quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Como não compartilhar?

Quando envolve perspectivas psicoterápicas, diferentes e inovadoras, é difícil que não procure acompanhar os terapeutas que a descobriram, e buscar a aplicação prática da teoria e da técnica dentro de um processo de autoanálise.

Estando aberta a toda abordagem psicoterápica, já no primeiro ano de faculdade me permiti ir respeitosamente a uma A.A.A., com sede perto de minha casa. Fiquei impressionada com a acolhida humana do grupo, breves cumprimentos cordiais, sem nenhuma indagação inapropriada ou curiosidade invasiva sobre minha pessoa, ou o motivo de ali me encontrar. O eco das palavras significativas da Oração de São Francisco reportam à busca uma quietude interna serena, a uma paz que contém a compulsão ansiosa, a uma coragem de conseguir vencer sendo vitorioso um dia de cada vez. Mais uma vez comprovava o que Lemgruber chamou de "experiência emocional corretiva", advinda da disponibilidade empática e da afabilidade para contatos entre seres humanos sem nenhuma pressão, cobrança ou exigência de ter que atingir modelos ideais de conduta.

Acaso? Não, prefiro coincidência!
 Comecei meu primeiro ano de faculdade, priorizando uma análise pessoal dentro da abordagem psicanalítica, sonho de todo estudante, visto a fantasia de "status" proporcionada a quem se dedicasse a se acomodar no famoso "divã" por várias sessões na semana. Isso ocorreu por vários anos, não sem frustrações.

Displicência, desconsideração de uma terapeuta? Em sessão, 14:00 horas de uma sexta-feira, deitada no divã, ideias soltas sendo colocadas à psicanalista há mais de ano, meus pensamentos jorrando e se encadeando em plena associação livre, ouço um barulho atrás de minha cabeça, vindo da poltrona onde ela sempre se sentava. Viro a cabeça e a vejo listando cheques e preenchendo o formulário de depósito bancário. Ambas fomos pegas de surpresa, e na hora, lembro bem o que menos queria ouvir eram tentativas de justificação de tal fato: proximidade do final de expediente bancário no último dia da semana. Pela minha cabeça só me vinha um lacônico: "E eu...?"

Postura antiética, busca de vantagem indevida? Anos depois, outra psicanalista... outra ocorrência desagradável. Meu parceiro sentimental na época era um psiquiatra. Ela o conheceu por meu intermédio. Casualmente vim a saber que ela ligara para ele para sua intervenção no atendimento de um de seus pacientes. Nenhum dos dois me colocara o fato, que deveria ter sido um acontecimento interdisclinar natural. Lá fiquei eu, novamente me sentindo a excluída na relação dual que se estabelecera, tendo que conviver com todas as ansiedades fóbicas e paranóicas da infância, vivendo transferencialmente o fenômeno da rejeição e medo da perda, impotente sofrendo pelo medo da perda do amor e do próprio objeto gratificador, fantasias que naquele momento se concretizavam.

É incrível, como em nossas vidas ocorrem uma sequência de fatos, que vão nos indicando o caminho a seguir, cuja leitura compreensiva só acontece no tempo certo e, na maioria das vezes, muito depois que ocorreram em nossas vidas.

Com certeza, posso afirmar que meu questionamento sobre a Psicanálise foi quando, durante anos buscando autoconhecimento, com meu mundo externo de relações afetivas ía sendo desmontado com velocidade atroz, indaguei no que considerei como final de análise: "E agora que remexi meu mundo interno, descobri o poder das pulsões e conheci parte das forças dinâmicas de meu inconsciente... o que faço com isso?" Um parêntese: não tinha mais condições financeiras para arcar com o oneroso, então, acompanhamento. Com espanto ouvi como resposta: "Agora é conviver com o prazer de se autoconhecer... com o processo contínuo de autoconhecimento que a Psicanálise proporciona." O peso de um conceito abstrato caiu sobre mim. Ops, não era meu lugar como terapeuta!

Bem longo foi o caminho até chegar à postura delineada na postagem anterior... e verificar a adequação para o milênio da proposta, que também computo como inovadora, de trabalho psicoterápico do Prof. Dr. Ryad Simon (interessante passar os olhos por seu currículo). Acompanhem como ele agrega tanto a compreensão adaptativa, respeitando os momentos de crises cotidianas dos pacientes, quanto a compreensão psicodinâmica sobre o funcionamento mental a nível inconsciente que são revividas no presente e influenciam na maneira de se relacionar desses pacientes.

Procuro que ele mesmo faça a apresentação de seu livro, onde aborda suas inovações no livro "Psicoterapia Breve Operacionalizada: Teoria e Técnica", Através da resenha de capítulos do mesmo, disponíveis para leitura pública, nos confronta com a amplitude da aplicação prática (descrição dos casos clínicos e devidas intervenções) e com a pertinência da adequação dessa abordagem psicoterapêutica para a demanda do milênio.

Sendo assim, compartilho o site, conseguido via Google e, se perceberem movimento interno semelhante ao que me proporcionou em meu processo de mudar de forma mais breve e eficiente, divulguem!

http://www.books.google.com.br/books?id=Zd0ivjImUp8C&pg=PA189&hl=pt-BR&source=gbs_toc_r&cad=3#v=onepage&q&f=false

Compartilho!
Se a entrada direta no site não ocorrer, entrem em meu twitter.
Clicando no tweet específico, chega direto à resenha acima citada.
Já testei!
www.twitter.com/thompsonlm

Aurora Gite

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