segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

1982 - capítulo VII - Albert Camus

" Depois de certa idade, todo homem é responsável por seu rosto." (Albert Camus)

Como zelador, seu José punha-se a, como diziam na sua terra, "ensimesmar-se", durante suas andanças pelo prédio onde fiscalizava se tudo estava a contento. Não gostava que os condôminos reclamassem. Pensava neles como constituindo uma teia complexa de pessoas, com maneiras de ser, pensar e agir tão diferentes, presas, no entanto, na rede humana de relações interpessoais, que se esbarravam nas dependências comuns do edifício. Ali dentro todos estavam sujeitos ao mesmo regulamento interno, pagavam mensalmente o mesmo condomínio, eram penalizados de igual maneira se não o fizessem, tinham responsabilidades semelhantes até no que dizia respeito à participação nas reuniões de condomínio e votação no rateio de despesas extras. Ele gostava de acompanhar todos esses movimentos. Sentia-se importante zelando pelo habitat dessas pessoas todas. Eram o seu "mundo", ou como dizia Helena, sua função lhe permitia carregar na mão "grãos de areia" e zelar por sua manutenção. Custou a entender que ela queria dizer o cuidar da "pequenez da grandiosidade humana" em suas várias manifestações da condição humana.

Lá vinha, dona Suzana. Que contraste com muitos moradores! Vivia no centro de uma gangorra que ora pendia para um lado, ora para o outro, punha-se a cismar seu José. Ela se mudara para lá há uns quatro anos. Nessa época sua vida se transformara por completo.Quantos planos e sonhos destruídos! Planeja-se tudo tão bem, de repente, uma lacuna; e, com espanto, caminhos tão diferentes são vislumbrados. Quanto sofrimento, nesses últimos anos, enfrentara! Quem não sofreria, tendo pego em flagrante o marido com outra na cama, na "sua" cama, ou melhor, na cama do casal? No entanto, soubera enfrentar com tamanha dignidade o fato, que isso muito a ajudara a caminhar de cabeça erguida; olhar, quem quer que fosse, bem nos olhos, sem se desviar, sem se envergonhar.

- "Casamento é um só!", era constante ouvir desde pequena.
- "Fulano se juntou com Ciclana, nossa!".
Exclamações desse tipo sempre causavam grande mal estar à Suzana, que passava a refletir sobre elas. "Meu Deus, o que fazemos conosco, ao assimilarmos conceitos rígidos e antigos, sem reavaliá-los de vez em quando. Mesmo reconhecendo que não funcionam mais em nossas vidas, continuamos enquadrando-os no qualidade de autoridade estática colocada em verdadeiros pedestais internos, que devemos seguir e respeitar? Quantas fantasias não tinha feito sobre a estrutura familiar! Só agora, depois de sentir o quanto lhe custou assumir suas crenças, a mentira social que direciona vidas humanas para viver em sociedade, conseguira livrar-se delas. Como se integrar novamente na sociedade em que se vive, cuidando que não a liberdade alcançada não seja destruída?"
- " Boa noite, queridos! Não se esqueçam de fechar bem as janelas e apagar todas as luzes, quando forem dormir."
- "Mamãe, preciso acordar às sete horas. Em ponto, viu?"
- "Eu não! Só entro em aula às oito e meia. Posso dormir mais um pouco. Quero acordar às oito. Durma bem mãe!"
- Até amanhã, bons sonhos aos dois!"

Suzana entrou em seu quarto. Na penumbra destacava-se seu perfil. Contemplou os pés descalços, sentindo o frio do chão. Suas mãos trêmulas tocaram seu rosto. Seus braços envolveram seu corpo, bem delineado pela longa camisola de cetim. Uma bela renda deixava transparecer dois seios, cujos bicos se enrijeciam com a ânsia de amar. Seus olhos se fecharam.
Viu-se envolvida pelos braços de um homem, que transmitia carinho e segurança. Estremeceu ao pensar em seus dedos percorrendo suavemente seu corpo, tocando sua nuca, seu seio, e descendo... descendo... até atingir suas coxas. E aí se detendo. Seguia o trajeto delicado de suas mãos subindo e roçando por suas costas, depois segurando sua nuca e a puxando de encontro a si. Sentiu o calor de seus lábios, tocando seus olhos, sua boca, suas orelhas, seu pescoço; os seios sugados; uma língua ávida percorrendo seu corpo despido. O aumento dos arrepios internos coincidia com o aumento do medo e a antecipação do desejo de prazer, quando mãos firmes a segurassem e a comandassem por mundos desconhecidos dos tesões incontroláveis.

Ajeitando o travesseiro, nele se encostou, esticando as pernas e puxando bem as cobertas. Sentia frio, mas logo se aqueceria. Pegou a caneta, seu bloco de anotações e verificou onde parara de escrever na noite anterior. Sempre gostara de ler. Lia todas as noites, antes de dormir. Entretanto, de uns tempos para cá, sentia uma espécie de formigamento em seus dedos ao aventar a possibilidade de escrever algum dia. Contudo, suas ideias ainda se espalhavam em sua cabeça, quando pensava em transpô-las para o papel. Sabia que a caneta em sua mão deslizava, suave e fluentemente sobre ele. As letras se juntavam, as palavras apareciam, as frases surgiam. Que emoção lhe davam as linhas vazias preenchidas, como por mágica, dando vida concreta a seus pensamentos! Em diversos momentos de seu dia, ante os mais variados motivos, uma indagação surgia em sua mente: "Se eu escrevesse, como descreveria esta cena?". Passou, então, a anotar suas experiências diárias, sem maiores pretensões no momento.

Nessa noite passou a descrever o que acontecera naquele bar, onde por duas vezes na semana, se reuniam solteiros e descasados, pessoas em situações semelhantes às delas. Passou a refletir em como era difícil ainda, numa sociedade como a nossa, encontrarem seu lugar, embora muitos obstáculos houvessem sido removidos a nível legal. Lembrava-se das palavras de seu advogado, na época da separação: - "Não sei o que você vai fazer agora, mas gostaria de lhe dizer que, se quiser reconstruir sua vida, de uma forma mais rápida, tente não se lembrar que pertenceu a essa família, que foi a senhora fulana de tal. Caso contrário, passará a viver de recordações, alimentando mágoas e decepções.
Isto só prejudicará seus filhos e ocasionará uma parada sua, impedindo que cresça e se restabeleça do que passou. A vida continua, talvez eles nem pensem mais em você. Tente fazer novas amizades, frequentar cursos. O importante é não ficar parada. Quando muito, vá a cinemas, teatros, ou outra coisa que goste; talvez futuramente uma faculdade, um trabalho... Pense nisso!"

Estas palavras muito a ajudaram nos primeiros tempos. Procurou sempre se manter ocupada. Quando não tinha vontade de sair, ligava o que chamava de "motorzinho interno", que a impulsionava. Seu grande objetivo era formar um grupo unido de homens e mulheres, que ambicionassem uma amizade sincera e lutassem por consegui-la.
Como pudera ser tão relegado esse sentimento: "amizade". No entanto, tinha para si, que a amizade possuía uma força imensa. Sua fidelidade muito se assemelhava à do amor, como sua lealdade e respeito. Sempre constante, firme e perseverante, enquanto existisse de forma sincera e verdadeira. Sua inclinação também era para unir, através da enorme afeição nela contida. Duas pessoas, duas almas se encontrando... Nela não existe o apego, a posse, o desejo de incorporar ou de monopolizar o outro; mas é imenso o carinho e a liberdade, o zelo e a ternura que a circundam. No entanto, era muitas vezes colocada de lado por pessoas desconfiadas e descrentes de sua simplicidade.

Muitos dos que conversara a respeito seguiam a mesma linha: queixavam-se de sua falta, mas tudo ficava como estava na vida deles. Predominava muito desânimo, muita descrença quanto ao elo de ligação "amigável" entre as pessoas:
- " Por incrível que pareça, não existem muitos grupos, desses que nos falou, para nossa faixa de idade. Você queria saber como são os nossos fins de semana, não é? Acho que se resumem em uma ida ao clube, uma soneca, passeio com filhos, joguinho com algum amigo, ou em um viagem com alguma garota, compromisso sem maiores consequências, quando as crianças ficassem com a mãe. Vez ou outra, uma amiga resolve reunir um grupinho no sábado, ou dar um almoço no domingo, e nos deslocamos para a casa dela. Nossa turma, por volta dos trinta, quarenta anos, se reúne agora, de forma ainda mais dispersa, nesse bar. Então, em duas noites na semana já temos programa."

Suzana o ouvia e ficava mais espantada com a falta de esperança que reinava nesse ambiente. Notava, entretanto, que, normalmente, as pessoas receavam se aproximar afetivamente umas das outras. Colocavam verdadeiras armaduras, quando isso tendia a acontecer. Como se alguém conseguisse nos prejudicar internamente, sem a nossa aquiescência. Quem seria tão poderoso assim? Ou melhor, quem seria tão vulnerável assim, para se permitir ser afetado desse jeito?

Essa era outra sensação que se destacava. Muitos tinham medo de sofrer, achando que, aquele ou aquela a quem amassem ou se afeiçoassem, seria muito mais forte e teria o enorme poder de atingi-los, feri-los ou magoá-los. Ninguém é capaz de fazer com que outras pessoas tenham sentimentos, sintam mágoas ou emoções as mais diversas. Cada um se coloca na posição de vulnerável por querer, por se sentir inferior ou inseguro, ante a pessoa amada. A mente do próprio homem, ainda é , em algumas ocasiões, a sua maior inimiga.
Outro ponto, que também notara, era o esforço para se manter uma relação, quer amorosa ou de amizade. Procurava-se fazer o possível, para que o outro sempre se sentisse bem. Grande ilusão e pretensão esse peso em se carregar a responsabilidade pelo bem estar do outro. Rupturas surgem pela ansiedade e grande expectativa ao tentar se anular nos relacionamentos em prol do outro, para satisfazer a idealização que o outro tenha a nosso respeito. Sempre se erra! Não há acertos se partir dessas premissas. Enquanto persistisse esse modo de pensar, sempre existiria um impedimento a uma aproximação mais aberta e franca entre os seres humanos. Eles estariam constantemente prevenidos contra algo, prontos para defesa e ataque, se necessário. Seus pensamentos sempre de prontidão para revidar avaliações e julgamentos. Sua sensações "amigáveis" colocadas de lado.

Razão e sensibilidade desunidas e, com isso, maior desconhecimento de si mesmo como um todo. A primeira possibilita a confiança, a segunda dá o crédito, para que ela se instale dentro de nós. É difícil confiar sem antes acreditar. E o crer, por sua vez, sem comprovar, se desvanece com o tempo. Nossas partes racional e sensível deveriam caminhar juntas, ou haveria, como atualmente, grande desequilíbrio interno, fator impeditivo para o estabelecimento de interações afetiva estáveis e duradouras.
E, assim, Suzana se perdia em suas reflexões sobre o que presenciava.

Tinham coragem e vontade suficiente para chegar sozinha a esses lugares, o que causava admiração nas amigas. Gostava de conhecer pelo nome, tanto os recepcionistas como os garçons, tornando-se logo simpática a eles, que procuravam ajudá-la a se incluir no ambiente. Às vezes acontecia de se sentir meio deslocada. No entanto, aprendera que, nesses momentos, tinha mais oportunidade de observar o ambiente, como se lá não estivesse, de forma mais neutra. Automaticamente, se integrava nele outra vez. É interessante perceber como as circunstâncias nos puxam e demandam nossa inclusão no que se passa a nosso redor.
Detinha-se nos diversos rostos que desfilavam à sua frente. Observava os menores gestos. Preocupava-se com o que sucedia ao redor dessas pessoas, procurando anotar na memória.

Mulheres que passavam, ansiosas e inquietas, à procura de alguém, lá indo com o único intuito de arrumar companhia para estender aquela noite o mais que pudessem. Seu objetivo transparecia em suas
roupas mais justas e provocantes, sua maneira de andar, na avidez de seus olhares. Suas conversas eram superficiais e maliciosas, sempre se encaminhando para seu objetivo de terminar a noite em algum mote. Nesse ambiente se sentiam diminuídas, se não estivessem acompanhadas, por isso sua pressa na escolha, inclusive. Constituíam o paraíso dos casados, cujo maior pavor era encontrar alguém que lhes "pegasse no pé" de forma insistente.

Na maioria dos homens predominavam os olhares de cobiça, do macho à procura da fêmea. Podiam se dar ao luxo de selecionar, com mais calma, sua presa. O sinal de "status" era a beleza física da acompanhante, fato que os deixava orgulhosos e envaidecidos, invejados pelos demais. Verdadeiros "pavões" que abriam as caudas para impressionar aos demais. Muitos não se importavam com o que lhes custasse, desde que se sobressaíssem através da companheira.
Triste foi a constatação que, entre eles, imperavam os casados, à cata de aventuras passageiras, encontros de uma noite, depois nem conheciam mais com quem estiveram, ou as mulheres que usaram para saciar sua fome sexual.

Outro grupo, que se destacava, era o formado por pessoas que não queriam ficar sozinhas, apreciadoras de um bom papo. Suzana se punha a meditar como a solidão ainda é algo que apavora a tanta gente. No entanto, quantas vezes não estamos sós, embora acompanhados? E que solidão doída
essa! A solidão a dois, então, transmite uma sensação de se estar perdido no espaço, com a alma flutuando em busca de seu complemento amoroso. Pelo menos, ao estarmos sem compromissos assumidos com alguém, temos melhores oportunidades de escolha de companhia, e, o mais importante, podemos aprender a melhor usufruir nossa liberdade para nos situarmos daqueles que nos sejam afins.

A partir do momento, que nos reconheçamos unos e inigualáveis, podemos avaliar nossa importância dentro da nossa condição humana. Nossa estima por nós mesmos, como únicos que somos, é um estímulo e incentivo para procurarmos viver de forma que mais nos gratifique.
Como seres vivos únicos e nunca igualados, a ninguém é permitido saber como pensamos ou sentimos. Isso nos torna mais responsáveis perante nós mesmos, para zelamos pelo nosso bem estar. Nosso olhar, levando em consideração o sentido da visão, leva a que nos observemos pelo que refletimos aos demais; porém existe um outro olhar sobre nós mesmos, sobre nossa alma, ao ser direcionado para nosso mundo interior.
Quem cuidará melhor de mim, do que eu mesmo, ao descobrir o vínculo desses dois olhares? A minha vida passa a ter sentido para mim, e só eu posso fazer uma leitura do que é importante para mim e não uma outra pessoa, com qualquer autoridade que se apresente a mim para me representar."Eu sou importante" e vivo num mundo em que as outras pessoas também o são, não se tornam por terem feito alguma coisa.
Sempre que percebia estar se envolvendo em emoções externas a ela, Suzana tentava penetrar dentro de si mesmo, verificar o que projetava nos outros. No início ficara assustada ao ver como os outros serviam de verdadeiros espelhos para ela se autoconhecer. Não existia melhor forma de conhecer o lado sombrio de si, e aprender a respeitar aos outros em suas diferenças, limitações e imperfeições.

Suzana procurou, novamente, se concentrar no que estava escrevendo.
Os homens e mulheres que gostavam de se relacionar sem expectativas premeditadas e meio imediatistas, eram os que melhor aproveitavam a noite. Estavam mais receptivos a qualquer contato. Não buscar ser diferente do que eram, atuar para terem melhor êxito nas conquistas. Sem maiores ansiedades, se empolgavam nas conversas e em seu conteúdo, sabendo se afastar de pessoas "fúteis e superficiais", que lhes desagradava,. essas lhes eram "maçantes e cansativas".
Os tímidos, poucos em ambientes como esse, quando iam, eram arrastadas por algum amigo ou amiga. Evitavam encarar quem quer que fosse, sentindo-se inseguras e temerosas. Quando não se escoravam em um copo na mão, rogavam para que aparecesse alguém, que as salvasse dessa situação.
O mais triste quadro era formado por aqueles que tentavam lutar contra as marcas do tempo em sua aparência. Exigiam a parada do tempo, quando não tentavam retrocedê-lo em alguns anos.Exigiam de seus corpos bem mais do que podiam dar. Com o correr das horas, notavam-se as olheiras mais profundas, o enorme cansaço, as peles mais enrugadas, principalmente sob as maquiagens, que começavam a se desfazer. A comédia estava terminando. chegava o momento da retirada dos atores do palco, ou a mudança para outras máscaras e fantasias. Novos atores em cena! Atenção, luzes, câmera... ação!

- "Em qualquer lugar que vá, tento ser simplesmente eu mesma. Sinto-me muito mais segura. Por assim agir, me coloco sem comparações. As comparações é que ocasionam o se sentir superior ou inferior. Simplesmente sou." Era o que Suzana explicava às amigas, quando perguntavam sobre seu agir. Sabia bem o quanto valia uma boa amizade, que saiba ouvir e não julgar; aceitar o amigo como é, sem querer mudar algo nele; falar, simplesmente falar o que tiver vontade, sem receio de desagradar. calar, curtirem juntos o silêncio, até isso é importante. Como é gostoso se sentir ao lado de outra pessoa, os dois quietos, como se fossem um só - forma estranha e fascinante de apoio e conforto.
Era preciso, no entanto, propiciar condições a que aparecessem.

Lembrara-se do que uma das moças, que conhecera no bar, lhe dissera:
- "Quer me dar a receita?" . Olhara-a, intrigada.
- "Receita?"
- " É. O que você passou, melado? Está cheio de homem ao seu redor, esperando um olhar ou gesto seu, para se aproximar, e você nem vê. O que é que está acontecendo?"
Novos aprendizados! Não sabia mais nem como flertar. Parecia que a timidez de outrora, lá detrás, talvez da adolescência, retornara. Como alguém se acercaria dela, se sua atitude indicasse que seria rejeitado? Um sorriso, a firmeza de um olhar, a simpatia que se irradia... quanto valiam para inícios de relacionamentos. Mas esses não caíam do céu, não! Quantos não proclamavam a dificuldade de travarem novos conhecimentos, mas quedavam-se em seus lugares e aguardavam que acontecesse algo, como por milagre.

Consultou o relógio. Guardou seus apontamentos.
Não podia esquecer de avisar seu José, para que preparasse o salão de festas, pois, no sábado seguinte, enfrentaria um aniversário com sessenta convidados. Seus filhos estariam contentes. O cansaço seria compensado pela alegria deles.
A agenda da semana estaria repleta, mas, dependendo dela, tudo daria certo. Tinha dois trabalhos a entregar na faculdade. Quarta-feira a reunião com as amigas. Sexta, a visita dos ex-sogros. Bem, talvez os avós ajudassem nos preparativos da festa. Entristecia-se pensando neles. Sentiam-se tão divididos pela situação do filho. Apreensivos pelos netos. Sabia que a admiravam e se preocupavam com ela também. Isso muito ajudara na adaptação de todos. Conservaram-se dentro de uma neutralidade, a ninguém excluindo de sua vidas; ao filho, netos e, inclusive, a ela, apoiando. Até quando? Não podia saber. Também não faria muita diferença, não mudaria o momento atual!


(Término do sétimo e penúltimo capítulo de "Ainda há tempo!")
Lúcia Thompson



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