quarta-feira, 18 de abril de 2012

Trabalho em equipe focado em "endomarketing"

Uma gestão organizacional não pode deixar de implicar neste "Terceiro Milênio", em bem administrar o capital financeiro, intelectual e emocional levando em consideração a promoção da dimensão espiritual das pessoas nos negócios. Esse é o foco que vai permitir uma participação colaborativa mais ativa e um envolvimento humanístico mais efetivo do capital humano que compõe a empresa.

Os programas de treinamento dentro de uma organização estão mais voltados para a transmissão de informações, desenvolvimento de habilidades e aquisição de "know-how", ainda dentro de um modelo que está mais para um adestramento do que para uma aprendizagem propriamente dita, voltada para obter maior "satisfação no trabalho". Essa envolve mudanças de atitudes.

Experiências reais ocasionam alterações internas afetando o desenvolvimento de valores e princípios, levando pessoas a alcançarem não só um conhecimento técnico, mas também "sabedoria interna", para usá-lo eficaz e eficientemente em prol de "um bem maior". Essa é a "dimensão espiritual da aprendizagem".

Sendo assim, espiritualidade nas empresas ou nos negócios consiste no "indivíduo ou organização conectar-se simultaneamente com sua força interior e com as forças ao seu redor, interagindo de forma consciente em proveito de todas as partes interessadas. É um processo de fortalecimento contínuo de si próprio, do contexto em que vive e para o qual vive."

Portanto, são espiritualidade e autoconhecimento que estimulam ações de transformação pessoal e transcendência ( superação). Essas ações são responsáveis pela qualidade do clima no ambiente organizacional, contaminando-o com valores essenciais para a existência humana: "servir a uma causa maior" e "existir como ser em processo de evolução interior".

Levando-se em consideração a adoção dessa atitude, algumas mudanças dentro da área empresarial vão abranger três pilares chaves para o mundo organizacional deste momento, que considero de transição para se atingir um capitalismo humanizado e não robotizado pela direção implacável de regras e normas visando resultados, fins obtidos empregando-se quaisquer meios, num "vale tudo"para se atingir essas metas.

As três áreas chaves que merecem constante atenção e atualizações inovadoras se concentram na aprendizagem organizacional, no planejamento estratégico e na gestão e fiscalização sistemática de negócios.

No que diz respeito ao planejamento estratégico, as empresas tendem a levar em conta somente a parte visível da organização (oportunidades de mercado e recursos, sistemas, produtos e serviços, tecnologias), desconsiderando a parte invisível (sentimentos, medos, crenças, valores e..."vontade"), que é a que realmente condiciona o comportamento das pessoas, interferindo em sua forma de reagir.

As reações humanas ocorrem de acordo com o "como as pessoas são afetadas" ante as situações mais variadas, são elas que mobilizam a volição (manifestação da vontade) do ser humano na adoção de várias novas ações.

O alinhamento das vontades das pessoas às oportunidades e recursos da empresa está intrinsecamente relacionado com:
  • a qualidade das relações humanas
  • a administração e resolução de conflitos
  • o desenvolvimento de valores e princípios
  • a criação de um espírito de equipe
  • o estímulo a um time fraterno
  • a importância de competir com lealdade ética
  • o fortalecimento e alinhamento das vontades coletivas e individuais.
Nesse sentido, destacamos a importância do trabalho em equipe focado em "endomarketing".
O que caracteriza o "endomarketing"(conjunto de estratégias internas empresariais) é seu objetivo de estabelecer um processo permanente de motivação do colaborador, tratando-o como cliente interno.

Dois tipos de ações caracterizam a instalação do espírito de equipe, visando a integração harmônica de seus membros e seu maior envolvimento na organização, tendo como resultado maior produtividade para a mesma:

1- Envolver, comprometer, valorizar e qualificar o colaborador, para que possa assumir responsabilidades e iniciativas dentro da empresa, com satisfação advinda de sentir sua participação como autorrealização também.

2- Estabelecer um sistema abrangente de integração de informações, capaz de ajudar a todos no cumprimento de suas tarefas com eficiência; com fluxo desobstruído, diminuem os ruídos na comunicação que desagregam a união e boa funcionalidade das equipes.

No processo de endomarketing, a leitura do ambiente deve recair nos valores compartilhados, suas ações devem focar um ambiente caracterizado pelo acesso a todos os conhecimentos, pela cooperação plena e efetiva, pela liberdade de iniciativa (espontaneidade inovadora), e por uma autonomia responsável e integrativa (reconhecimento individual na participação coletiva).

Convém esclarecer o significado do termo "cooperação plena". Acredito que Ruggiero (artigo in www.rh.com.br) bem o definiu. Cooperação plena consiste na atitude de "máxima cooperação e ausência de competição predatória, otimizando a qualidade dos relacionamentos e a força do grupo ou da equipe". Por si só essa afirmação já demanda profunda reflexão e vem a constituir-se em ótima temática para trabalhos grupais.

O trabalho em equipe e a importância do "endomarketing" não servem só para maior vinculação e comprometimento dos colaboradores na disseminação dos valores e objetivos da empresa, mas também para a instauração de um clima de apoio, confiança e ética, integrando pacientes e funcionários à filosofia e diretrizes da organização.

O grande problema que enfrenta é o mau uso do termo "espiritualidade nas empresas".

No meu caso, foi envolto em um clima de misticismo e religiosidade, pelo pouco conhecimento de assessorias para compreensões mais atualizadas e terminologias mais abrangentes ao setor organizacional.

Meu próprio diretor, na época, veio gentilmente elogiando a proposta, pedir permissão para entregá-la à "relações públicas", pois segundo sua assessora, seu conteúdo era mais pertinente a atuação dessa profissional. Assim, o trabalho desenvolveu-se com distribuição de cartazes com mensagens positivas voltadas à vantagens da união, equilíbrio e harmonia nas interações individuais e grupais.

Ah, e a referida assessora, estendeu a ela seus tentáculos, envolvendo mais uma aliada com as algemas da gratidão. Deve ter saído caro, pois a profissional responsável pelo setor de relações públicas, foi a primeira, quando cheguei ao setor, a me colocar que não concordava com a forma antiética de atuar dessa assessora. Conhecia sua forma de agir desde a gestão anterior.

E eu me recordei da primeira frase que me disse ao sermos apresentadas:"Não sei como agir com você. Só sei que não deve ser agradável nos sentirmos o tempo todo analisados," (?) . Façam uma leitura dessa frase como profissionais da área de saúde mental.

Dentro de mim ressoou assim: "Minha simples presença foi sentida como ameaça", portanto, tudo sugeria que estava com os dias contados. Busquei aproveitar bem o tempo que me restava no setor, procurando me aprimorar mais na área organizacional. Quando se lida com profissionais com traços perversos, não se tem muito o que fazer, seu modo de raciocinar e reagir ( se afetar emocionalmente) obedecem a outras leis incompreensíveis para a lógica da razão comum. Não existe agregação de conhecimentos em prol de um bem maior, muito menos somatória de saberes, diálogos são corrompidos, interações são manipuladas no limite de calúnias e difamações pessoais até segregação física. Qualquer sobrevivência psíquica num convívio desses depende de uma autoproteção contínua e manter sempre fortalecido e valorizado o eixo central psíquico, nosso centro de referências individuais.

Só podia contar com a liderança do diretor, que manifestava apreço por minha pessoa e reconhecimento por mim como profissional. Já me perguntava até quando o vínculo comigo não o prejudicaria. Ele tinha ciência que minha permanência ali era por curto período, que meus objetivos estavam voltados voltados para pesquisas sobre física quântica e biomagnetismo. Enfim, tem momentos na vida em que é preciso deixar as coisas acontecerem direcionadas pelo próprio viver, principalmente quando nos sentimos impotentes e impedidos de ações racionais.

E eu tinha acabado de chegar!
E ela... nunca concretizou nem minha apresentação oficial às diversas chefias, nos diferentes departamentos do Instituto, mesmo tendo eu protocolado tal pedido.
As lideranças não sabiam a que eu viera, e passaram a lidar com a imagem distorcida ameaçadora por ela disseminada. Como implantar minhas propostas nesse clima?

A cada projeto engavetado, que não chegava nem ao diretor para a devida análise, mais eu me desafiava a produzir mais. Ops! Agora mandando esboços de propostas, menos elaboradas ou detalhadas passo a passo.

Minha cabeça acalentava minhas idéias e eu me orgulhava delas. Meu capital intelectual estava guardado pela preservação de meu capital humano, não abandonado por um minuto sequer. Meu "endomarketing pessoal" se mantinha em constante atividade.

Aurora Gite


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