segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

E quinze anos, ou pouco mais, já se passaram!

"E quinze anos, ou pouco mais, já se passaram!" No entanto, minha impressão é que parece que foi ontem que tudo aconteceu. Ainda recordo quando me convidaram para escrever o capítulo em um livro abordando os desafios no diagnóstico clínico para os profissionais do século XXI e o impacto das transformações na equipe multidisciplinar de dor, por volta de quinze anos atrás, ou pouco mais... Acho importante o confronto com o que se foi e o que se é, como bom critério avaliativo para se abarcar a extensão de nossas mudanças internas, nosso engajamento em sua manutenção, nosso empenho em continuar caminhando em prol de nosso crescimento, nossa lealdade e fidelidade ao compromisso de continuar pela vida com nossa evolução pessoal e profissional.

A decisão não foi fácil na época. O preço foi alto pela opção escolhida, mas valeu a pena investir. Sempre vale a pena quando se investe e se sente orgulho de si mesmo ante posturas tomadas, mesmo que decisões impliquem exclusão do grupo de pares. Esse orgulho, bem como a autoconfiança e a autovalorização dele decorrentes, é um tripé que se carrega vida a fora e que nos dá muita força para atravessar obstáculos sofridos, que envolvem rejeição afetiva e desqualificações profissionais indevidas.

Quanta dúvida então entre bancar minhas ideias, assumindo posturas não tão assimiladas na época por minhas colegas de profissão,ou me acomodar a chavões padronizados, esperados pela maioria das equipes, lugares comuns mais fáceis para seus elementos se situarem. No entanto, já me parecia imprescindível divulgar meus pontos de vista, ante todos os estudos e pesquisas comprovando a experiência emocional corretiva (que eu também observava como capital para um bom prognóstico), vivenciada por pacientes ante a boa qualidade do atendimento e da interação estabelecida com profissionais em diversas áreas, particularmente aos setores ligados à saúde mental.

Eis a "Sinopse":

"Este trabalho tem por objetivo realçar os aspectos positivos das aceleradas transformações pelas quais passa a humanidade. Estamos perante uma nova visão de homem e de mundo. Urge a adoção de nova filosofia de vida, que resgate aspectos éticos e morais. Neste sentido, na área da saúde, o trabalho das equipes interdisciplinares se consolida e direciona suas metas de atendimento visando a qualidade de vida do paciente.
Uma visão humanista e holística do doente, compreendido e respeitado dentro de sua unicidade, e entendido dentro de abordagens sistêmicas e atitudes psicossomáticas, tende a propiciar elementos à uma melhor compreensão da vivência dolorosa."


Pulo para o final do capítulo, citando as "Referências Bibliográficas". Particularmente, gosto de me situar na trilha do autor de textos ou artigos. Essas referências me facultam isso, como melhor entender as articulações e associações contidas no que leio ou estudo. Não deixa de ser um convite para que façam o mesmo! Só não observo aqui as normas oficiais do uso dos destaques com os nomes dos autores em maiúsculo; esteticamente não caíram bem nesse espaço. Por outro lado, o programa do computador não aceitou bem que observasse a distância de 3 letras, espaço formal para o início da segunda linha completando os dados de cada obra citada.

"Referências Bibliográficas"

Dattilio, F.M.& Arthur, F. Estratégias cognitivo-comportamentais para intervenção em crises.    Campinas: Eitorial Psy II, 1995.
Dethlefsen, T. & Dahlke, R. A doença como caminho. São Paulo: Cultrix, 1983.
 Fish, J.M. Placebo Terapia: influências sociais em psicoterapia. Campinas: Papirus, 1988.
Forghieri, Y.C. Psicologia Fenomenológica: fundamentos, métodos e pesquisas. São Paulo:  Pioneira, 1993.
Frankl, V.E. Psicoterapia e sentido da vida: fundamentos da logoterapia e análise existencial. 
 São Paulo: Quadrante, 1989.
Lemgruber, V.B. Psicoterapia Breve: a técnica focal. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
 Mello Filho, J. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
Sagawa, R.Y. et al: Teoria dos Campos na Psicanálise. São Paulo: Hepsyché, 1999.
Silva, M.A.D. Quem ama não adoece: o papel das emoções na prevenção e cura das doenças. São  Paulo: Best Seller, 1999.


"O profissional do século XXI e o impacto das transformações na equipe multidisciplinar de dor"

"Aborda-se muito o avanço científico e tecnológico, as novas formas de comunicação e diferentes interações, propiciadas pela linguagem computadorizada. A nova era, que se inicia com tantas e aceleradas transformações, ao mesmo tempo que fascina, também amedronta. O quadro social, abrangendo aspectos políticos, econômicos e culturais nos confrontam com catastróficas previsões, inclusive anunciadoras de um fim de mundo. Porém, de uma forma arrojada, poderíamos compreender essa mudança de século como fim de um ciclo realmente, com novas formas de viver e conviver.

A expansão da globalização, a transformação cultural dela decorrente, e o acelerado progresso tecnológico e informativo incentivaram também o surgimento de nova visão de homem. A necessidade de compreensão do ser humano em suas três dimensões: temporal, espacial e transcendental, implica em grandes mudanças, particularmente, no que diz respeito aos profissionais da área da saúde.

Tal fato exclui do mercado de trabalho, profissionais com posturas fechadas e individualistas, mais estáticas e voltadas para uma única direção humana, que adotem teorias como dogmas e se utilizem de técnicas menos abrangentes. O cabedal de informações disponíveis a esses profissionais cobra-lhes um ecletismo de ação, ou seja, a utilização de técnicas de vários grupos teóricos diferentes, tendo em vista o bem estar do doente.

Portanto, nesse período de transição de séculos e grandes mudanças, ideológicas e de comportamento, não se pode deixar de ..."


Espero ter despertado a curiosidade de vocês para o que vem a partir daí...
Coloco na próxima postagem, prometo!
Aurora Gite

Nenhum comentário: