quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Circuitos abertos e fechados

Continuo sentindo muita falta da troca de idéias com profissionais afins ou pessoas com interesses em pesquisas semelhantes.

Ainda manifesto minha vontade de convencer um físico especial para esse intercâmbio, na certeza de que:

*sua inteligência multifocada acompanharia a minha, inclusive por sua capacidade de articulação de argumentos científicos com novas hipóteses a serem confirmadas ou refutadas;

*graças a sua percepção aberta a inovações sem críticas preconceituosas, e a uma forte angústia inata, poderia, canalizando essa energia, convertê-la como impulso a um empreendedorismo nas analogias entre o campo psíquico e o físico, entre as energias mentocriativas e as forças eletromagnéticas;

*sua ousadia em expor sua capacidade de escrever frases de trás para frente em seu blog possibilitaria que aceitasse o desafio de caminhar comigo, na trilha das idéias, desbravando, com a espada dos argumentos, compreensões ainda difíceis de serem aceitas pelo entendimento comum;

*sua sensibilidade conseguindo dedilhar pedindo a benção da "Nona", olhando "estrelas" ou as expondo através de seus poemas - ou, ainda, conversando com as mesmas em razão de suas inquietudes universais - conseguiria agregar forças às minhas, nas buscas de verdades contidas no mundo microfísico não tão distante, a meu ver, da esfera "fisicapsiquicassomática";

*seu reconhecimento de sua singularidade, que o leva, no mais das vezes, a fazer-se acompanhar pela solidão ermitã, mudez das palavras pensadas e parto silencioso das idéias intuídas;

*sua depressão advinda da dificuldade de conseguir a expressão e aceitação de sua autenticidade (associo de imediato, por isso coloco a lembrança da fábula do patinho feio que se percebeu cisne ante sua família verdadeira).

Só queria que soubesse que preciso de seus conhecimentos e de sua facilidade por transitar em seus circuitos internos abertos voltados às interações sociais e culturais, e fechados atrelados às intuições criativas.

E aproveito para responder a alguns que não sou contra pessoas. Dedico minha vida a elas. Sou contra a hipocrisia dos grupos sociais. Podem até dizer que sou antissocial. Eu me preservo. Do quê? Da dor da solidão em grupo, da tentação de reagir semelhante por pertencer a ele, do desgaste inútil da energia de minha alma.

Análises do comportamento humano permanecem, salvo raras exceções, com seus focos muito reducionistas, e debaixo de perspectivas viciadas sob as quais observam o "homem" perdem a compreensão do sublime prazer irradiado pelo prisma das virtudes. Virtudes, se olharem para o fenômeno onde estão inseridas, se constituem em forças internas que mobilizam o ser humano a lutar pelos princípios universais da liberdade, igualdade, fraternidade. Continuo afirmando que tudo pode ser visto de maneira diferente sob outra perspectiva. O que não pode ser perdido de vista é a idéia de "plenitude".

Enquanto tal não ocorre, indico aos que tem seguido minhas pesquisas no campo da intuição e sintonias do eletromagnetismo psíquico, o livro intitulado "Mecanismos da Mediunidade". Entendam mediunidade por capacidade de sintonia. Empatia é uma relação mediúnica.

Bem, o livro acima foi escrito em 1959, por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, compreensível agora ante as conquistas da Microfísica. Não é tão fácil de ser lido, por conter muitos dados científicos sobre eletricidade e magnetismo. Aborda imanização e ação magnetizante, circuitos elétricos e efeitos magnéticos do pensamento "força sutil e inexaurível", campo magnético e emoções... É importante que seja lido sem idéias preconcebidas. De qualquer forma nos surpreende com colocações sobre descobertas posteriores do mundo subatômico, e interessantes analogias entre as correntes mentais, elétricas e magnéticas. Traz material para muitas reflexões sobre o "cosmo fisicopsiquicossomático", a "corrente mentocriativa ou mental". o "campo de personalidade/magnetismo de resíduo".

Tocando em circuitos abertos e fechados, vou retornar a Nietzsche e indicar o texto de Suze Piza e Daniel Pansarelli, que pode ser encontrado em:
Filosofia/Em Debate Sentido ético do eterno retorno em Nietzsche
filosofia.uol.com.br/filosofia/ideo...via @ editoraescala

Destaco algumas frases, sobre as idéias de Nietzsche, enfatizadas pelos autores:

"A humanidade habituou-se a mentir em rebanho, a aceitar como verdadeiras construções falsas... por serem aceitas pelo conjunto da sociedade. A origem dessa aceitação parece estar, segundo Nietzsche, na própria distorção da humanidade do humano".

"Este ser mais racional que instintivo não representa o pleno desenvolvimento da potencialidade humana, mas a atualidade do homem (desumano)."

"A reflexão acerca da condição humana, segundo Nietzsche, leva à pergunta: Que homem é esse que vemos ao olhar no espelho?"

"Racionalizado historicamente além do que lhe é natural, de acordo com ele, estamos diante desse homem distorcido, amputado em sua plenitude."

O texto aponta o descompromisso de Nietzsche com a deformação racional coerente, em prol da honestidade humana e validação ética da vida, pelo qual esse pensador pagou um caro preço ao expor e bancar suas idéias na época e sociedade em que viveu.

O eterno retorno, validação da ética da vida, consiste - concordo plenamente com isso - no "eu viveria tantas vezes quanto fosse possível a mesma vida, pois ela foi de fato vivida por mim".

Após ler esse texto, relembrei-me das idéias intuídas e pensadas por Nietzsche, surgidas de parto silencioso dentro do turbilhão de sua mente, no isolamento sofrido em sua solidão ermitã e no reconhecimento de sua singularidade que tanto incomodava dentro de uma época, que se voltava a uma religiosidade monetária e adaptação maciça socializante. Como e quanto essa sociedade em seu circuito fechado perdeu, e o ser humano interceptou seu circuito aberto a um "ser individual mais livre" e a um "ser coletivo mais feliz"!

Mas não parei aí! Fui em busca de meus arquivos de CD, para rever "Feitiço do Tempo". Acho que vão se lembrar como Dia da Marmota. Comédia de grande significado a começar pelo nome da cidade, da marmota e do protagonista... todos em busca de resgatar a sombra. E assim vão ocorrendo intermináveis despertares. É um despertar de novo, de novo, de novo, de novo... até que... Quem se interessar que assista!


Aurora Gite
postado em 01 de setembro
às 13:25h

Nenhum comentário: