem o crivo de palavras, mas de sensações também intuídas,via telepatia. Confesso que ainda me falta muito para assimilar os conhecimentos a que chegou Fonseca, mas o raciocínio lógico observado em seus argumentos é inegável nesse novo mundo de possibilidades, de incertezas, de probabilidades alocais e atemporais que se entrecruzam no presente.

Vou me permitir parar de descrever minha experiência pessoal. Em blogs anteriores vão encontrar a angústia de minha empreitada buscando relatar passo a passo essas vivências. Neles faço constar a lista de meus "convidados" em anos anteriores, de acordo com os patamares de minhas pesquisas. Graças a todo esse trabalho tenho encontrado meios para reconhecer o fenômeno psíquico que ocorreu, e recursos para expressá-lo em palavras.

Sendo assim, é fácil prever a relação de meus convidados, selecionados entre os que fizeram parte de minha jornada atual, fortalecendo minhas pesquisas recentes: Jung com suas personalidades 1 e 2 (assim nomeadas por ele); Lacan com seu pequeno outro e "grande Outro", seu "Supereu ético" em contraponto com o conhecido e cruel superego proibitivo freudiano; Freud, o inconsciente e o mundo quântico, pois considero que ele foi o primeiro a observar as interações subatômicas no interior do ser humano e nunca se afastou da esperança de que a psicologia ganhasse o "status" de científica e se voltasse à base orgânica do mundo psíquico.

Atualmente, me ponho a pensar no mundo psíquico, nas idéias (partículas) carregadas de afeto, irradiando "quanta" ou pacotes de energia eletromagnética, que mantém seus elos associativos.
Pela irradiação e qualidade da expansão da consciência (campo eletromagnético) , através da fala e do pensar, vão sendo alteradas a energia do afeto (perdas ou ganhos quânticos). Imagino o "insight", aquisição compreensiva, um saber advindo de um salto quântico da consciência, em sua função de onda eletromagnética.

Segundo Fonseca: "No espaço entre níveis quânticos, o elétron não existe. Some aqui e reaparece instantâneamente ali; no intervalo não tem realidade". Minhas reflexões me voltaram para buscar dados para justificar minha hipótese: uma consciência quântica... um intervalo atemporal... correspondendo ao que Freud denominou de "inconsciente".

Surpresa, lendo o livro - ganhei como presente de Natal - "Como Ler Lacan" (Slavoj Zizek, Zahar, 2010) , me deparo nas p.97 e p.98 com:

"A física de hoje está presa numa estranha dualidade: a teoria da relatividade dá a melhor explicação do modo como a natureza funciona no nível macroscópico (cósmico), e a física quântica dá a melhor explicação do modo como ela funciona no nível microscópico (subatômico). O problema é que as duas teorias são simplesmente incompatíveis, de modo que o objetivo central da física de hoje é formular uma teoria "unificada" de tudo que possa conciliar as duas.

Não ficaríamos surpresos, portanto, se encontrássemos um eco dessa dualidade na teoria de Freud: por um lado a hermenêutica do inconsciente, interpretações de sonhos, atos falhos ou outros "erros" desse tipo, sintomas...no nível conceitual freudiano: o Inconsciente e o Isso (sítio das energias inconscientes).

Como conciliar...? Um dos muitos neologismos no Lacan tardio é a noção de sinthoma...Em contraste com os sintomas (mensagens codificadas do inconsciente), os sinthomas são uma espécie de átomo de gozo, a síntese mínima de linguagem e gozo, unidades de signos permeadas com gozo (como um tique que repetimos compulsivamente). Não seriam os sinthomas quanta de gozo, seus menores pacotes? Não seriam eles, como tais, um equivalente freudiano das super-cordas, destinadas a conciliar as duas faces da física moderna, a teoria da relatividade e a mecânica quântica?

Embora Lacan seja muitas vezes criticado por negligenciar o vínculo entre a psicanálise e as ciências naturais em que Freud sempre insistiu, esse vínculo está vivo e atuante em sua obra."

Paro esse blog por aqui.
Agora é arregaçar as mangas e continuar cruzando dados.
O livro, acima referido, nos confronta com muitos deles.
Vale a pena sua leitura, para aqueles que se interessem pelo mundo psíquico do ser humano e estejam abertos a mudanças de perspectivas, que possibilitam, e acarretam, nova visão de homem e de mundo.

Mais uma indicação que computo de grande importância para melhor compreensão do momento atual, contendo novas perspectivas sobre os efeitos da Internet na mente humana:

Carr, Nicholas. A geração superficial: o que a Internet está fazendo com nossos cérebros. Rio de Janeiro: Agir, 2011.

Aurora Gite