domingo, 20 de abril de 2014

Também estou em choque!

Até onde vai a inversão de valores em nossa sociedade?

Duas notícias chocantes, que merecem ser compartilhadas e, posteriormente, divulgadas, para que outras pessoas tomem ciência. Não dá mais para vestirmos "roupagens camaleônicas" e fazermos de conta que nada aconteceu, não vivermos sob a violência perversa desse "mundo cão", não presenciarmos ou "recusarmos a nos permitir presenciar", e "não nos afetarmos" com o que não nos diz respeito diretamente!

Espetacular a entrevista realizada pela jornalista Miriam Leitão ao consultor Mário Veiga, demonstrando como não é preciso se utilizar de sensacionalismo para atrair a atenção das pessoas, ainda mais quando o assunto é de tal seriedade, que afeta a todos nós de uma forma ou de outra, ou sofreremos privações práticas, quebrando nossa rotina cotidiana com transtorno em várias áreas de nossa vida diária, ou teremos que arcar financeiramente por falhas e erros de terceiros, a quem não representamos mais que um número para estatísticas, dentro da frieza insensível do anonimato social.

"Estou em choque!" diz Miriam Leitão no final da entrevista, mesmo ante sua grande experiência profissional. E eu, também fiquei, ao assistir seu programa Globo-News Economia (vídeo disponível em site que coloco a seguir) por isso compartilho. Peço aos que acharem pertinente que divulguem, para que o maior número possível de pessoas tomem ciência. São informações tão distantes de nossos cotidianos, que sobre elas não recai nossa atenção, ou nosso interesse para saber dos detalhes sobre como tudo é gerado e quem toma decisões ou é responsável por falhas de tal gravidade. Sobre seu conteúdo podemos refletir e, talvez, ter outra compreensão sobre o que nos cerca, e exercer, com mais responsabilidade, nossa cidadania.

http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news.economia/v/crise-da-energia-eletrica-brasil-corre-risco-de-novos-apagões-e-de-racionamento/3289442

Nossa! A confusão não começou por fatores climáticos em 2014. Vejam onde ocorreram, e ainda ocorrem, falhas. Responsabilidade de terceiros que não tomaram decisões cabíveis, embora devidamente alertados. Negligência que vai nos custar caro, literalmente falando. Nós pagamos por esses erros: isso vocês sabiam? Por isso divulguem, exercendo seu direito de cidadãos e pelo dever de zelar também pela gestão do bem-estar e harmonia social. Após refletirem sobre os dados da entrevista, imaginem o caos, que teremos que enfrentar. Se existe violência social acirrada, imaginem a convivência interpessoal estando os ânimos mais exaltados por dificuldades práticas intransponíveis decorrentes de tomadas de decisões antiéticas e imbuídas de tão pouco caso, sem ter como prioridade a qualidade de vida de nossa sociedade, já tão injustiçada pelas normas legais e fiscais, e assolada por impunidades, com as quais se percebe impotente, cerceada e oprimida atualmente.

Aqui pego o gancho para o segundo evento chocante que tanto me tocou.

Não posso negar que estou estarrecida, ante tanta displicência na forma como estão sendo tomadas decisões judiciais, e com a irresponsabilidade dos membros oficiais de instituições voltadas ao bem-estar da infância e juventude. Cito o caso, que mobiliza variadas emoções na sociedade nesse momento, da morte do garoto B.B.,de 11 anos, em situação tão trágica.

A revolta é tão grande que temos que compartilhar e pedir que divulguem, para que o caso não caia no esquecimento, como tantos outros semelhantes, sem a devida averiguação e punição dos culpados por tal atrocidade, sem que sejam punidos os co-responsáveis da máquina institucional que cercaram o garoto, ouviram, comprovaram suas queixas e menosprezaram o perigo de morte que o cercava. E ele se esforçava para ser escutado, pediu socorro a vários órgãos públicos; sua avó materna também deu queixa, através de advogado, pedindo providências legais para obter a tutela do neto - visto ser órfão de mãe: suicídio (?) em 2012 na frente do pai e amante; famílias se colocaram no papel de adotivas dando cobertura afetiva e prática ao menino. Todos foram tratados com total descaso e aprisionados na burocracia "legal" e "cegueira" da justiça falaciosa. Todos passam a ser cúmplices no desfecho fatal, vocês não acham?

E as notícias pela mídia persistem:
"Menino B. teve morte violenta indica certidão de óbito... Foi dopado antes de ser assassinado por injeção letal... Surgem suspeitas de que tenha sido enterrado vivo... Encontrado enterrado em uma cova num matagal... Seu corpo estava nu, envolto em saco plástico."
"Madrasta já teria tentado asfixiar B., segundo ex-babá...Assistente social, amiga da madrasta, suspeita de envolvimento na morte do garoto B.B. de 11 anos disse à polícia gaúcha que recebeu R$ 6.000,00 dela..."
"Avó avisou - final de 2013 - rede de proteção à infância, que B. corria perigo...Advogado da avó tentou que a tutela fosse transferida para ela ..."

Mais e mais informações sobre os desencontros e as negligências judiciais por parte dos defensores públicos. Como buscar reconciliações, que o tempo provara não ter condições de serem conseguidas pacificamente, naquele momento familiar de desavenças e ameaças já físicas ao menino?

As perguntas que não querem calar, dentro de mim, são:

* Por que medidas efetivas, com base nas evidências das testemunhas e vontade expressa da vítima e da avó materna - friso queixas respeitando as "vias legais"- não foram tomadas e nada foi feito para afastarem o menino da madrasta e retirarem a tutela paterna?

*Existem penalidades ao Juiz da Infância e Juventude F.V.S. (divulgado por jornais e revistas) e aos responsáveis pela "rede de proteção à família", que legalmente ficaram de vigiar à família de B., e não o fizeram?

*Temos que conviver com expressões do juiz, divulgadas pela imprensa, com seu "Infelizmente aconteceu o pior... não tinha informações sobre a avó ter condições de cuidar do garoto ... iria enviar para um abrigo (?)" ? Um juiz não tinha o poder de outras decisões alternativas mediante informações, que lhe foram passadas , repito, por membros da equipe que cercaram o caso: promotora e assistente social oficial?

*Como isentar um juiz de tal descaso, aceitar suas lamentações, após tragédias como essas, com sinais previsíveis, se consumarem?

*Não deve estar sendo fácil para o juiz que - passando por cima da queixa de maus tratos familiares, efetuada pelo próprio garoto, avó, vizinhos e amigos...comprovada por testemunhos colhidos por elementos da promotoria e dados coletados pela assistente social -  ainda tenta a reconciliação pai-filho, e força a permanência  do menino "sob o mesmo teto da madrasta" (que já havia tentado asfixiá-lo). Como evitar reconhecer que facultou seu fim trágico?

*Afinal, a Justiça serviu a quem?

Aurora Gite

P.S.: Também podem acessar o vídeo da entrevista de Miriam Leitão em twitter.com/ThompsonLM
- tweet publicado em 20 de abril de 2014.

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