quinta-feira, 11 de junho de 2009

Revirando o baú de Andréa

Andrea em sua adolescência


Ao meu pai

Eu nem me lembro como éramos
você saiu de casa e eu era tão pequenininha,
tão frágil sem entender nada.

Sei que muitas vezes sou injusta contigo,
mas além de pai
eu queria um amigo.

Sei também que fui eu que não deixei isso acontecer
fiz eu e você sofrer,
mas eu te amo e quero o passado esquecer.

Porque perguntas de mim para os outros?
nós não nos falamos
apenas nos olhamos.
Fala comigo,
se não quer ser meu amor,
seja pelo menos meu amigo.




Por que estou tão só?
Por que tanta gente só?
Quantas pessoas por fora estão felizes
Mas por dentro estão tristes.
Quantas pessoas por fora são sinceras
E por dentro mentem até pra si próprias.
Quantas pessoas por fora são bonitas
E por dentro estão tão feias.
Quantas pessoas por fora são adultas
E por dentro são simples crianças.
Quantas pessoas por fora são especiais
E por dentro não passam de pessoas...
Essas pessoas não estão só,
Mas se elas mostrassem o que realmente são,
Estariam como eu

Apenas só...


Só de amor

Eu preciso crescer
aprender a dizer não
mesmo para as coisas que vem do coração,
como o amor e a paixão.

Mas até agora eu só sei dizer sim
para as coisas que são boas e ruins para mim,
algumas que só me fazem sofrer,
pois só de amor eu sei viver.


Esquecer e sofrer

Você vem no meu pensamento
e vai nas ondas do vento.
Só com teu sorriso já me contento
mas te esquecer eu tento.

Eu não quero mais sofrer
e, entre sofrer e esquecer,
o melhor é esquecer.

Pois eu sofro,
e só de pensar em sofrer,
mas não é de amor que quero morrer.

2 comentários:

Andrea Dias disse...

olá, Aurora,

Fiquei muito contente em ver pequenos desabafos meus no seu blog, gostaria de fazer só uma correção, o ultimo paragrafo contido em AO MEU PAI, não pertence a esse "poema".

Um Beijo,
Andréa

Lucia Thompson disse...

Não tinha título separando as estrofes. "Ao meu pai" caracteriza um poema envolvendo turbulencia emocional pela própria perda. Na segunda parte já ocorre uma elaboração da dor da perda e uma busca de contato, até sendo proposto um novo tipo de contrato relacional.
Muitas pessoas vão se identificar com seus poemas. Eles refletem a própria vida. Gostaria muito de ver, em breve, outros escritos seus.