domingo, 19 de abril de 2009

Tantos endereços e uma só dedicatória

Como psicóloga, uma recomendação (prescrição);
Como amiga, uma indicação (sugestão);
Como mulher, uma triste constatação (confirmação);
Como mãe, um legado de coração (orientação).

Livro a ser lido, e relido,
Mesmo quando eu aqui não mais estiver.
A ser lembrado que, quando terminei de ler,
Fui apanhada pela doce sensação de nem tudo ter sido perdido.

Uma voz gritava em meu peito
Que se expandia de orgulho e autorrespeito:
"Valeu a pena!
Valeu muito a pena!"

Quanto mais amei, mais abri mão...
Grande paradoxo da vida, então.
Para o encontro comigo mesmo se completar,
Quanta coisa a se abandonar!

Iniciados há 35 anos, busca e intento,
A alegria agora veio da constatação
Do resgate de mim mesmo ter sido efetuado a contento.
Expressou a satisfação da autorrealização.

Espero que possa enfrentar
a angústia pelo "vazio de ser só", grande dor psíquica,
bem como ultrapassar
a vivência de vulnerabilidade, expressão de fragilidade psíquica;

E que, com coragem e determinação,
Possa alcançar a plenitude e felicidade,
A sensação de coletividade,
Advindas da aceitação da interior solidão.

É a conquista do " se dispor para si" (construção do "Eu")
E do "se dispor para os outros" (construção do "Nós"), como bem coloca o autor.
E, que eu, onde estiver, possa saudá-la com um: "Bem-vinda" ao nosso grupo!

Ah, qual é o livro presenteado a tantos, que levou essa dedicatória?
"Quem me roubou de mim?", de autoria de Fábio de Melo.

Aurora Gite
Postado às 13:00 horas.

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