sábado, 18 de junho de 2016

O amor permeia redes quânticas imprevisíveis

Ás vezes, procuro olhar as circunstâncias ao meu redor sem lhes dar significado e valor, dentro mesmo de uma neutralidade, limitada por um espaço "sem memória e sem desejo", usando a expressão de Bion.

No caso do "Dia dos Namorados" (todo dia 12 do mês de junho no Brasil) atribuo imenso peso a esse dia que se torna especial para quem ama, para os que estão juntos por que se amam, não por hábito ou conveniência. Computo ser uma data a ser comemorada "sine qua non" por toda a vida dos casais. Data a ser lembrada com muito carinho também pelos que já amaram e perderam seus parceiros, pois a força dos mesmos persistem muito além do término de suas vidas físicas.

Interessante como a cultura direciona a personalidade do ser humano. O Dia dos Namorados, singelo em sua simplicidade, passou a ser associado a diversos ramos de consumo: compra de jóias, flores e outros mimos, vestimentas e artigos de luxo, comemorações em restaurantes... Comemorações, muitas vezes, tão superficiais, que nada têm a ver com um namoro: com a troca de olhares, sorrisos furtivos de admiração, suaves toques pele a pele, um já sentindo a vibração emanada do outro. No entanto, muitas dessas formas de contatos e de comemorar, foram caindo para a categoria do "brega!", perdendo seu valor na acomodação tediosa na vida a dois.

A sensação do tédio está intrinsecamente unida ao sufocar da criatividade inovadora, que recicla a rotina, que não permite o desgaste mas mantém o vigor contínuo da relação. A imaginação é poderosa a um casal, até na criação de um clima erótico mais estimulante ao tesão sentido fisicamente. Sabendo diferenciar a realidade da fantasia, a capacidade de imaginar (operação com as energias quânticas, a meu ver) é fonte de enorme poder mental do ser humano. Pode afetar sua bioquímica e sua fisiologia imunológica, seus sistemas orgânicos (bioeletrofísicos) e quânticos (bioeletromagnéticos).

É triste a percepção do lugar vazio pelo definhar do amor, pela ausência da atração amorosa entre duas pessoas que um dia se amaram e sentiram o poder na relação desse elo de ligação; que se reconheceram como especial para o outro. Pessoas que, um dia, se perceberam como fonte de força à alma um do outro,que notaram a importância do amor como estímulo para a explosão de uma autêntica alegria interna, sensação de completude e serena felicidade.

O peito, cheio de amor, tende a se abrir para o mundo. É tanta alegria implodindo o peito de quem está amando, que é imediata a demanda pela expansão, ao redor, da energia que inunda o coração. Eterno momento de êxtase, sem palavras para descrever o encantamento sentido, o enamoramento - mágica imaginativa de um pensar quântico em estados alterados de consciência) - ocorrido. É enorme a vontade de agradar e cuidar do amado, figura interna a ser preservada onde o estar livre e feliz do outro já é fonte de satisfação para o amante.

O fenômeno amoroso me intriga há anos. É estrondosa a confusão ao redor das atribuições, que envolvem o conceito "amor". Como ocorre com todo conceito, quando muitos estão convictos em suas crenças sobre ele, as pessoas o defendem com "unhas e dentes", sem compreenderem sua realidade ou entenderem o que ocorre quando esse vínculo emerge e fornece outra qualidade de envolvimento afetivo à relação vivida. Ops! Matei por amor, por ciúme? Você é meu, me pertence? Você me deve obrigações? Você precisa mudar seu jeito de ser, porque eu exijo, para que me sinta mais confortável? Ops... ops! Sinal vermelho, convite a profundas DRs ( discussões sobre as relações) e a muitas reflexões sobre a qualidade do sentimento que mantém a relação dita amorosa.

"Eu te amo" tornou-se mercadoria de consumo no "toma lá, dá cá" das relações pessoais. A via amorosa ganhou mão dupla em exigências possessivas e expectativas irracionais. A receptividade do amor "por amor" perdeu autenticidade e força interna por si. Como pode o "amor em si" ser uma energia que enche o peito de poucos? Como pode ocorrer tamanha sintonia entre duas pessoas, tornando-as especiais uma para o outra? Que raio (radiação de energia) de "empatia", afinidade e sincronicidade se estabelece que os traços e atitudes de um são impressos e conservados por longo tempo na memória do outro?

Hoje em dia, o outro que me ama deve preencher o perfil de parcerias impostas pelo papel social, abrir "status" para mim. Minha vaidade e ambição por poder deve prevalecer. Trocas de olhar em silêncio, suaves toques de mão na dança voluptuosa dos dedos que se entrelaçam e se afastam sofregamente... que brega! O que dizer então do sentar em um banco de jardim ou frente a uma praia, bem juntinhos só observando o vento balançar os galhos das árvores ou o movimento de marolas, e se fascinar com a eternidade contida em um grão de areia? Ante tudo isto, o encontro amoroso teria que ocorrer entre pessoas especiais mesmo!

Como explicar a sensação de aconchego, serenidade e completude internos, por estar ao lado de alguém, "só ele único em seu valor, só para nós"? Alinhamentos quânticos de almas, onde a grandeza diferenciada demanda outra via compreensiva?

Como descrever a felicidade e alegria, que invadem a alma, não só encontrando presencialmente esse alguém, mas estando com ele dentro de nós, incorporado e retido em nossa memória mesmo estando ausente fisicamente? Que raio é esse pensar involuntário "dia e noite", fonte espontânea de gratificação interna? E a tristeza de contemplar o vazio desse lugar quando o amor acaba, quando o elo de ligação amorosa definha, quando a valorização do outro, de repente, não tem mais sentido... e tudo se apaga, solta-se o amálgama que unia, e o vínculo se quebra internamente?

É preciso ter sempre em mente que o amado não surge, ou entra em nossa vida, porque assim o queremos. O segredo é "estar receptível ao encontro amoroso". Estar receptível não é forçar o encontro, ou buscar freneticamente pelo parceiro. Estar receptivo é estar com o coração livre e aberto, com o medo controlado - medo que um "vínculo amoroso de qualidade" acarreta - ... e aguardar.

Mesmo porque, esse encontro de energias afins, que nos agregam forças, é raro e involuntário. Pessoas que nos transmitem esse tipo de energia são realmente especiais em sua unicidade ímpar. Não surgem em nossa frente por nossa vontade, mas sim por nosso destino.

Indico para que assistam ao filme 'Um Grande Garoto" (Hugh Grant - 2002).

Ao assistir a um filme, logo me faço acompanhar pelas ideias do produtor ao selecionar aquele roteiro naquele momento histórico, e na equipe dou destaque ao papel do diretor e sua sensibilidade. É o diretor que consegue concretizar o projeto,  fazendo os recortes precisos, direcionando os atores para bem personificarem e representarem as ideias abstratas contidas no roteiro. Os atores cujas interpretações me afetam, mexem internamente com minhas emoções, dou destaque especial e acompanho mais atentamente seu desempenho. Não deixa de ser uma "arte assistir a um filme", assim como o é a "arte de ler um livro".

Ter reassistido a esse filme atualmente ainda muito me sensibilizou, como o fez na época de seu lançamento.. Ele bem retrata vários recortes de situações cotidianas, onde o "amor permeia as redes imprevisíveis". Podemos observar o jogo de forças vitais (abordado pelo filósofo Espinosa), que acontece no encontro de pessoas que se interconectam no tecido social. Pessoas que se aproximam e se distanciam espontaneamente, por afinidades e aversões inexplicáveis. Redes imprevisíveis de intenções e manipulações conscientes, que se cruzam na complexa teia das interações e que indicam que o amálgama amoroso vem por outra via.

Redes imprevisíveis de encontros amorosos entre pessoas tão díspares e diferenciadas, e tão amalgamadas em suas vivências afins. Suas experiências pessoais as remetem a alinhar "um sentir tão em sintonia e sincronia" com seus potenciais energéticos inatos e raros. Isso as faz reconhecer no outro, à sua frente, um alguém em quem vale a pena investir afeto, por ser tão especial para si!

Lúcia Thompson

P.S.: Reparem na cena onde o menino (interpretado magistralmente por ...) tem a "visão da mãe" lhe acenando do outro lado da rua, alucina mas quando se atém a imagem some e a realidade predomina.
        Reparem na cena onde o "grande garoto" (Hugh Grant, a meu ver, excelente em seu papel) tem a "visão do pai" concretizada em sua frente dentro do supermercado, enquanto empurrava seu carrinho fazendo compras distraidamente.
         Ainda me produzem grandes reflexões não só sobre o papel materno dentro do menino e paterno após as identificações efetuadas, mas sobre a imaginação e suas operações quânticas, holográficas e atemporais inclusive. O passado teletransportado para o presente, mobilizando reações afetivas atuais.
          Continuo com minha hipótese de que "Freud foi o primeiro a desvendar os mecanismos quânticos dentro do ser humano", ao perceber o movimento de forças inconscientes, além das energias conscientes facilmente notadas, que se articulam em nosso mundo mental.
          É inegável que sem o método psicanalítico e os registros de suas observações, assim como suas especulações e reflexões contínuas, que redundaram na concretização da Teoria Psicanalítica como um todo, teriam se perdido com o tempo.
          Imagino Freud, em seu espírito sagaz e curioso, em meio às descobertas quânticas do milênio. Uau!
         


sexta-feira, 10 de junho de 2016

"Eu me orgulho de você!"

Tá linda, minha neta, eu me orgulho de você! Agora é se descobrir internamente e "apertar os parafusinhos" de suas escolhas, aquelas feitas por seu autêntico querer (vontade), para que não se soltem, quando caminhar em direção a suas metas, obrigando a que você se perca das escolhas.

Ao se desalinhar de suas escolhas vai ficar perdida dentro de si mesma, procurando, "em vão", encontrar um rumo. Essa posição traz consigo um sofrimento psíquico (angústia) atroz (muito cruel) e problemas existenciais da ordem de "Quem sou eu? Onde estou, ou que lugar ocupo nesse mundo? De onde vim e para onde vou?"

No momento, me parece que a pergunta que não quer calar dentro de você é: "Qual é a minha vocação, ou melhor, qual é a profissão que mais combina com a minha maneira de ser ( meu perfil, minha personalidade)?

E um "bom começo para focar nesta difícil jornada de autodescobertas" é cruzar seus pontos fortes e fracos com as características pessoais e sociais, que quaisquer profissões atuais demandam. Pincelo algumas dessas características e desempenhos buscados:
* Criatividade e Inovação Contínua;
* Estimular um Querer Fazer Acontecer, Ter Intenção e Concretizar Projetos;
* Articular "sempre": ter raciocínio afiado, flexível e lógico, para agregar peças novas aos problemas e chegar a conclusões e soluções;
* Refletir Produzir Inovar, para em seguida abrir um espaço no mundo de trabalho, desenvolvendo sua capacidade de Liderança, Resiliência ( habilidade para se recobrar ante imprevistos e se adaptar a mudanças) e de Cooperação;
* Buscar expandir seu "Espaço de Socialização" ("networking" se refere às "redes de contatos, corrente de conexões, nas relações no trabalho") e lutar pelo "Exercício da Cidadania" pelo poder dos argumentos apresentados e posturas éticas adotadas ("esgrima pelas palavras e pela força do poder de convencimento"), não pela violência física e assédio moral, ou  por atitudes competitivas desonestas, desumanas e antiéticas;
* Desenvolver a "Disciplina Interna", através do reforço à persistência, esforço e determinação para continuar na luta por atingir metas, automotivação e busca de aprimoramento contínuo para conquistar seus diferenciais, só seus... nada a ver com padronizações impostas pelo social, que menosprezam a meritocracia, ou seja, o destaque do esforço pessoal e o reconhecimento da autovalorização.

Nesse milênio, com as informações disponíveis a um "clique na internet", prevalece o autodidatismo, que vai ditar os limites de um auto-ensino e de um autoaprendizado contínuo e constante, pela vida à fora. Conforme o interesse e a curiosidade de cada indivíduo, a conquista educacional se constrói. Perdeu sentido o saber enciclopédico, o acúmulo de informações à esmo (sem fundamento), e mesmo o assimilar conhecimento sem aplicações práticas. "Para que serve isto em seu viver? Não sei!"

Não é se amoldar a um cargo funcional, ou ao perfil de um papel social, violentando quem você é. "Não tô curtindo fazer isso, mas tô aprisionado às expectativas dos outros! Não tô gostando de estar exercendo um papel de parceiro social, que nada tem a ver comigo, com quem sou realmente!"

É se soltar da posição passiva de subalterno submisso, acatador de ordens sem questionar e fazer valer seu juízo crítico e seu bom senso. Também não é se aventurar adoidado à riscos, dando "tiros no pé" ao enfrentar desafios, sem a ponderação necessária.

Não é fácil tolerar, ante situações adversas e contrárias à sua vontade, a "lenta passagem do tempo amadurecendo ideias e tomadas de decisões". É preciso ter sempre em foco que, uma vida que lhe é fútil, não prazerosa, tediosa, sem sonhos para um futuro, sem empreendedorismo no presente; ao se forçar a viver, "morre-se em vida", a cada minuto assim vivenciado.

Torço por você, minha neta! Sua tarefa não é fácil, ainda mais no ambiente de integração interacional desfavorável do social em que vivemos, que nos gera "incerteza e insegurança, sensação de vulnerabilidade, desconforto e desconfiança dos que nos cercam, e do novo mundo tecnológico, com avanço de robôs ocupando nossos postos de trabalho. O que vislumbramos é constatamos é um mercado atual, que nos circunda e não nos integra mais em seu mercado de trabalho. "O que fazer? Perceber o novo mercado que se apresenta ao novo mundo do milênio. Procurar se integrar, agregar força, inovar e criar um diferencial, que seja reconhecido, motivo de orgulho para cada um, e valorizado em um social mais abrangente!" 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

"Jornadas para além do espaço e do tempo"

O assustador e encantador é a capacidade de alguns pensadores se aventurarem a descrever com presteza e agudeza o que acontecerá em uma época futura. Não há como deixar de indicar as ousadas articulações do físico Fritjov Capra em seu livro "O Ponto de Mutação", sem esquecer de mencionar as ideias desafiadoras de sua obra anterior "O Tao da Física (Tao=Caminho):
" Em O Tao da Física, Fritjov Capra desafiou a sabedoria convencional ao demonstrar os surpreendentes paralelos existentes entre as mais antigas tradições místicas e as descobertas da Física do século XX. Agora, em O Ponto de Mutação, ele mostra como a revolução da Física Moderna prenuncia uma revolução iminente em todas as ciências e uma transformação da nossa visão de mundo e dos nossos valores."

Espantoso é que "O Ponto de Mutação" (São Paulo: Editora Cultrix, 1995) traz como data de seu original ("copyright") o ano de "1982", portanto, nos foi oferecido há 34 anos, e nos confronta com aguda crítica ao pensamento cartesiano e necessidade de mudança para um paradigma holístico. Capra propõe a abertura de terapeutas para a adoção de posturas ecléticas, abraçando técnicas e recursos de várias teorias de acordo com a demanda dos pacientes/clientes. Defende a substituição de rígidas e obsoletas estruturas conceituais por compreensões mais abrangentes abarcando sistemas, mais de acordo com a realidade que desponta, sofrega por novas perspectivas inclusivas de vários saberes em conexão interdependente para o futuro.

Pontuo que, em suas considerações, não deixa de citar as implicações filosóficas da ciência moderna:
"Essa nova visão inclui novos conceitos de espaço, de tempo e de matéria, desenvolvidos pela Física subatômica; a visão de sistemas emergentes de vida, de mente, de consciência e de evolução. a correspondente abordagem holística da Saúde e da Medicina. a integração entre as abordagens ocidental e oriental da Psicologia e da Psicoterapia; uma nova estrutura conceitual para a Economia e a Tecnologia; e uma perspectiva ecológica e feminista."

Fascinante o painel montado por Capra no capítulo 11 (p.351 a 379), que intitulou "Jornadas para além do espaço e do tempo", onde descreve o conjunto de ideias de muitos estudiosos da mente humana, enfatizando o registro de suas teorias sobre a psique, a formação de suas escolas e o relato minucioso de suas estratégias terapêuticas. A mim se destacou que aborda a origem das ideias e as críticas que foram surgindo com o passar do tempo e novas descobertas tecnológicas abrindo horizontes para novas perspectivas, leituras e interpretações sobre os fenômenos observados.

Vai da Psicanálise de Freud  a Jung, citando Reich, Otto Rank, Adler e Horney em sua preocupação com aspectos socio-culturais (p.177).  Vai de Maslow a Rogers com a criação além do behaviorismo e da psicanálise, da corrente humanista considerada a "terceira força", passa por Perls e a psicologia gestáltica, rumo à psicologia transpessoal. Vai dos pesquisadores dos fenômenos extrassensoriais e transcendentais até à gama de estudiosos inovadores em suas buscas de compreensões de estados alterados de consciência, autorrealizações e autotranscendências, os relacionando às perspectivas de Ken Wilber, sua psicologia do espectro e seus 4 níveis terapêuticos do ego, biossocial, existencial e transpessoal ou nível do Espírito.

Interessante como retorna a Jung ao afirmar que "parece que a abordagem de Jung estava no rumo correto". Transcreve a frase do próprio Jung: "Mais cedo ou mais tarde, a física nuclear e a psicologia do inconsciente se aproximarão cada vez mais, já que ambas, independentemente uma da outra e a partir de direções opostas, avançam para território transcendente... Psique e matéria existem no mesmo mundo, e cada uma compartilha da outra, pois do contrário qualquer ação recíproca seria impossível. Portanto, se a pesquisa pudesse avançar o suficiente, chegaríamos a um acordo final entre os conceitos físicos e psicológicos. Nossas tentativas atuais podem ser arrojadas, mas acredito que estejam no rumo certo". (Jung, 1951a, p.261).

Capra foca no sucesso dos "praticantes de psicoterapias experimentais, que estejam familiarizados com o novo paradigma que está agora emergindo da física moderna (subatômica), da biologia sistêmica e da psicologia transpessoal, a fim de que possam oferecer aos seus pacientes não só poderosas estimulações de experiências, mas também uma correspondente expansão cognitiva". Estimulante sua descrição sobre os atributos essenciais de um bom terapeuta (p.378), lembrando que "O Ponto de Mutação" foi escrito em 1982 e que, nessa época, já abordava a importância, no processo experimental e na "jornada curativa", da relação interpessoal terapeuta-paciente.

Sem dúvida na montagem do perfil do profissional de saúde mental, Fritjof Capra, sobrepôs as qualidades necessárias para atender a nova visão de mundo e de realidade, cruzando ao quadro das redes conceituais da novas ciências:
"Na concepção sistêmica de saúde, toda enfermidade é, em essência, um fenômeno mental, e, em muitos casos, o processo de adoecer é invertido do modo mais eficaz através de uma abordagem que integra terapias físicas e psicológicas. A estrutura conceitual subjacente a tal abordagem incluirá não só a nova biologia sistêmica, mas também uma nova psicologia sistêmica, uma ciência da experiência e do comportamento humanos que percebe o organismo como um sistema dinâmico que envolve padrões fisiológicos e psicológicos interdependentes e está inserida nos mais amplos sistemas interagentes de dimensões físicas, sociais e culturais." (...)

"Ao se aventurarem a fundo nos domínios existenciais e transpessoais da consciência humana, os psicoterapeutas terão que estar preparados para enfrentar experiências às vezes tão incomuns, que desafiam qualquer tentativa de explicação racional. Experiências de natureza tão extraordinária são relativamente raras, mas até as formas mais brandas de experiência existencial e transpessoal, apresentarão sérios desafios às estruturas conceituais convencionais dos psicoterapeutas e de seus pacientes, sendo que a resistência intelectual (barreira cognitiva) às experiências emergentes tenderá a impedir o processo curativo." (Capra, p.379).

E eu encerro com algumas considerações quânticas, ao afirmar que por trás do sintoma existe uma ideia central e que se facilitarmos a expressão, quer seja pela fala ou outra representação, a liberação da energia afetiva investida em épocas remotas, ocorre a jornada para além do espaço e do tempo com a presentificação de conflitos ou traumas, para o momento atual dos pacientes. Ao ampliarem sua consciência, ante "insights compreensivos" e assimilação das informações, dão um "salto quântico", passam a outro nível dimensional. Sendo assim alterações bioeletromagnéticas, a nível de operações quânticas (subatômicas) vão gerar neurotransmissores que, por sua vez, vão alterar o funcionamento bioquímico e diversos sistemas orgânicos das pessoas, como o sistema imunológico.

"A verdade do paciente, assim o é para ele; é essa e não outra, embora não seja a Verdade Última.
Essa verdade não sendo atingida por "insights" ( compreensões durante o processo terapêutico) será imposta por si mesmo através de experiências impactantes como divórcios, desempregos, doenças etc. Sempre se é obrigado a "questionar" a visão de realidade, e "rever" toda a visão de mundo que se tem. Sempre se é impelido a "mudar  estilos  de vida", na busca de harmonia interior e bem estar no viver. Sempre é necessário providenciar o "alinhamento atômico"; o  átomo dentro de nós vibra constantemente, não pára!"
(Helio Couto)

Para quem tiver interesse em melhor entender mecânica quântica e seu campo de aplicação prática, indico o vídeo com a palestra (ou aula?) de Helio Couto no YouTube, publicado por Eduardo Nessho, em 01 de junho de 2014 :
"Ondas de IN-Formação".
https://www.youtube.com/watch?v=4jPMUggM4uM

E não se surpreendam ao perceberem como evoluíram, ou como estão aprisionados nas crenças, no espaço e no tempo da ciência embasada na Física Clássica.

Lucia Thompson