quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Espectador passivo, patinando no velho mundo? Eu não!

Continuo fascinada por aqueles que ousam confiar em suas perspectivas inovadoras, buscam forças internas e a transformam em coragem para expor ao mundo suas ideias, quebrando velhos paradigmas e enfrentando o desconforto das incertezas até que novos patamares seguros sejam atingidos. 

"Novas descobertas demandam nova visão de mundo"! (novembro/2010)

Como não deixar o postura de espectador passivo, patinando no agora estranho velho mundo, se desequilibrando ao tentar se manter estático no acelerado dinamismo com que caminham as Ciências Humanas da Comunicação e da Convivência Ética, sempre transcendendo o defasado momento presente?

É inegável, a quem busca a inserção no social, que se delineia, e a inclusão na sociedade em sua nova configuração inter-relacional, a necessidade de constante aprimoramento intelectual, contínua atualização performática para acompanhar os avanços intimidatórios do mundo eletrônico, crescimento evolutivo interno voltado ao alcance da dignidade como ser humano em sua trajetória de vida no novo milênio, com o respeito a si e ao outro, e a aceitação da diferença como riqueza sinalizadora de possíveis convivências gratificantes e potencializadoras. 

Não há mais como negar que todas as transformações ocorridas já nas primeiras luzes do novo milênio, impõem o nascimento de um novo homem, novo modo de ser confiante de seu intuir e da capacidade de seu potencial de ação, responsável por seu pensar por si, fortalecido para bancar seu agir consciente. Não precisa mais ser tutelado, que decidam por ele, ou pensem o que é melhor para ele, tendo que se ajustar a padrões comportamentais massificadores para se considerar pertencente ao grupo social, sem medo da "rejeição maldosa ou da ironia humilhante de alguns outros". É surpreendente como ocorre a mudança de foco e o consequente prazer genuíno pelo "encontro com quem se é realmente".

Já podem ser observados os limites do novo perfil do humano desse milênio se nos dispusermos a notar sua forma de cuidar de seu corpo, com tudo que implica esse cuidado a nível de alimentação saudável e exercícios físicos - excluindo cada vez mais os vícios, compulsões e sedentarismo.

Cada vez mais as pessoas se voltam para buscar a integração de um corpo físico saudável ao bem estar do corpo pensante ou psíquico. Considerando a ampliação de um visão holística de mundo, do encontro de um espaço pacífico e harmônico do ser humano, que almeja um mundo interno sereno administrado por sua razão, aconchegado pela alegria espontânea de sua alma, ao contemplar essa nova gerência sobre si mesmo, com firmeza, retidão de caráter, autovalorização e respeito pela pessoa que se tornou após não hesitar em mudar. 

Lembrete: Mudanças efetivas não ocorrem ante a presença e interferência de velhos paradigmas aprisionadores e crenças redutoras da potência para agir. Ser livre e feliz implica ousar desvendar o desconhecido caminho da vida e, a cada dia, nessa trilha de seu viver, inscrever - como agente responsável por suas decisões embasadas nas emoções com o aval da razão - sua própria história pessoal.

Como não mobilizar a recordação de uma trajetória histórica, "real parâmetro referencial" para se comparar um avanço evolutivo pessoal e profissional?   


"Novas descobertas demandam nova visão de mundo!" :
"Potencial é o mesmo que possibilidades não vistas. Ou você vê que algo é possível, ou não vê. Impossível é apenas outro nome para o que não é visto." ... " Não podemos negar o fato de que as formas de vida estão constantemente evoluindo, passando a níveis mais altos de abstração, imaginação, perspicácia, inspiração." (Chopra,Deepak. "O Efeito Sombra", p.84 e p.82)

Considero importante realçar que um conhecimento científico deve ser compartilhado e que pesquisas devem ser embasadas em amostras representativas. Não devem ser manipuladas em prol de resultados imediatos e interesses pessoais. Nesse sentido, a honestidade dialética é que permite o agregar de forças, visando a evolução da ciência. Caminhamos juntos?

Vou tentar me posicionar, para que possa ser entendido meu trajeto pessoal e formação profissional. O início de meus interesses pelo bioeletromagnetismo teve como marco a busca de entender algumas experiências, ocorridas no final da década de 70, do "segundo milênio". Ainda estranho essa colocação.

Dos ensinamentos dos Vedas e do Budismo, passando por Krishnamurti e pela meditação na yoga, por um vértice; Carl Sagan e Fritz Capra, por outro; Fromm e Rogers, Fritz Perls e Stevens, Maslow e Forghieri, em outro; Laing, Horney, Klein, Adler e Jung, fechando outro vértice de uma pirâmide evolutica. Em seu cume, permitindo a passagem para a parte superior dessa figura geométrica e o amplo vislumbrar de novas perspectivas, coloco a Psicologia Transpessoal com seu corpo teórico que sintetiza algumas dessas visões, integrando conhecimentos de escolas psicológicas ocidentais com elementos das tradições esotéricas. dando espaço para a inclusão da dimensão espiritual do ser humano. Em sua proposta holística da consciência, Wilber considera-a una, e por sua multiplicidade de aspectos, defende a idéia da existência de um espectro da consciência, de maneira análoga às radiações eletromagnéticas e seus diversos comprimentos de ondas.

O contato com filósofos e pensadores ocorreu bem antes; dei a mão para Plotino e Platão, Aristóleles e Kant, Schopenhauer e Nietzsche...Sempre os considerei como alimento para minha alma. Em cada um encontrava elementos que me possibilitavam maior autoconhecimento e melhor compreensão do que ocorria com meus pacientes - e, com isso, meios mais efetivos de ajudá-los terapêuticamente.

Vou me permitir fazer um parêntese. Olhando para trás, deixando a mente vagar por recordações longínquas, desde criança minhas inquietudes se voltavam aos "Por que o ser humano não consegue se enxergar, e só vê sua imagem refletida num espelho?"; "Por que ficamos presos no globo pela força da gravidade e se pensarmos no planeta Terra estamos soltos no espaço?"; "Por que nossa mente é povoada de pensamentos e idéias? O que surge antes?" Por aí se vê que minhas interações prazerosas não foram tão fáceis, e trocas de idéias que pudessem aplacar minhas curiosidades e angústias foram raras.

Cada vez mais me distanciava da Psicanálise Freudiana ou de como foi usada por muitos psicanalistas tradicionais, e mais me aproximava da liberdade terapêutica de adotar várias perspectivas, bem como de interações dialéticas socráticas substituindo o divã, a falta de visão e o silêncio das técnicas analíticas. Não gosto de me sentir "engessada" em regras e julgamentos preconceituosos, tendo que me obrigar a segui-los para ser aceita por grupos ou pessoas. Continuo hoje questionando o saber fechado, baseado em interpretações subjetivas e a complexidade de conceitos, que dificultam a leitura psíquica e compreensão de relatos casuísticos, em momentos de discussão interdisciplinar. Aliás, relendo Freud, tenho dúvidas sobre muitas posturas que lhe foram atribuídas por seus seguidores mais fanáticos. Adotei uma postura mais eclética a nível teórico e instrumental, onde o paciente não era engessado em molduras teóricas e como terapeuta, senti-me mais livre ante o uso dessa instrumentação técnica mais diversificada.

Após essas premissas procurando uma frequência comunicativa mais alinhada e afinada, vamos lá, deixar registradas as considerações abaixo.

Continuo minhas pesquisas sobre a relação entre as vias de canalizações de energias sexuais orgásticas e energias psíquicas mais sutis, extrafísicas. Foco, atualmente, o sistema endócrino e os novos estudos sobre a glândula pineal, as descobertas sobre a melatonina e as pesquisas sobre as interações entre elas. Nesse campo experimental vale se inteirar da evolução em Radiologia Médica e na área da Imagiologia, graças a alta tecnologia desenvolvida pela Física. Não vou ser repetitiva sobre o papel desempenhado pelas descobertas da Física Quântica no descortinar desse novo mundo.

Gosto de imaginar o paciente em terapia trilhando os patamares de uma pirâmide. Na base inferior suas angústias, seus conflitos, sua patologias... ou como diz Chopra, sua sombra que necessita ser ultrapassada para alcançar a plenitude da liberdade integradora. Também constato, como ele, que nosso lado sombrio defende as riquezas do inconsciente, e que a plenitude e a cura estão intimamente ligadas. Ainda, podemos apreender muitas técnicas de cura, de uma observação atenta sobre os sistemas do corpo físico e seu funcionamento integrado. O difícil é integrar um self dividido. Desafio que me impulsiona a buscar estímulo na famosa frase: "Mãos à obra!". A observação e comprovação de bom prognóstico, e mesmo cura, em pacientes, que conservam dentro de si a esperança e fortalecem sua fé intuitiva, é um grande incentivo.

Como propiciar o "contato consciente" com a espontaneidade de sua essência e potencial criativo, a não ser por uma reavaliação do que serve ou não dos valores "incorporados sem pensar" familiares e culturais? Como conquistar sua autovalorização pessoal? É um árduo caminho que tem como primeiro passo o seu libertar do que não pertence a sua personalidade; depois o conviver com o desamparo e o vazio internos e com a dor do parto por ele mesmo induzido; a seguir entrar em contato com o seu nascer como pessoa, com a livre expressão de sua potencialidade e da responsabilidade de tornar-se indivíduo e cidadão participativo do social onde está inserido. É fácil se perceber como é importante uma aliança terapêutica baseada em relação de aceitação incondicional, de confiabilidade e fidelidade, que possa vir a se constituir em experiência emocional corretiva.

Volto a imagem da pirâmide e a observação de um novo patamar de canalização de energias internas. A manutenção do ser humano no caminho das virtudes - qualidades morais que lhe são inerentes e que podem se constituir em campo de forças integradoras no mundo psíquico -impulsiona a uma convivência interativa interna e externa, dentro de uma honestidade ética dialética, que culmina num evoluir e se autorrealizar espiritualmente.

As dimensões físicas do agir, pensar e sentir não mais comportam essa qualidade energética.
Ao se chegar a uma compreensão holística de seu papel no mundo dos paradoxos, a serem aceitos e ultrapassados, surge uma unicidade compreensiva que dá um significado diferente ao momento vivido em plenitude, sentido e não julgado, apreendido por uma sabedoria intuitiva, que se une ao bom senso racional e à razão pura kantiana. Vale conferir as correlacões entre esse estado e as descobertas científicas citadas por Eduardo Augusto Lourenço em seu livro "O Ser Consciencial: na busca do auto-conhecimento"(2009).

Essa nova dimensão do ser humano é atingida por um caminhar solitário nesse deserto de desapegos, único e pessoal. Consiste em experiência individual difícil de abarcar por relatos pois ainda é indescritível em palavras. Atualmente, muitas pessoas ousam relatar experiências semelhantes e, ante a proximidade dos conhecimentos advindos através da Física Quântica, algumas hipóteses já podem ser traçadas.

Algumas idéias já coloquei em blogs anteriores. Defendo que a Psicologia é grandeza física do campo do biomagnetismo, e que as interações da energia psíquica fazem parte do mundo das partículas subatômicas, demandando de leitura da Nova Física para adquirir status de ciência, como ambicionava Freud ( aliás deixou esse anseio em seus registros escritos).

Atuais experiências já constatam transmutações de energias captadas por ondas vibratórias (pensamentos) em mensagens fisicoquímicas, unindo eletricidade, magnetismo e neuroquímica. Dica para quem tenha interesse: buscar no Google e se inteirar das pesquisas de Vollrath e Semm; Philip Lansky e seus fármacos; neurocientistas do Instituto de Biofísica da Universidade Federal de São Paulo; estudos em Radiônica; Aguilera, físico-espiritualista... e por aí vai. É montarem seu próprio quebracabeça com a configuração de peças de seu interesse pessoal.

No meu caso, me interessei pelo estado de relaxamento que permitia um campo mental mais aberto e receptivo a ocorrência de um "processo de imantação", semelhante a uma mola (salto quântico?), onde a consciência humana não se desconecta da atividade corporal, mas se vê puxada por uma força, num "religar" que lhe permite atingir um campo com outras grandezas. Sensações de paz e amor/aconchego; luz e calor; ausência de palavras e um silêncio interior comunicativo/um pensar sem palavras; plenitude contemplativa e estado de êxtase/orgasmo espiritual (não físico) único e duradouro. A experiência não se apaga com o passar dos anos.

Confiram os avanços das pesquisas relacionadas ao nosso DNA: descobertas de Fritz-Albert Popp e de Burr; de Gregg Braden; de Vladimir Poponin... entre outras.

Cabem muitas reflexões ao se adotar postura aberta e receptiva a essas novas informações, resignação ante a queda de paradigmas obsoletos e aceitação dos novos conhecimentos advindos da era tecnológica e digital do Terceiro Milênio. Acredito que as profecias de Nostradamus não estavam tão erradas em suas incisivas afirmações de "fim de mundo", linguagem simbólica para expressar transformações, da grandiosidade que estão sendo presenciadas, cuja compreensão não mais cabe dentro da visão de homem e de mundo que predominou até agora.

Ante todas as informações que chegam a uma velocidade assustadora, só se pode entoar o pedido de: "serenidade e paz interior para aceitar o que não pode ser mudado... e sabedoria e coragem para alterar o que tem que ser mudado".

Uma das maiores angústias a enfrentar ante esse mundo desconhecido é a sensação de estranheza que advém. Um dos maiores obstáculos a ser enfrentado é lutar para "se manter inserido no mundo novo como cidadão participativo" e não espectador passivo, patinando no velho que, na realidade, não existe mais, a não ser na memória de cada um.

(Postagem de 16 de novembro de 2010)
Aurora Gite

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