segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Fábulas? Ora fábulas...

Muitos se perguntariam o que são fábulas? Para que servem essas pequenas estórias?
Procurando nos dicionários vão encontrar: "curtas narrativas que nos brindam com lições morais".
Pesquisem agora "La Fontaine", esquecido pelo tempo ou afastado na memória de muitos, conheçam suas fábulas, que dão vozes aos animais e nos trazem tantos ensinamentos, muitos de grande ajuda em dinâmicas de grupo.

Eis uma de suas fábulas, qualquer semelhança com chefias manipuladoras e autoritárias, ávidas de poder e prestígio, é mera coincidência. As metáforas, que contém, possibilitam tratar pacíficamente temas delicados para muitas organizações particulares ou institucionais. Essas expressões figurativas, que permitem substituição por analogias, podem ser recurso de grande valor. Para exemplificar, lembram da frase "forte como um leão"? Na fábula abaixo, volto a enfatizar, será mera coincidência quaisquer comparações com a postura ditatorial de muitos diretores de grupo, que me permito não chamar de líderes de equipes? Analogias... ora analogias!


"A novilha, a cabra, a ovelha e o leão"

Três animais muito pacatos - a novilha, a cabra e a ovelha - fizeram certa sociedade com um feroz leão, o rei daquela floresta.
Pelo acordo feito entre os quatro animais, quaisquer lucros ou prejuízos de um deles deveriam ser partilhados pela sociedade.
Logo depois de celebrado o trato, a armadilha da cabra conseguiu apanhar um veado, e o animal imediatamente mandou chamar seus sócios.
Todos apresentaram-se, e o leão, deixando aparecer suas afiadas garras, disse: - "Somos quatro a partilhar a presa".
Era uma afirmação desnecessária, mas o rei fez questão de fazê-la para demonstrar que ele presidiria a partilha.
Esquartejando rapidamente o veado, com sua longa prática, o leão tomou a primeira parte para si e disse:
- "Não há dúvida de que o primeiro bocado é meu, porque me chamo leão e sou o rei da floresta. E creio também que nada poderão dizer contra a decisão de pertencer também a mim o segundo pedaço, pois é pelo direito do mais forte. Exijo também o terceiro, porque todos sabem ser eu o mais valente. E aquele que tocar na quarta porção será dilacerado por meus dentes."

Quem não se confrontou, no organograma hierárquico, com o balançar de um crachá marcando território? Quem não se deparou, impotente, com projetos de equipe sendo esquartejados e partes sendo divididas em benefício de chefias, que tomam posse do projeto e da equipe, e assumem a autoria pelo poder que o cargo e o mau caráter lhe outorgam? E quem não ousou se rebelar e se viu dilacerado profissional e pessoalmente? Estão de prontidão, para dar o bote, o assédio moral, a calúnia e o baú com estoque de represálias, que dilaceram inescrupulosamente a posição, e até a moral, dos indivíduos perante a equipe e a empresa.

Leis... ora leis! Evidências são evidências, plantadas ou forjadas: ora...ora... é melhor deixar como está e agir com inteligente logística estratégica "não ir contra, mas obedecer as ordens, de quem está no poder"! Nem pensar em questionar quem é o dono da organização e fazer valer seus direitos, mesmo porque danos morais são difíceis de se provar. E a justiça de nossos tribunais precisa de fatos, de provas legais, que constem das leis transcritas, elaboradas por homens da nossa sociedade. Não votou nos vereadores, deputados e senadores? Eles são os políticos que cuidam da "coisa pública", ou deveriam cuidar.
Transparências nas ações políticas... ora... ora... tá lá no papel e nos discursos por votos!
Transparências em gestões participativas... ora transparências!

E tem mais, para abrir qualquer ação jurídica é preciso dinheiro... advogado sai caro, sabia? E se a negociação não der lucro, vem o famoso: "Aconselho a deixar tudo como está!" e o sábio vaticínio (profecia) "Vai ter mais aborrecimentos, pode acreditar!"
Justiça... ora Justiça!
Verdade... ora Verdade em sociedades, humanísticas e democratas, de mentirinha!

E a pergunta que não quer calar: " O que fazer?"
A resposta vem da esperança que brota do peito, querendo explodir: "Tem que haver um jeito, tem que ter algo a se fazer, para não ser enterrado vivo e sucumbir renascendo como mera peça dessa engrenagem social deteriorada".


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