sábado, 27 de setembro de 2014

Republico "Enfim não sós!

Minha pesquisa envolve o "Enfim não sós!" e a satisfação, que me envolve, constatando que muitos estudos e teses tem-se afunilado, desembocando em hipóteses semelhantes às minhas.

Republico reiterando minha satisfação ao ler a dissertação de mestrado "Psicanálise, Saúde e Sociedade" de Denise de Assis, sob o título "Transmissão Psíquica: uma conexão entre a Psicanálise e a Física."

Enfim, "não" sós!

Muitos aspiram e suspiram pela possibilidade de concretizarem seus desejos de "Enfim, sós!".

Eu buscava, incessantemente, poder trocar ideias e compartilhar hipóteses. Agora, acredito que tenha conseguido mais do que isso, que as mesmas não sejam refutadas, mas acolhidas com fortes argumentações, difíceis de serem contestadas a partir das evidências apresentadas, e do novo pensar incluindo a mecânica quântica, que se expande cada vez mais. Essa é a razão de meu contentamento expresso por um "Enfim, não sós!"

Há alguns anos defendo a hipótese de que a energia psíquica faz parte do mundo quântico, sendo Freud o primeiro a registrar seus efeitos. Agora encontro um trabalho que me indica que "não estou tão sozinha" e que minhas conjecturas estão saindo do papel de especulações teóricas. Compartilho a dissertação de mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade, de Denise de Assis, sob o título "Transmissão psíquica: uma conexão entre a psicanálise e a física".

É fascinante a retrospectiva feita por Assis do momento histórico freudiano, de quando-onde-e como surgiram as ideias de Freud para construir seu "Projeto para uma Psicologia Científica". Computo o papel de Denise de Assis como fundamental na história da Psicanálise, resgatando o início das dúvidas, associações e raciocínio original de Sigmund Freud. Por outro lado, considero assustador como, com o intuito de superproteger a Psicanálise, a maioria de seus seguidores, semelhantes aos fanáticos religiosos, reduziram seu núcleo de atuação à clínica e afastaram a criação do Criador, ao colocarem a figura pública de Freud no pedestal fictício das idealizações pessoais, ou das políticas grupais, visando preservação do poder manipulado patenteado.

Na sua dissertação, Assis nos leva a viajar acompanhando seu painel delineador da evolução histórica do movimento psicanalítico (Freud e as ideias contidas em seu Projeto de uma Psicologia Científica sempre presente em sua obra, neuropsicoses de defesa, pulsões ou forças instintivas), correlacionando com ideias predominantes no momento do surgimento da Teoria Quântica  (Newton, Einstein, Mark Planck, o observador influenciando o observado).

Assis nos convida ainda a conhecer os apontamentos de Freud sobre a Telepatia, citando as influências de Jung e Ferenczi, chegando às ideias freudianas sobre o Ocultismo e suas relações com os sonhos, além de relatar a experiência de Freud por seu contato direto com o Espiritismo. Continuando nas suas interconexões, dedica um espaço para a Física e Telepatia, a Transmissão Psíquica entre Gerações e o Corpo. Dá um fechamento a esse tópico com distinção entre Religião e Espiritualidade, com Transmissão, Psicanálise e Espiritualidade.

Em suas considerações finais localiza a "Psicanálise à Frente de Seu Tempo". Vale conferir como Assis articula todos esses conhecimentos e pareia, cientificamente, os diversos argumentos dos autores citados de ambos os lados: Psicanálise e Física.

Convém não esquecer que o mundo vibracional, que se nos desponta, com suas interconexões relacionais, e sua rede de energia que mantém atuantes os vínculos afetivos (que liga os que são afetados pelo entrelaçamento de partículas - sincronias e afinidades). A concepção atual é de "Universo Holográfico", energeticamente estamos todos unidos.

Aqui estabeleço um parêntese para chamar a atenção para o show em homenagem a mais um ano do falecimento do cantor e compositor Cazuza, onde aparece no centro do palco holograma do cantor em várias movimentações. Como não sentir correr no psíquico o sangue da emoção?

Não há mais espaço, tempo, objeto independentes de nosso psíquico. Categorias conceituais, ou palavras, são fenômenos dentro de nossa cabeça, não estão "lá fora", dependem de nossas escolhas e atribuições de significados ou sentido. O próprio "nada" não é um vazio, mas é um "nada vibrante" permeado de matéria sutil, energia que pode ser abarcada pela sensação interna de luz e calor, espaço-tempo e consciência inferidos pelas sensações intuitivas de aconchego e paz. Não se pode mais negar a realidade de vários estados da mente, e da limitação dos cinco sentidos para abarcar a recepção de tais estímulos e retradução dos impulsos a eles pertinentes. O cérebro recebe sinais, mas não podemos nos recusar a observar a existência de um princípio inteligente que os organiza em hologramas, que chamamos de realidade.

A Teoria Quântica nos remete a um "Universo Paralelo da Realidade" e à necessidade de um novo pensar sobre o que chamamos de "pessoa", de "ego", de "ser", de "eu". Uma partícula só existe em relação a outras partículas subatômicas. Assim também nosso lugar no mundo depende de nossa vida de relação com o que nos cerca.

Coloco ainda a citação de Wolf, colocada por Assis: "Que é a vontade? De que modo, nós humanos, possuímos a capacidade de escolher o que queremos? (Wolf, in Assis, 2011, p.38) .

"Recentes pesquisas (...) relacionam a mecânica quântica com a força de vontade... uma escolha atuando num nível atômico muito pequeno." (idem, p.38)


Passo o site, mas, se não conseguirem entrar direto, chegam através do Google, ou através do Twitter de ThompsonLM :

www.uva.br/mestrado/dissertacoes_psicanalise/transmissao-psiquica-uma-conexão-entre-a-psicanalise-e-a-fisica.pdf


Com o advento da Física Quântica e propagação das revoluções nos paradigmas em várias áreas do conhecimento, com grande influência nas novas intervenções que dizem respeito a saúde do ser humano como um todo (espiritual-bio-psico-social), mais se fortalecia dentro de mim a hipótese de uma ideia ser a partícula ou o elétron do mundo psíquico, e sugestões ou alternativas constituírem as ondas quânticas de probabilidades a espera de serem escolhidas através do olhar de um observador consciente, adquirindo assim a característica de partícula quântica, possibilitando novas imagens psíquicas carregadas de energia. Mais se destacava, para mim,  a necessidade do abandono de teorias reducionistas e a substituição por abordagens ecléticas, particularmente por parte dos profissionais da saúde.

A leitura sobre o humano, após comprovações quânticas envolve a compreensão sobre a intensidade da propagação da energia, sobre o fluxo dos processos ondulatórios, sobre a qualidade das vibrações e das emanações de intenções. A escuta se expande às dinâmicas psíquicas e corporais. Ao abordarem um fenômeno de forma dinâmica, já estão fazendo a leitura do movimento da energia psíquica, buscando uma "compreensão psico-energética".


Agora é ir mais adiante, alargando minha hipótese: "Os processos psíquicos fazem parte da dinâmica quântica, assim como os estados orgásticos e místicos".

Normas e regras estão ligadas a usos e costumes e a uma "moral imposta". Princípios e leis estão ligados a honra e dignidade e a "valores morais autorreferenciados". Acredito que o espaço interno de liberdade e responsabilidade propicie o alcance de novo patamar psíquico, onde o ser humano adquire a "potência de se autorreferendar", dando expressão à sua essência ao abrir espaço e bancar a colocação dessa essência real em sua existência psíquica virtual. 

Continuo respeitando a Teoria das Pulsões e observando a importância dada por Freud à excitação de zonas erógenas e suas consequências nas diversas fases de desenvolvimento psíquico. Agrego, no entanto, que o "orgasmo duplo" advém de uma plena entrega à "auto-excitação, duplicação da energia quântica interior, mobilizada naquele momento específico". Segundo uma paciente o descreveu: " Era como se estivesse numa montanha russa na hora da primeira descida, a cabeça se esvazia de tudo que nos afeta naquele momento. É um relaxamento do pensar. A presença da sensação física predomina. Estava começando a sentir o descontrole prazeroso com a rápida e vertiginosa descida. Foi algo imprevisível, como se engatasse uma outra marcha, 'outra força inesperada e incontrolável' aumentando o impulso e, em muito, a sensação prazerosa. Algo inesquecível! É difícil encontrar palavras para descrever o que ocorreu dentro de mim!"

Observo a mesma via quântica para a energia dos estados alterados de consciência sejam eles através dos prazeres sexuais orgásticos; da plenitude e êxtase das experiências místicas; da surpresa e alegria ante "insights" intuitivos; da sensação de autorrealização e bem-estar presentes nas verdadeiras criações artísticas; da intensa satisfação interna de completude advinda do aconchego, paz e serenidade que cercam o fenômeno amoroso.

Tudo que diz respeito ao ser humano, sai da categoria de hipóteses e inferências por observações soltas, e torna-se argumento significativo e verdadeiro, se puder ser observado e experienciado por outros seres humanos. Agora é aguardar para bradar: "Enfim, não sós!".

Aurora Gite

Gite

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