domingo, 31 de maio de 2009

Educação do Afeto no Terceiro Milênio

É amplamente reconhecido que a "educação" é o único fator de transformação, abrangente e consistente, dos indivíduos e de suas sociedades. Seu foco, porém acaba atendendo a interesses específicos e pessoais, se perdendo o prisma do afeto e da convivência coletiva voltada ao "bem".

Para se estabelecer "laços de afeto" na convivência diária intra e interpessoal é preciso se educar para o afeto. Que pedagogia é essa, que considera o "educar" como sendo o "encontrar respostas para o enigma de existir"? Que didática utiliza, que envolve o amadurecimento integral do "ser"?

Técnicas de sensibilização são conhecidas e muito usadas em dinâmicas, que envolvem integração grupal e comprometimento colaborativo dos participantes. Educações alimentares são amplamente divulgadas para melhor preservação do organismo físico e psíquico. Muitos programas e projetos, no entanto, se embasam em intenções especulativas e maniqueístas.

No livro "Laços de Afeto", a autora lança a proposta de uma "Pedagogia do Ser", envolvendo o desafio do "existir humano". Propicia um vislumbre mais esperançoso do combate à violência e à indiferença social, à corrupção e negação do outro, que se alastram cada vez mais; bem como às convivências patológicas consigo mesmo e com os demais seres humanos, desintegradoras do bem social e harmonia do coletivo.

Considerando o afeto como "a força da alma, a fonte de nutrição espiritual, necessário à instalação do clima amoroso na convivência voltada ao bem coletivo", para uma educação do afeto, sob essa perspectiva, são resgatados os passos de uma reforma interior e lançados, ainda, os alicerces de uma aprendizagem voltada ao "pensar com o sentir intuitivo", sempre enfatizando a busca de sintonia com o bem, a abertura para a fé interna, advinda do coração, e para o encontro com o "potencial divino", inato em cada ser humano.

Sendo assim me parece que o capítulo intitulado "Educação do Afeto" traz o núcleo central do fortalecimento de Centros Espíritas, implicados realmente com as aplicações práticas dos conteúdos da teoria doutrinária da ciência espírita; com o comprometimento mais autêntico das equipes espiritualizadas; com o crescimento espiritual que envolve a evolução e a construção do "Ser"; com a dignificação da honestidade moral, da sensibilidade e do afeto como caminho para o "Ser Feliz" - expansão da alma se contextualizando na realidade.

Será que não está na hora da sociedade atual abandonar preconceitos, ultrapassar abordagens retrógradas, e analisar os fenômenos da realidade sob o foco dos novos conhecimentos quânticos e tecnológicos e buscar aproximação com ciências mais espiritualistas?

Será que ainda não existe condição para o homem abandonar o orgulho e pretensão, se desnudar e se proteger sob a vestimenta da humildade, necessária para a aquisição da compreensão do que realmente ocorre em nosso universo espiritual?

As existências de universos paralelos já estão sendo comprovadas. E aí? Vão ficar parados no tempo e fixados em paradigmas já ultrapassados? Eu não!

Para quem quiser me acompanhar, indico dois livros a serem vistos sob a perspectiva das novas descobertas, embora estivessem a nossa disposição há tanto tempo.

"Evolução em Dois Mundos", de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ditado pelo espírito André Luiz. Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira. Rio - RJ, 1989. (Copyright 1958).

"Laços de Afeto", Ermance de La Jonchére Dufaux: (psicografia de) Wanderley Soares de Oliveira - Belo Horizonte: SED, 2002.

É se recordar, depois de lê-los, que sempre há tempo para "novos começos"... e o terceiro milênio aí está!

Aurora Gite

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