domingo, 20 de julho de 2014

Compartilho: "Convivendo com a AIDS"

Acompanho há muito tempo com grande interesse as pesquisas e novas descobertas sobre a AIDS. Procuro sempre divulgar novas notícias de especialistas a respeito dos avanços relativos a essa doença, como a dessa semana; "AIDS cresce no Brasil... particularmente entre jovens e gays". Apreensiva, continuo a me perguntar: "Por que os jovens ainda não se previnem adequadamente, virando as costas a quaisquer programas informativos sobre os cuidados preventivos e a morbidez de suas consequências?"

Nesse sentido, não há como deixar de compartilhar o que acredito ser a forma de terapia do mundo virtual. Luiz Gasparetto, com mais de 40 anos de estudos sobre a condição humana, é um psicoterapeuta que adotou uma visão holística do ser humano (ser biopsicossocial e também "espiritual"), e que expõe sua técnica intervencionista em vídeos. Demonstra, dessa maneira, sua forma de atuar no momento existencial de quem o procura, propiciando o encontro interno dessa pessoa com sua "alma", essência autêntica, encontro com quem é na verdade. É curioso que, nos momentos em que essa integração ocorre, o alívio sintomático dos quadros de angústia logo é percebido pela sensação de leveza e liberdade, relatada por todos que passam por essa vivência.

É fascinante seguir Gasparetto em seus atendimentos de casos (gravados em vídeos) e acompanhá-lo em sua técnica, observar como possibilita o "colóquio da pessoa com sua própria alma, seu eu profundo". Segundo ele, isso é "se achar"; isso é "se encaixar em si". Ao dizer "Não estou com vontade!" a pessoa já se liga em si. "Você pode ser, ou pode não ser, tem o poder de escolher. O importante é aprender a se segurar em si".

A cada intervenção ele busca clarear conceitos intelectualizados e associá-los à sensação corporal. "Amadurecer é estar seguro de si, estar livre para se sentir, e se bancar".
Ele acompanha a pessoa no "sentir suas sensações e escutar seus anseios mais íntimos:
"O que sua alma necessita?";
"O que esse  seu eu profundo precisa para ser feliz?";
 "O que você pode fazer para ajudar a fortalecer esse seu lado, que te boicota, reconhecendo quão vulnerável e atingível você está?".
Parte da premissa que "Ao entender o que fazemos podemos desfazer"; "Quando há entendimento há sempre mais poder, poder de..."

Esses vídeos podem ser encontrados no Canal YouTube, sob o título de "Convivendo com a AIDS". São em número de 6 vídeos, numa média de 6 a 10 minutos cada um.
Passo o link do primeiro:  www.youtu.be/IL51sfyr364via@YouTube
Pelo Google, pesquisar em  Luiz Gasparetto/Encontro-Marcado/Convivendo- ...
E se quiserem conhecer um pouco do trajeto de Gasparetto:  www.gasparetto.com.br/site/metafisica

A perspectiva de Luiz Gasparetto, psicólogo, visa o alcance emocional de posturas internas onde o ser "seguro de si" é livre para sentir e decidir. Ser seguro de si é aquele ser humano que conseguiu se ligar em si, se encaixar em seu centro de referência interno, confiar em seu senso interior e com forças para se bancar.

Da mesma forma que para Gasparetto, "o efeito terapêutico desta abordagem até hoje me surpreende". Terapeutas, que se dizem ecléticos em suas intervenções, ainda têm muito a apreender sobre as novas formas de abordagens psicoterápicas embasadas na leitura do ser humano sob o prisma energético. Após ouvir o relato, Gasparetto não busca "problemas", os porquês cognitivos ou os afetos represados. Seu foco recai no aqui e agora da pessoa que o procura (não utiliza o termo cliente nem paciente). Seu intervir é voltado a desbloquear o que trava o caminhar dessa pessoa e a impede de encontrar alternativas e possíveis soluções para aliviar seu sofrimento.

Descobrir o que é "certo" é algo pessoal, segundo ele. O maior obstáculo é reconhecer o "programa de ideias" que nos implantam e que nos impede de "sentir por si". Ao seguir a programação mental dos zumbis, voltada ao pensar padronizado pelas leis da lógica, é fácil constatar maior perda da vontade, do tesão e da motivação. A "cultura" não quer priorizar os contatos entre humanos. Controla melhor o social se cultivar o apego a modelos criados e ideais inventados. Ainda é surpreendente nesse milênio, com tantas descobertas e inovações, via internet e globalização onde o saber é alcançado simultaneamente em várias partes do globo, o valor dado e o poder atribuído a conceitos abstratos para gerenciar vidas humanas.

Parece que, cada vez mais, as sociedades estão se adaptando à realidade do milênio, ao perfil dos jovens da "geração y", ao "real time e conectividade dos internautas, sem rostos em seu anonimato e identidade distorcida, ou com seus rostos desfigurados pela intermediação tremida da telinha". Cada vez mais ocorre uma acomodação à nova linguagem e sua recém nomenclatura e neologismos decorrentes da nova era digital. Cada vez mais o convívio entre as pessoas, "crias da Internet" -expressão usada por Edward Snowden em entrevista concedida à jornalista Sonia Bridi  (globotv.globo.com/globo-news-milenio)- diluem os laços humanos e amenizam a forma como as pessoas são "tocadas" nas interações virtuais, sem contato de toques afetivos diretos pelo olhar ou gestos amorosos.

Para Gasparetto, segurança é o estado interno de "ser seguro de si para sentir e decidir", liberdade é sensação da alma, felicidade mora dentro de nós, não nos vem de coisas externas, mas nos ajuda a apreciá-las com contentamento. Já Bauman, nos reporta a "circunstâncias externas", que nos levam ao difícil equacionar menor liberdade e maior segurança, ou lidar com o eterno dilema maior liberdade e menor segurança.

Realço as análises do sociólogo Zigmunt Bauman sobre o que denomina uma "modernidade líquida", onde estamos cercados por contínua insegurança e permeabilidade, estranha liquidez decorrente de constante incerteza e instabilidade que veio para ficar ante a velocidade das mudanças nesse início de milênio, que se processam em tempo recorde também no mundo social, inclusive nas redes de relações que permeiam os laços humanos.

Bauman segue de perto, apreensivo e intrigado, as novas configurações sociais que se formam ante as vultuosas e rápidas transformações tecnológicas e alterações obrigatórias no "design" das condições humanas. Enfatiza uma das grandes dificuldades para não se ampliar o abismo entre as gerações do milênio, qual seja a necessidade de grande esforço e tolerância na aprendizagem de novos meios da comunicação no mundo das redes sociais.

Bauman pontua que observou a disparidade de significados no emprego de conceitos com sentidos arraigados, como é o caso da palavra "amigos". Tal fato vai obrigar a geração da pós-modernidade a uma maior atenção, constante parear e atualizar os sentidos, que parecem à primeira vista fugazes, dos conceitos, dentro dos contextos em que são empregados. Ter 500 amigos para um internauta contemporâneo é algo banal, mas muito estranho para aqueles que conviveram com contatos diretos, com o poder da troca de olhares, o fascínio dos toques, a sedução dos gestos cativantes... Contrastando, hoje basta clicar em uma tecla e conectar com um internauta recém conhecido na rede social mas que é logo incluído na categoria de amigo a quem se jura com convicção que o vínculo será duradouro. Porém, ante qualquer contrariedade esse amigo pode ser banido sem maiores comprometimentos afetivos com o mesmo clicar em teclas para seu deletar imediato do rol de amizades, sem a chatice de justificativas, desculpas e prováveis incômodos melindres. Não há nem tempo para "ser tocado pela perda" do então "amigo", pois o passar para 499 é por pouco tempo; no momento seguinte o teto dos 500 amigos novamente é preenchido com facilidade. A partir daí, a atenção de Bauman (segundo ele mesmo relata) foi despertada para o novo fenômeno da liquidez relativa no uso circunstancial dos significados de conceitos empregados cotidianamente.

Sobre as ideias de Zigmunt Bauman indico curtos vídeos disponíveis no Canal YouTube:
* Sobre redes sociais, laços humanos, liberdade e segurança
www.youtu.be/LcHTeDNIarU via @YouTube
* Sobre "Nós Hipotecamos o Futuro"
www.youtu.be/OcPD1pLdkoQ via @YouTube
* Sobre o mundo pós-moderno e a sociedade fragmentada (Fronteiras do Pensamento - Café Filosófico - CPFL)  www.youtu.be/POZcBNo-D4A via @YouTube

Sem sombra de dúvida, o mundo virtual e a comunicação digital é um recurso amplo e eficaz, que possibilita melhor conviver com doenças em certos momentos limitantes, que se tornam um desafio para os portadores do soro positivo (HIV), ou para os obrigados a conviver com a AIDS e com os coquetéis de medicamentos, e seus efeitos colaterais. É preciso "aprender a se cuidar" para manterem o "status quo" de seu metabolismo. No entanto, é primordial, como diz Gasparetto, "colocar ordem dentro da cabeça, participar ativamente de atualizações das próprias ideias, com o banimento de crenças negativas e convicções disfuncionais, e com reestruturações positivas voltadas a ter uma vida boa". Para ele, "com cabeça ruim não vai ter vida boa, e cabeça boa é sinônimo de trabalho interno."

Então a prescrição é arregaçar as mangas!
Vamos ao trabalho, para saber melhor conviver conosco e com os desafios que a vida nos mandar, com coragem, sabedoria, serenidade e paciência?
Que tal começarmos por entender, o que precisamos aprender com as dificuldades que a vida nos brinda?
O que acham de nos orgulharmos por nosso contínuo enfrentamento dos obstáculos, de cabeça erguida - com honra e dignidade - e constante garra na superação?

Aurora Gite

P.S.: Qualquer dúvida quanto aos links entrem direto por www.twitter.com/thompsonlm

 

Nenhum comentário: