segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Eu, Tu e Nós...todos robôs!

Bem mais perto agora está o perigo:

DOMINGO, 8 DE AGOSTO DE 2010

Automatismo Cibernético X Raça Humana

Não sei quem, entre vocês leitores, teve a oportunidade de visitar a Bienal de Arte e Tecnologia em São Paulo cujo tema é "Autonomia Cibernética". Aqueles que não tiveram essa oportunidade em "g1.com.br/globonews" podem conferir a reportagem em "Espaço Aberto: Ciência e Tecnologia". Vale a pena!

Só não se espantem ao constatarem que o que era ficção ontem já está na categoria de realidade hoje. "Máquinas interativas se autorreprogramam." É isso mesmo. Máquinas já estão reescrevendo seus programas sem a intervenção do homem.

A ciência já comprova o surgimento de uma neo-consciência robótica. Preocupada, lanço um alerta de perigo. Se essas máquinas interagem entre si, dialogam, ganham a habilidade de alterarem suas programações a ponto da raça humana não mais saber como vão reagir, em que lugar estamos nos colocando em futuro próximo?

Lembram da história da criação se tornar superior ao criador? Trouxemos ao mundo a raça robótica que cada vez mais ganha autonomia e nos colocamos em sua dependência. Essa raça vai entrelaçando seus conhecimentos computadorizados e, em ritmo acelerado, vai construindo uma inteligência e poder superior a própria raça humana. Humanóides sem a capacidade de se humanizar. Seus sensores, inclusive, captando uma aproximação humana, podem agredir as pessoas, como podem verificar no site acima citado.

Já não me sentia bem com a ocultação do humano em atendimentos eletrônicos na maioria das instituições, terapias virtuais, cirurgias à distância, comandos automáticos computadorizados em vários meios de transportes terrestres, aquáticos, aéreos. Agora então me sinto lesada em minha privacidade e direito de ir e vir, ante o mau uso e perversa fiscalização instalada por um manipulado "Big Brother" visível nos sistemas de GPS, câmeras espalhadas em diversos locais - inclusive em banheiros escolares femininos, ato que veio a público em reportagem de semanas atrás, tendo como justificativa controle do uso de drogas -, sistemas de telefonia e registros de locais de onde a pessoa possa estar pela consulta a antenas de telefonia celular; instalação de microships, dispositivos intervencionistas que deixam muito atrás George Orwell e seu "1984".

Paramos por aí? Não. Tecnologia e autonomia cibernética estão ficando muito a frente da Justiça e das virtudes, que acoplariam a salvação do "humano" contendo o homem e seu lado sombrio de serem solapados pela frieza robótica.

Os psicoterapeutas que estejam a postos! Só vai dar terapia ante essas novas formas de coexistência. Não há psíquico que aguente ter máquina como chefe. Ou há? Não se esqueçam que são sensores que vão detectar os movimentos humanos, já tendo prévio conhecimento da ação humana pois surgiram das idéias e suas sinapses interativas colocadas nos programas digitais e se insurgiram ao comando computadorizado, criando novas sinapses cibernéticas. "Novos padrões de comportamento nascem das relações entre as máquinas, que dialogam entre si, com aquilo que as cercam, já interpretam e ditam regras". Epa! E nós como ficamos?

Gostaria de destacar ainda desse site, no que se refere a pesquisas de ponta, a entrevista com o neurocientista Dr. Miguel Nicolelis, sob o título " Cientistas trabalham para fazer ligações diretas do cérebro a artefatos robóticos".

Visando a área da saúde, pesquisas estão aceleradas, inclusive comprovando que o cérebro independe dos limites do corpo, da interpretação corpórea de sinais advindos dos órgãos dos sentidos e das mensagens musculares, para "atuar no mundo" . Já está constatada a força do pensamento e seu controle, inclusive a distância, de vestes robóticas. É interessante o relato de Nicolelis sobre a macaca "Aurora" (podem rever a entrevista no site) . O nome é mera coincidência. Vejam o vídeo da experiência. Vale a pena!

No entanto, ouso pontuar outro perigo ante o despreparo ético de nossa sociedade. Nicolelis fala sobre seu ideal e expõe seu projeto pessoal, já em andamento com algumas parcerias governamentais e alianças com instituições hospitalares. "Ciência como agente transformador do social, catalizador do potencial humano". Formação da geração do novo milênio com acompanhamento gestacional e posterior educação continuada de mães e crianças. Em seu desenvolvimento estariam em contato direto com laboratórios de computação, criações robóticas, com ambientes estimulantes a despertar a curiosidade científica. Para tal coloca a necessidade de treino de professores para esses alunos inquiridores.

Tal projeto me fez retroceder na História e me assustou. Ainda é grande a relativização da ética por grupos que colocam em primeiro plano seus interesses particulares e acima de tudo financeiros, e que poderiam se apropriar do modelo de Nicolelis. E quantos projetos não surgem de boas intenções e acabam se transformando em verdadeiras "bombas atômicas"!

Novas formas de coexistência... novas formas de interação com o cérebro... novos modelos de existir para o ser humano... "enquadramento de nova geração" em "moldes educacionais"...

E eu fico na torcida para que as investigações espiritualistas consigam acelerar suas pesquisas e registrar suas constatações para que ganhem embasamento científico a ação e o poder da "mente", e que ganhe em plenitude sua diferenciação do "cérebro" e nosso grande mas humilde papel dentro da raça humana.

Ops! Tem mais... Em cartaz até dia 15, no Itaú Cultural, a peça " O Nascimento do Robô". O que tem de diferente? Humanos e robôs, ambos como atores, contracenando juntos em uma peça de teatro. E não é ficção científica, mas realidade. Essa notícia apareceu em VEJA.com.
Pode ser conferida emhttp://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/robos-atores-assumem-papeis-pela-primeira-vez

Será que estavam duvidando dessa interação tão próxima?

Aurora Gite
postado às 19:40

Eu estou atenta a eles, em meio a tantas transformações luto por não me desumanizar e conquistar, a cada minuto, um  bem viver dignificante preservando, com orgulho, minha subjetividade integrada à minha alma , e vocês? 
Ass: Lucia Thompson

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Consciência Quântica,Criatividade,Salto Quântico Aplicados

TERÇA-FEIRA, 9 DE DEZEMBRO DE 2008

Consciência, criatividade, salto quântico?

Novos rumos, ventos solares e pássaros quânticos...e minha mente borbulhando de idéias, esperando "trocas"!

E lá vou eu, outra vez, me debruçar na "janela visionária" de meu castelo profissional, observar a natureza, os novos paradigmas envolvendo o ser humano, e contar com a aproximação de um físico quântico, na iluminação desse novo alvorecer. tal a proporção das novas descobertas. Dessa vez, me faço acompanhar por Amit Goswami e seu livro "A Janela Visionária" (Cultrix 2006).

Não posso negar o misto de tesão e ansiedade na retomada desse trilhar. Alguns pacientes surgem em minha memória e minha "consciência", lhes dá a condição de presença viva em meu aqui e agora.

Recordo nosso caminhar juntos. Ao me permitirem a entrada em sua mente, buscando a compreensão do funcionamento de seu mundo psíquico e da dinâmica mobilizadora de suas ações, eles também foram incorporados em meu mundo interno e me facultaram muitas auto-descobertas. E assim se ultrapassa a ponte do mundo físico (material) ao psíquico (energético), num constante ir e vir.

Quantas vivências compartilhadas... transferências e contratransferências... energias se misturando e se separando ante "insights" que ocorriam... quantas mudanças contínuas e descontínuas.

Para quem não sabe, transferência se refere aqui aos sentimentos que o paciente inconscientemente vincula (transfere) ao terapeuta, mas que, na verdade, se originam de relacionamentos anteriores. Contratransferência é o reverso, ou seja, sentimentos irracionais que o terapeuta tem em relação ao paciente. Esses fenômenos inconscientes também fazem parte de nosso dia-a-dia e são muito comuns na vida de relação, ocasionando grandes distorções na realidade dos envolvidos.

Mas lá estava eu surfando, no encontro terapêutico, entre as ondas de possibilidades e probabilidades, contando com minha intuição e criatividade, para ajudar cada paciente em seu encontro com sua consciência auto-referente.

E lá estava eu buscando, através de uma observação consciente e atenção flutuante, provocar o colapso da onda de possibilidades passadas e futuras, trazendo o paciente para seu aqui e agora, integrando-o ao seu propósito criativo de vida, criatividade que lhe é imanente.

E lá estava eu questionando, tanto o efeito temporário de mudanças contínuas ( de causas e efeitos em espaço e tempo definidos), quanto as interpretações que vinculavam os pacientes à cabeça (ao pensar) de seu terapeuta. Não desconsidero a importância do espaço terapêutico e da qualidade do vínculo estabelecido, mas eu almejava a integração da pluralidade de teorias, para que o homem em si emergisse em sua unidade, e fosse compreendido sob vários pontos de vista.

Lembram do papel atribuído ao observador consciente pela física quântica, que ocasiona o afunilamento do espectro das possibilidades, para sua convergência num ato ou objeto único?
Segundo Goswami, toda escolha a partir das possibilidades, vem da intervenção de nossa "consciência" . Sendo assim, ela é que cria a realidade. E eis minha intuição gritando: "É por aí, vai atrás desse conhecimento!"

E lá estava eu enfatizando a vida relacional como experiência emocional corretiva, buscando saber mais sobre a dinâmica energética da rede inter-relacional.

Faço minhas algumas das indagações de Goswami:
Que força imaterial poderia interagir com a matéria?
Como obter essa interação imaterial?
Empatia e aversão...atração e rejeição...campos de energia e de força? Integração do indivíduo com o cosmo?

Tudo me encaminhava para uma leitura energética dentro de uma visão holística ( integrada) de mundo. O ser humano é bem mais que um sintoma. Seu sintoma é um ato criativo para indicar alguma disfunção. E essa, na maioria das vezes traduz seu sofrimento existencial.

Com avidez fui em busca dos conhecimentos da física quântica. Queria mais que o contato entre intelectos. Já reconhecia que a consciência tem um papel decisivo na configuração da realidade. Mas queria a experiência, queria através de uma vivência pessoal comprovar.

E lá estava eu não atrás do silêncio, mas do diálogo. Não buscava monólogos e atitudes separatistas. Meu coração me integrava na relação (eu-outro se transformando em "uno"). Não me bastava minha capacidade racional ou facilidade no cruzamento de dados. E o diálogo interno no contato com o paciente se aquietou, e se estendeu para a vida pessoal de relação.

A palavra "diálogo" deriva de "dia" ( palavra grega que significa "por meio de") e de "logos" que significa palavra) e vai além da comunicação por meio de palavras, envolve uma troca de sentido entre os que se comunicam, outra dimensão do psíquico humano.

E é aqui que tudo se complica. Querem ver?
Eis um fato que poderia ocorrer no cotidiano de qualquer um.

Lá estava eu numa sala de espera, quando uma mulher se aproximou e começou a se queixar da relação com o marido, onde não havia diálogo, embora muita tentativa da parte dela para que ele ocorresse. E ela continuou, ao me perceber como ouvinte atenta: " Imagine que hoje pela manhã, ele pediu a minha opinião sobre se devia ir ou não no casamento de um parente. Logo retruquei, que agora é que ele queria saber o que eu achava? Por que não me consultou quando o parente ligou há dois dias? E ficou em silêncio, veja só! Nem continuou a conversa. Ele não sustenta um diálogo."

Que diálogo? Existiu uma comunicação, um fluxo de sentido entre eles?
Em que clima transcorreu o contato? Existiu um campo energético entre eles que propiciasse um vínculo aconchegante a uma cumplicidade na comunicação?

Ele chega e se aproxima, de peito aberto a coloca na relação. Ela "pisa na bola, dentro de seu egocentrismo", o exclui da relação. E ainda reclama da atitude defensiva dele e de seu afastamento.

Haja "Física Quântica" para iluminar nossa rede de convivências, ou como muitos a consideram, de conveniências!
Aurora Gite

Lembram de Drummond " Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra". Pois é ao reler esse texto me veio: "E lá vou eu, buscando, surfando, questionando, enfatizando... e no buscar, surfar, questionar, enfatizar ... lá estava eu (Consciência)".

Em tempo:
As constatações de Jill Bolte Taylor, expressas em seu livro "A cientista que curou seu próprio cérebro", são muito importantes. Novas perspectivas se abrem ante a nova comprovação científica das funções dos dois hemisférios cerebrais.
No entanto, coloco mais um patamar, que acredito advir da desativação das funções do hemisfério esquerdo e predomínio total operacional do hemisfério direito.
A sensação foi de uma mola elevando, não o meu corpo, mas a minha mente (salto quântico?). O impulso de propulsão não foi voluntário. Uma conexão foi estabelecida. O outro polo é que direcionava esse movimento interno. A percepção do real não desapareceu, mas perdeu o foco. Eu sabia onde estava, mas intuitivamente, não pela via perceptível que nos é conhecida. Tempo e espaço se diluem. Fui tomada por uma sensação de prazer intenso, calor e claridade, paz e harmonia, quietude e suavidade, plenitude e infinito - sensações de uma amplitude diferente da que captamos através dos sentidos que nos são conhecidos. Experiência indescritível. Nossa compreensão não abarca com palavras. De repente, a imagem de minhas filhas, precisava voltar (intervenção do hemisfério esquerdo). E o brusco rompimento da conexão.
O que me restou? As sensações paradoxais de uma perda feliz e de uma saudade alegre, e a constatação de muita força interna ( sensação de um recarregar de pilhas). Anos e anos se passaram, e essas sensações persistem.
Por que comigo? Porque estava num momento existencial, que correspondia ao cume da parte superior da ampulheta. Lembram da postagem anterior "Quer receber um presente meu?"
Por que só ocorreu uma vez? O caminho está na postagem acima e a dificuldade de se manter íntegra para o estabelecimento da conexão também. Agora é correlacionar na história quem conseguiu atingir esse estágio.
Após 30 anos, só agora estou chegando mais próximo de entender o que ocorreu. De duas coisas tenho certeza: a humanidade entrou em "nova era", e que se preparem os "físicos quânticos"!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Em 17 de outubro de 2008 e 16 de fevereiro de 2016?


Continuo sustentando as mesmas posições, parece que o tempo não passou...e lá se vão 8 anos!
Confiram aí e articulem com as novas descobertas dos fenômenos microscópicos subatômicos!

Física, Psicologia, Direito,Ética sobem no século 21

Primeira parte:

Aceleradas descobertas no campo biotecnológico, biogenético e biomolecular possibilitaram a quebra de paradigmas obsoletos , realçando a necessidade de uma série de investigações, inferências e reflexões, que reportem a novos conjuntos teóricos, para dar conta dos recentes fenômenos observados.

A nova era que se inicia, com tantas e aceleradas transformações, ao mesmo tempo que fascina, também amedronta. O quadro social, abrangendo aspectos políticos, econômicos e culturais nos confronta com catastróficas previsões, inclusive anunciadoras, segundo as profecias de Nostradamus, de um fim de mundo. Sob uma perspectiva arrojada, poderíamos compreender essa mudança de século como tendo sido fim de um ciclo realmente, com novas formas de viver e conviver. Para evidenciar tal fato aí estão as novas formas de comunicação e diferentes interações, propiciadas pela linguagem computadorizada globalizada e relações impessoais online ou inter-clonadas, que demandam reprogramações cerebrais e grandes mudanças culturais . É um "admirável mundo novo" que se delineia, só espero que se distancie do descrito por Huxley.

Descobertas avançadas em Genética Molecular e Física Quântica, além das realizadas na área de diagnóstico por imagens têm possibilitado observar o funcionamento mental sob outro prisma e reconhecer novas formas de interação mental .

O desconhecimento sobre a energia mobilizadora do dinamismo psíquico, as várias construções teóricas complexas em suas conceituações e excludentes das demais teorias, trazem como consequência o descrédito sobre a inclusão da Psicologia no campo científico. Há anos defendo a busca de uma linguagem psicológica mais integrativa e uma visão mais vitalista, considerando a força do biomagnetismo humano. Uma observação atenta do campo vincular relacional e de sua qualidade servindo mesmo como experiência emocional corretiva para os envolvidos, nos direciona para uma leitura energética do ser humano. Não se pode mais negar a memória e comunicação inter e intracelular, nem a atuação de leis universais como a de atração e reação. Nesse sentido, urge melhor consideração sobre o mistério da consciência em seu espectro diferenciado que nos coloca em vários campos dimensionais da matéria visível à invisível, não tão oculta agora.

Gleiser (A Dança do Universo,1997) nos confronta com possíveis consequências do poder do eletromagnetismo e do fenômeno da reversibilidade do tempo, com a geração da matéria e anti-matéria sob altas energias: " Devido a essas flutuações de energia do vácuo quântico, vários fenômenos muito interessantes tornam-se possíveis... sabemos pela relatividade espacial que energia e matéria podem ser convertidas em partículas de matéria... Essas partículas que surgem como flutuações do vácuo são conhecidas como partículas virtuais..." O autor diferencia o vácuo ou "Nada quântico" do "Nada Metafísico", representante do vazio absoluto, que abordo proximamente, visto não podermos mais deixar de considerar a dimensão espiritual do homem, sua faculdade intuitiva, sua fé terapêutica, daí advindo.

É inegável o poder de forças eletromagnéticas, despertadas pela estimulação da faculdade de imaginar , na qual participariam várias operações mentais e alterações bioquímicas. Reagrupamentos energéticos seriam gerados pelo aumento de sinapses neuronais e por possíveis transformações ocasionadas pela concentração conectiva (associação de idéias e imagens em ação). A união de afetos e estados alterados de consciência em diferentes graus de condensações de matéria, e sua valiosa força catártica e terapêutica, demandam para melhor eficácia uma leitura interdisciplinar Psicologia e Física Contemporânea.

Ante as novas descobertas é preciso questionar paradigmas ultrapassados "sem estigmas", não cabendo mais a compreensão do ser humano através de ajustes e enquadramentos a corpos teóricos já existentes. É importante, ainda, realçar que entre os atributos de um "cientista" estão sua liberdade de criar e a flexibilidade para investigar e pensar sobre o fenômeno humano, se utilizando de dados colhidos na realidade vivencial de seu aqui e agora , pois, embora seu mundo de significados possa estar deslocado dinamicamente na dimensão tempo-espacial, a forma de interferência no presente deve adquirir maior peso e deve ser o foco da atenção e atuações.

E continuamos nós, com humildade e ousadia, a mergulhar na Teoria Quântica e nas novas descobertas sobre os fenômenos do mundo subatômico, buscando articulá-los aos processos psíquicos. Cada vez mais nos fascina a constatação dos físicos da interferência das intenções do observador no mundo subatômico e seu foco com potencial de mudança ao transformar ondas de probabilidades (opções de escolha), em partículas subatômicas ou energia sutil concentrada (decorrente do fim do processo decisório).

Para os que se interessem pela dinâmica subjacente aos principais problemas de nosso tempo, indico a leitura do livro de Fritjov Capra, que nos apresenta nova visão de realidade - e que assistam ao filme (YouTube) com mesmo título: " O Ponto de Mutação".

Outro livro desse físico, que vale a pena ser lido é "O Tao da Física": um paralelo entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental , Editora Cultrix, São Paulo, SP. Copyright 1975; com revisão em 1983 após a publicação do livro "O Ponto de Mutação" , Ed.Cultrix, São Paulo, SP, 1982.

Capra em seu livro "O Ponto de Mutação" aborda os padrões cíclicos históricos de ascensão e queda onde pode-se observar sempre, crises de percepção e, após a decadência, o ponto de mutação. A transformação ocorre dentro de um movimento espontâneo e natural. O velho é descartado e o novo é introduzido. Revendo o que acontece nesse início de século 21, não há mais como sustentar o estado interno de anomia indisciplinar, que distorce percepções e desafia a razão. Não há mais regras éticas e bom senso, dentro do raciocínio lógico, que expliquem e sustentem crenças disfuncionais e ideias obsoletas. A demanda é por novos paradigmas. Novos modelos de mundo e de homem, que demandam, por sua vez, novas configurações no agir de um ser humano, e novo design de interações sociais.

No "O Tao da Física", Capra traça um paralelo entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental, analisando, de forma original, semelhanças conceituais. Tao significa "caminho"; nele o autor nos leva à descrição do processo de contínuo fluxo e mudança, reflexo do desenvolvimento e evolução pessoal.  Em "O Ponto de Mutação" busca nova visão de mundo ante o que chama de profunda crise de percepção e propõe a reconciliação da ciência com o espírito humano. Mostra como a revolução da Física Moderna prenuncia a revolução iminente nas ciências e uma transformação nos valores: decadência e ponto de mutação. Escrito no final do século 20, parece retratar a profunda crise de percepção que vivemos atualmente nesse início do século 21. É estarrecedor!

É estarrecedor como ideias e pensamentos são relegados, e mesmo desconsiderados, se não houver a devida leitura e interpretação, por ignorância sobre essas ideias e pensamentos, que transmitem e buscam divulgar perspectivas novas, para reflexões e compreensões futuras dos leitores e pensadores. Assim coloca o autor: "As últimas duas décadas de nosso século vêm registrando crise mundial complexa e multidimensional: saúde, modo de vida, qualidade de relações sociais, economia, tecnologia, política. É crise de dimensões intelectuais, morais, espirituais, de escala sem precedentes na história da humanidade."

Assim começa Capra a montar o painel do que ocorria em seu entorno por volta de 1980. Relendo o livro em 2016 nos perguntamos se o "design" não é atual. Refletindo sobre a nova visão de mundo que propõe ante a incorporação da Física Subatômica às suas ideias, me questiono se não é esse o caminho, se não está na hora da alteração para paradigmas (modelos) que incluam visões sistêmicas (orgânicas e ecológicas) holísticas de mundo e de homem. Em 1982, Capra já vislumbrava o novo design em rede do tecido social, da função da interconectividade transformando as estruturas sociais e políticas.

Buscando parear com a dinâmica psíquica, revejo os processos de autoconhecimento, valorização da autoestima e autorrespeito se alinhando à nossa moral intrínseca. Ao identificar nossa maneira de existir e alinhá-la às forças ético-morais de nosso caráter, como seres humanos, produzimos o encontro entre nossa vontade e o autêntico querer proveniente de nossa alma. Assim emerge o homem, agente do processo e progresso histórico de seu "vir-a-ser", responsável pela construção de suas forças internas; diferindo do que se deixa levar pelas circunstâncias a seu redor e pela influência das opiniões de outras pessoas que o circundam.

Capra busca descrever fenômenos submicroscópicos (subatômicos) e a emersão da consciência no que chamam de "iluminação", enfatizando que faz parte de uma "dinâmica psíquica além do self (si mesmo)", e que "não é apenas um ato intelectual". Acaba brindando o leitor com muito material para reflexão e análise; muitas e muitas associações e articulações... se posicionando como um empreendedor ao externar, com minúcias, suas ideias futuristas. Reconhece, no entanto, que, estando aquém da compreensão de sua época, nem sempre elas terão plena aceitação de uma maioria de pensadores, principalmente no momento histórico conflitivo em que as coloca no social.

Não é o que aconteceria com qualquer um de nós?
Mas que estamos vivendo as contradições, paradoxos e transições que descreve, estamos!

Lúcia Thompson