domingo, 21 de julho de 2013

Ser livre e ser feliz?

Ao abordar esse tema, divulgo uma nova Fundação chamada "Aliança para uma Nova Humanidade" (www.anhglobal.org). Reforçou minha esperança que novos caminhos inovadores estão surgindo em meio a crise que está assolando o "humano" nesse momento.

O espaço "anhglobal" surgiu da percepção dos novos papéis sociais ante a interconectividade globalizada, e da necessidade de se buscar instrumentos inovadores para uma mudança comunitária visando uma sociedade mais sustentável e compassiva.

A ideia inspiradora que motivou sua criação se concentrou na construção de uma consciência da "interconexão da humanidade" e da importância de se utilizar a criatividade da "inteligência coletiva" para se alcançar uma massa crítica de consciência na raça humana, que a qualificaria para possibilitar a transformação desse mundo de violência e autodestruição e do ser humano, que nele sobrevive, sem rumo e perdido.

O médico endocrinologista, especialista em cura quântica, Dr.Deepak Chopra é um de seus fundadores, Para quem se interessar em acompanhar suas ideias aconselho os vídeos, disponíveis no Canal Youtube, a começar pelas conferências da série "Tu Energia Interior", da Colección Mente Sana (em castelhano ou em inglês).

Senti falta no post "O Sentido do Futuro" de melhor esclarecer o que entendo por liberdade e felicidade, que nada tem a ver com imposições midiáticas ou manipulações autoritárias para submeter pessoas e subjugá-las aos mais poderosos na escala de "status social".

Considero um grande perigo social o direcionamento a uma obrigatoriedade no ser feliz, ao preço do consumo fácil da mercadoria felicidade, produto descartável voltado a um bem-estar artificial, ilusão de pouca consistência e durabilidade. Assim como aponto a enorme ameaça nos instrumentos fictícios de autoajuda, pílulas milagrosas ou receitas comuns a todos sem as devidas diferenciações da singularidade de cada pessoa, onde estão implícitas as cobranças exigentes e as ordens imperativas do tipo "Você tem que ser feliz!";  "Você é livre e deve decidir o que é melhor para você, desde que...!"; "Precisa decidir, e com urgência, sobre como quer viver, pois o tempo está passando e ...!" .

Se tentar escapar desse destino imposto, cai no estigma de "ser diferente dos demais"; os demais consistem nos adaptados às formatações sociais padronizadas. O preço para se tornar indivíduo, em sua característica de sujeito único e singular, e bancar sua maneira de ser, é alto. É difícil enfrentar a exclusão no grupo social, que não perdoa questionamentos à validade da autoridade de suas regras obsoletas e tradições culturais caducas e inoperantes no alcance do bem estar dos indivíduos na sociedade. Abordam-se muitas mudanças, mas essas só ocorrem realmente ante transformações internas e compreensões sobre a disfuncionalidade das ações que mantém o "status quo" vigente que as impede de ocorrer a contento.

Penso que a escolha em "ser feliz" dependa de nossa disponibilidade interna, comprometimento disciplinar e metas focadas em pequenas decisões, que envolvem escolhas efetuadas a cada minuto, visando nosso bem estar. Não se pode deixar de registrar que toda escolha envolve perdas e ganhos, e grande luta interna entre o apego e a quebra de vínculos possessivos, para se soltar do conhecido e se arriscar, no escuro, ao esforço na conquista do novo.

Aqui entra a liberdade, como eu a entendo. "Ser livre" implica adotar uma postura consciente, racional e responsável como ser humano livre para decidir, acertar e errar, aprender com erros e replanejar ações e estratégias visando se aliar, nunca empacar ou resistir, aos desígnios de uma dimensão superior. Não implica em acomodação, mas em buscar uma aliança real com a vida, o não apresentar resistência ao que não está em nossas mãos mudar, mas se voltar ao que podemos mudar em outra área de nossa existência e que nos seja gratificante também. Nada encobre os medos, ou substitui desejos insatisfeitos, mas aprendemos a voltar nosso foco para outras coisas que nos tragam satisfação e que estejam ao nosso alcance obter sem sofrimento.

O foco do "ser livre e feliz" está na sua busca de um "bem viver", tendo em vista que há sempre alternativas para encontrar o prazer, sensação de autorrealização pelo poder decidir sobre a melhor maneira de obter a qualidade de suas ações. E isso, com nova aliança agora, com o tempo e a aquisição de uma "serenidade na espera" e na confiança de que venha o melhor ao aplicar esse poder ao sucedâneo, constante e implacável, das circunstâncias, que se atropelam ao redor de nós. Convém agregar ainda a lucidez propiciada pela sabedoria para distinguir as coisas que dizem respeito a nós, e só dependem de nossas escolhas, estando, portanto, atreladas a consequentes tomadas de decisões para que futuras mudanças aconteçam em nossas vidas.

Acredito que "o sentido do futuro" é facultado ao "ser livre e feliz" e que uma de nossas missões atuais seja estarmos atentos a nós mesmos e desenvolvermos a habilidade - para conseguirmos nossa inserção no social e no mundo, de forma que nos traga mais harmonia e contentamento - para a obtenção de uma leitura compreensiva e interpretação mais acertada das leis da Natureza, que espelham os princípios da linguagem do Universo. São eles que nos sinalizam as pistas indicando o momento certo dessa inclusão, e não só nossa vontade pessoal. E o Universo nos responde de imediato, propiciando que "outros caminhos surjam", que "portas se abram" para que desejos e oportunidades ocorram desde que preservemos nosso autorrespeito e autovalorização na troca dessas energias.

Tudo tem sua sincronicidade dentro da interconexão global da humanidade em suas várias dimensões e escalas evolutivas. Já repararam como as atividades de todas as células do corpo humano nos apontam nossos excessos estressantes, desgastes destruidores do equilíbrio e harmonia interiores, quando nos desviamos da rota do bem viver, segundo a indicação de nossos eixos autorreferenciais?
Notaram como vivenciamos a vida, que nos coube viver, no aqui e agora de nosso tempo presente ... que é um presente, cujo valor nós é que lhe atribuímos... e só nós?

Aurora Gite




 

Nenhum comentário: