sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Psicologia Descomplicada

Nos dias de hoje, acredito ser importante se aprofundar um pouco mais em abordagens terapêuticas alternativas que buscam descomplicar o cuidar do ser humano, que busca maior equilíbrio interno na conquista de um bem estar, com maior amplitude no mundo considerado pós-moderno.

De pronto indico uma visita ao blog que tem por nome "psicologiadescomplicada": http://psicologiadescomplicada.blogspot.com.br/2011/03/caricias-e-emocoes.html

A meu ver, uma das perspectivas psicodinâmicas a serem conhecidas, tem por foco o método da Análise Transacional (Eric Berne, 1958)

Confiram se não faculta maior entendimento e abordagem compreensiva mais abrangente e descomplicadora, para auxiliar qualquer ser humano a romper barreiras que dificultem sua vontade de mudar.

Penso que não há como negar a necessidade de se motivar como indivíduo empreendedor, próativo e autodidata, a encarar a necessidade de se aventurar a um processo de mudar, quando muito se não é para apaziguar conflitos internos angustiantes, importante para acompanhar mais serenamente as aceleradas transformações dos dias atuais. O impacto do "novo mundo", particularmente nesse período de transição que estamos vivendo nesse momento, pode remeter o ser humano, não tão bem centrado em si mesmo, perdido e desbussolado - como bem diz Jorge Forbes e outros - a profundas depressões e a graves drogadicções.

Análise Transicional (A.T.) é um estudo psicodinâmico. Berne foca em sua análise, principalmente os estados de ego, as transações, a posição existencial e o roteiro de vida dos indivíduos. Para ele, oser humano tem necessidade de "carícias", unidade básica de sobrevivência psíquica, como tem de alimento para a sobrevida física. "Carícias são estímulos sociais dirigidos de um ser vivo a outro".

A.T.estuda e analisa a troca de estímulos e respostas em "transações" entre indivíduos em suas "fomes" (carências) e interesses (motivações).

Berne sofreu influência das ideias de Claude Steiner, autor de "Os Papéis que Vivemos na Vida" e do conto "Uma História de Amor" que computo como instrumento excelente a ser usado em dinâmicas de grupo com foco em integração humana e solidariedade, inclusive em organizações estudantis ou empresariais. Em seu conto, Steiner, com sabedoria e ternura, clarifica suas ideias sobre carícias e aborda o uso que fazemos de nossos "sacos de carinhos quentes". Destaca que "aceitar carícias negativas é como beber água poluída".

Ambos propõem a importância de se ampliar a percepção dos "jogos de poder interpessoal e dos scripts de vida"; da "alfabetização emocional", que vem a ser "um aprender a sentir". E não é o que mais precisamos nos dias de hoje ao resgatar o humano dentro de cada um de nós?

Não vale a pena conhecer como escolhemos nossos "scripts de vida"? A lembrança de como se deu dentro de nós a opção para sermos como somos, não nos ajuda a entender porque nos é tão difícil mudar?

Convém enfatizar que Steiner "discutiu sua teoria pela primeira vez em seu livro 'Games Alcoholics Play', onde abrangeu um único papel que é o dos alcoólatras". No livro "Papéis que Vivemos na Vida" amplia a discussão sobre os "papéis de vida trágica"... "como e por que pessoas que vivem de acordo com esse papel terminam seus dias e, ainda, como diagnosticar esses papéis". O autor vai mais além ao discutir os "papéis de vida banais"...como são escritos por nós, como são vividos por nós, indivíduos sem amor, com redução da capacidade de prazer e sem realizações gratificantes na vida.

Steiner não se limita só a "analisar e discutir uma abordagem terapêutica para os três papéis banais básicos: Depressão, Loucura e Falta de Alegria". Passa a explicar também "como as pessoas podem se libertar de seus papéis e viverem uma vida livre e autônoma", ou seja, como o ser humano, que quer realmente mudar, pode se descomplicar internamente e se inserir, efetivamente, em seu processo de mudar.

Ao se aproximarem de suas ideias, pensem se não seria fascinante já ir articulando-as com as emoções impactantes provocadas pela aceitação e incorporações das novas regras de convivência pessoal e social!

Acredito que já seria um grande passo para devidas assimilações mais harmônicas dentro de nós, e para que o processo de adaptação a esse mundo novo (previsível por Nostradamus?) ocorra de forma mais serena.

Não é fácil aprender a conviver com a incerteza e com a insegurança, com a busca de sossego e de firmeza no trilhar ante o eco contínuo, constante, em gradação sonante sempre em volume crescente : "Mudar...mudar...mudar...mudar..." , que mobiliza o locomoção humana a partir do milênio: "Mudar...mudar...mudar...mudar..." .Não tem mais volta, e não se consegue fazer calar dentro de nós!

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